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William Cooper
Eu tenho um filho! Era somente nisso que eu conseguia pensar. A voz daquele branquelo arrogante ainda ressoa minha mente. Poderia eu correr? Sumir no topo do Monte Evereste e fingir que essa informação nunca me ocorreu?
Relaxa William, cadê o macho que sua mãe criou?
Morto! Era como eu ficaria depois de contar aos meus pais. Ou talvez fosse exagero meu. Não, não era! Doutor Cooper me acusaria de negligente e inconsequente. Já a Doutora Cooper, levaria a mão ao peito, e de forma chorosa repetiria que não soubera me criar. Eu estava realmente fodido!
— Andy é seu filho, William!
Guilherme tinha muita propriedade para afirmar isso. Não poderia ser golpe, ele não seria tão burro á esse ponto. Minha família é conhecida em Chicago, ele saberia onde estava se metendo. Meus pais sendo desembargadores acabaria com a vida dele fácil se isso fosse levado diante a processo. Então ele sabia bem tudo que perderia ao se meter comigo. Porém, a calmaria dele em afirmar a legitimidade de tudo que dizia, não me deixa brecha alguma.
Alcanço o papel que ele deixou em minha casa, passando meus olhos por todas as informações escritas. A forma como deixa claro até seu endereço do trabalho, me afirmava novamente que tudo que saiu de sua boca não era mentira.
— Fodido seja — murmuro para mim mesmo.
Passo a mão por meu rosto sentindo minha barba crescer, talvez eu deveria fazer a barba. Foco William! Balanço a cabeça ouvindo o ramal da sala do meu irmão me chamando. Foda-se Apolo.
— Fala — atendo sem emoção.
— O prazo da última audiência está se esgotando. Então quero boas notícias. — revirei meus olhos.
Ter meu irmão mais velho como sócio não foi uma boa decisão.
— Até no final da tarde eu lhe envio — afirmo sem saber se cumprirei. Minha cabeça fervilha que mal sei encontrar uma forma de fazer meu trabalho. Eu deveria ter escolhido ser um aventureiro e não advogado.
Ser um aventureiro! Foi isso que me trouxe aqui. Deveria ter sabido guardar meu pau nas calça.
— Está me ouvindo, William? — eu tinha até me esquecido de Apolo na linha.
— É claro que sim irmão, tenho trinta e três anos, ainda permaneço lúcido e bem longe de ser surdo!
— Ótimo — revirei meus olhos. — Então está certo da última audiência ser sua. — engasguei-me e ele riu. — Sabia que não estava ouvindo.
— Estou com problemas Apolo, não tenho tempo pra isso — ele ainda permanece a rir.
— Espero que seu problema venha com juízo. — ele mal sabia que era bem mais que isso. — Só me envie o último prazo, depois sinta-se livre. — com isso ele desliga.
Suspiro voltando a olhar pro nada, como se isso fosse de grande ajuda. Resolvo então fazer meu trabalho talvez isso me daria algum tempo, ou uma solução para meu “problema”. E se?... Não, eu não poderia me jogar da ponte.
Vamos lá, William, sua mãe te criou macho! Eu já estava com dúvida sobre isso.
👨👦
Deveria ser crime homens de pau grande vestir calça de moletom. Isso mexe com a autoestima de homens com o pau pequeno como eu. Solto o ar desviando meus olhos do corpo de Guilherme, que se move como se tivesse vida própria. Ele me parece ser um ótimo professor de dança. Seus olhos veem para mim, e ainda me parece odiosos. Porque ele me odeia? Ele mal me conhece!
Ele diz algo em outro idioma batendo palmas.
Observo ele se abaixando para pegar uma garrafa com água. Com o corpo ereto de novo ele vem até a mim. Suspende a barra da camisa, deixando sua barriga em forma exposta enquanto limpa o rosto com a própria. Ele mal parece notar a euforia de seus alunos com esse ato, ou talvez, não se importe.
— William — meu nome sai de sua boca rosada com desdém.
— Guilherme — falo passando meus olhos pelos contornos de seu rosto.
Cabelo castanho, agora um pouco bagunçado, nariz afinado, boca rosada de lábios poucos cheios uma barba por fazer. Seus olhos, é curioso! Outro dia estava cinza, hoje já me parece azul ou meio verde, não saberei dizer ainda que eu tenha achado bonito.
— O que te trás até aqui — questiona levando a garrafa a boca.
— Um filho — lembro o óbvio e ele sorri me olhando.
— Filhos realmente nos tira o sono — divagou bebendo mais um gole do que quer que seja estar na garrafa.
Será que ele esperava que eu tivesse desistido? Esperava ele que eu mal me importasse com isso?
Parece que sim!
— Legal você ser professor de dança — falo e seus olhos ainda me avalia.
— Sou professor de Ed. Física — explica, concordo sem saber o que dizer. — Olha, não quero de forma alguma dificultar sua vida com Andy, mas antes, preciso que tenha certeza sobre. Ele não é uma das mulheres que você se envolve numa noite e depois abandona sem nem lembrar o nome.
— Porquê você acha que sabe da minha vida? — questionei e ele sorriu de lado ajeitando sua calça de moletom.
— Conheço homens como você de longe — é o que ele diz.
— E você não é um homem como eu — aponto.
— Incrivelmente, não! — responde. — Mas vamos ao assunto principal, Andy.
— Sim, vamos a Andy — balbucio.
—Prefiro que marque o exame de paternidade em uma clínica de sua confiança, pois quero evitar desconfianças com meu nome — é claro que ele sabia sobre minha família. — Outro ponto, é que enquanto o exame não saia, acho que seria legal você conhecer Andy, construir laços com ele. — concordei entendendo que Guilherme já tinha pensado em tudo.
Era como se eu tivesse somente entrado com o pau, e depois tudo seria resolvido por ele. Talvez fosse realmente assim que aconteceu.
— Ok — falei e ele sorriu levantando a barra da camisa novamente e passando no rosto.
Estava ele querendo me seduzir? Ou era eu quem estava reparando demais nele? Não sei dizer.
— Então combinado — sorri me esforçando para olhar pro rosto dele. — Nos vemos amanhã, William! — concluiu me dando as costas e indo seguir sua vida como se eu não tivesse uma.
— É O QUE — exasperei tendo os alunos da academia me olhando, menos ele.
Guilherme queria testar meus limites, eu sabia disso, porém, sou advogado, e eu sempre ganho nem que seja no cansaço. Não vou desistir, e se Andy for realmente meu filho, ele vem comigo.
Guilherme Ribeiro ♡
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[DEGUSTAÇÃO] O outro pai do meu filho
RomanceWilliam Cooper é um renomado advogado, pertencente a uma família de juristas de renome na cidade de Chicago. Solteirão aos trinta e três anos, se vê entre um acontecimento da vida que para ele seria pegadinha. Tendo sua vida virada de cabeça para b...