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William Cooper
Seus olhos sem uma cor definida permanece a me avaliar. Faça assim, William! Porque ele era tão irritante ao querer mandar em mim?
— Não faça tanto barulho! — revirei meus olhos.
— É irritante você a todo momento querer mandar em mim — falei e ele permaneceu a me olhar sem fazer questão de disfarçar seu desgosto por mim.
Soltei o ar olhando seu hesitar antes de abrir a porta de sua casa. Ele permaneceu olhando a mesma, como se abri-la lhe fosse dolorido de fazer. Não entendi seu comportamento, já que foi ele próprio que fez questão que eu viesse até sua casa. Te encontro as 18:00, William! Era o que a mensagem dele dizia. E eu mal tive tempo pra protestar.
— Não sabe abrir uma porta? — alfinetei e ele soltou ar parecendo voltar em si.
— Não faça barulho — repetiu finalmente girando a chave.
Não senti uma euforia por estar prestes a conhecer o garoto que se diz meu filho, e isso talvez seja compreensivo. Entrei na casa ainda questionando que merda eu tinha feito anos atrás para estar agora aqui. Guilherme parecia apreensivo por alguma razão. Retribuo seu olhar sem entender o porque de sua agitação.
— Promete... ser legal? — semicerrei meus olhos conhecendo pela primeira vez um Guilherme com a baixa guarda. E eu sabia que isso mal tinha haver comigo, mas sim com o garoto.
— Eu sou legal. — falei sorrindo sabendo do esforço que ele estava fazendo pra não revirar os olhos pra mim.
— Gui, é você — olhei na direção da voz infantil que chegou até nós.
Meu coração finalmente se acelerou, mas não era de emoção por conhecer meu “filho” mas sim por notar as muletas que sustentava o pequeno corpinho de oito anos dele que vinha risonho até Guilherme. Meu coração doeu por repara-lo demais e entender que Andy, não se importava com sua deficiência.
— Sou eu amor — a voz carinhosa de Guilherme mal me tira do martírio.
Permaneço estático olhando ele ir apressado até o garoto. Agarrou o pequeno Andy em seus braços, que ria gostosamente como se tivesse acostumado com aquele carinho excessivo do homem.
— Oh! Você trouxe alguém — disse o pequeno trazendo seus olhos para mim.
— Sim — Guilherme soltou o ar de forma trêmula. — Esse é William, Andy. — em meu rosto não transparecia qualquer emoção. Mas só eu sabia o turbilhão que tinha dentro de mim, por ter sido pego novamente em surpresa com a deficiência do pequeno rapaz.
— Oh! William, é seu novo namorado? — arfei surpreso e Guilherme arregalou os olhos.
— Não — respondeu o branquelo apressado. — Falaremos quem é William depois, pequeno ursinho. — prometeu Guilherme sorrindo nervoso.
Permaneci olhando o garoto me sentindo estranho com a forma que seus olhos me avaliava por trás de seu óculos de grau infantil. Se Andy for realmente meu filho, ele deve ser bem mais parecido com a mãe. Até com Guilherme ele se parece bem mais do que comigo. Enquanto minha pele é morena, a dele é branca, enquanto meus olhos são pretos, os dele são azuis. Até seu cabelo dourado estava longe de se empretecer um dia como o meu. Não tínhamos nada, nada de aparência que afirmava ele ser realmente meu filho na primeira impressão.
— Prazer conhecer você, William — a voz calma e infantil de Andy me tirou do tormento que do nada passei a sentir.
Mas ainda assim permaneci em silêncio olhando ele se remexer nas muletas.
— William, é um grande brincalhão, Andy — a voz estridente de Guilherme me fez tremer. — Não é William — rosnou e eu me encolhi com o tapa dolorido no braço que ele me deu.
— Ficar em silêncio é minha melhor habilidade — falei e Andy sorriu aberto.
Seu sorriso era igual o meu!
Céus! Eu estava prestes a enfartar com trinta e três anos.
— Vá se ajeitar, Andy, que eu vou preparar o jantar. — pediu Guilherme. Era notório como tudo nele mudava para lidar com Andy. — O que merda deu em você? — perguntou quando Andy voltou o corredor que eu acredito ser dos quartos.
— Por que não me avisou que ele é deficiente? — a expressão raivosa de Guilherme me fez tremer.
— E isso importa pra você? — ele quis saber. Seu tom baixo me indica que ele não quer que o garoto ouça nossa conversa.
— Eu tinha o direito de saber antes de conhecê-lo. — ouvi seu rosnado e eu de fato achei que era agora que ele me bateria.
— Sai daqui — mandou me deixando surpreso. — Só saia da minha casa e esqueça disso, você não merece nada que venha de Andy, então vaza! Vá seguir sua vida e continue a ser o babaca que eu sempre soube que você é.
— Não fale comigo assim — rosnei e ele me puxou pela gola da camisa deixando seu rosto próximo do meu.
— Senão o que? — peitou. — Ousa levantar a voz pra mim que eu te arrebento aqui mesmo. — ele tinha muita raiva. — Você não sabe nada, nada do que Andy já passou por causa da deficiência. Então não venha achar que tinha, ou que tem direito sobre algo, pois você não tem.
— Eu só queria ter sabido antes para me preparar, Guilherme — falei e ele tirou as mãos de mim.
— E você teria vindo se soubesse? — questionou-me. Fiquei em silêncio o olhando pois era uma pergunta bem difícil pra mim responder com propriedade. — Vai embora, William — sussurrou se afastando por completo de mim.
O olhei passar a mão no cabelo em sinal claro de frustração ao me dar as costas, indo pro outro cômodo que eu acho ser a cozinha. Soltei o ar ajeitando minha camisa levando meus olhos para o pequeno corredor. Lá estava Andy me olhando curioso enquanto se sustentava nas duas muletas. Acenei para ele movendo meus pés para a porta resolvendo realmente ir embora.
— Você teria vindo se soubesse?
Não, eu não teria vindo!
Andy ♡
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[DEGUSTAÇÃO] O outro pai do meu filho
RomansaWilliam Cooper é um renomado advogado, pertencente a uma família de juristas de renome na cidade de Chicago. Solteirão aos trinta e três anos, se vê entre um acontecimento da vida que para ele seria pegadinha. Tendo sua vida virada de cabeça para b...