Vinte E Dois

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Gulf :

Meu estômago doía, tenho vontade de vomitar.

Espero ele sair do banho para me explicar realmente o que se passou.

Acho que nem o chá que estou a fazer é suficiente para acalmar o desconforto que estou a sentir.

Algo me diz que tenho que ouvir a versão dele e duvido muito que ele tenha capacidade para me mentir.

Apesar de tudo eu... Eu confio nele! Confio porque... Acho que, realmente ele me dá motivos para confiar.
Com tudo o que já passamos, momentos bons e maus, dizer que não confio iria ser mentira.
Tenho em mente que ele tem uma justificação mas não sei porquê, continuo com este desconforto.

Sinto o olhar dele sobre mim, era inevitável não sentir o seu cheiro pôs banho. É um dos meus aromas preferidos.

Nós podiamos simplesmente usar o mesmo gel de banho mas sinceramente eu não gosto.
Gosto que ele tenha uma cheiro diferente do meu. Os meus aromas preferidos são os mais suaves, avelã ou coco. Já ele. Ele usa os mais fortes, intensos mas bastante agradáveis, cítrico e/ou marinho.

Sinto um nó na minha garganta cada vez mais forte, difícil de aguentar. Eu sei que vou acabar por chorar novamente. Mas vou ter que aguentar todo o que ele tenha para me dizer.

Mew - Amor, o que eu vou contar não é fácil. Preciso realmente que confies em mim.

Não tenho capacidade para falar mas faço um gesto com a cabeça para que ele perceba que pode continuar a falar.

Mew - Amor, olha para mim! Olha nos meus olhos é diz que confias em mim! - sinto um gesto de carinho da sua mão no meu rosto. - Vamos para o sofá da sala.

Eu continuo mudo. Não quero falar desnecessáriamente. Sinto que se falar ou vou dizer o que não sinto ou vou acabar por chorar e ficar inconsolável. O sigo até ao sofá onde me encolho um pouco com a chávena de chá na mão.
Mew se senta no mesmo sofá se inclinando para ficar cara a cara comigo.

Mew - Thomas hoje veio me procurar porque precisava de me contar uma situação muito grave que envolve tanto a empresa como o meu nome. - ele começa a falar e eu já fico aguniado com as suas palavras. -
Não quero te envolver no assunto mas, resumidamente o padrasto do Thomas quer destruir a empresa e quer me culpar por isso. Ou seja, está em risco os empregos dos trabalhadores e eu posso ser preso também.

Gulf - O quê?? - digo assustado.

Mew- O padrasto do Thomas é um dos acionistas da empresa e como ele é um viciado em jogo é outras coisas ilegais, quer garantir mais furtuna e dinheiro para o bolso dele.
Ele quer dar o golpe e para isso está a usar o filho para conseguir o que quer.
Thomas está aflito porque se ele for seguir o plano do pai vai ter que incriminar alguém para o conseguir. Infelizmente essa pessoa seria eu porque eu comando a parte uma boa parte da conduta administrativa. Como ele não concorda em nada com o que o pai quer fazer ele não pode dizer simplesmente que não, a ele, porque assim não iria conseguir incriminar o pai.

Gulf - Como assim??

Mew - Se ele disser que não iria ajudar o pai, este contrataria outra pessoa ou provavelmente iria ameaçar alguém para fazer o trabalho sujo. Thomas quer colocar o pai na prisão. Ele não quer compactuar com o criminoso do pai. A solução foi me alertar e contar tudo para tentarmos chegar a uma solução o mais rápido possível.

Gulf - Eu não acredito que existe uma pessoa tão nojenta ao ponto de usar o filho para conseguir roubar dinheiro e... Incriminar inocentes.

Mew - Thomas está desulado e muito triste. Ele está realmente preocupado comigo e com a empresa. Ele não quer auxiliar o pai em nada. Ele o quer ver na prisão e ser julgado pelos crimes que já cometeu e quer cometer.

Não consigo dizer mais nada, sinto-me um idiota por ter entendido tudo errado.

Mew - Amor, provavelmente quando me viste no café... Não sei se deste conta que ele estava a chorar porque ele se sente culpado por tudo o que está acontecer. Eu como amigo dele não consegui ficar chateado com ele, pois ele não tem culpa nenhuma de ter um padrasto de merda.

Eu olho para ele com remorsos por ter pensado besteiras. Agora quem se sente culpado sou eu.

Mew - Eu tive que o consultar, até o namorado dele se juntou a nós com algumas ideias para conseguirmos uma solução para que a empresa não seja afetada com tudo isto.

Gulf - Namorado? Thomas tem namorado? - digo quase num sossurro.

Mew - Sim amor! - vejo ele se aconselhar mais próximo a mim. - Thomas tem um namorado! Uma pessoa super inteligente por sinal. Ele teve ideias que podem ser bastante úteis para conseguirmos fazer um plano contra o pai do Thomas.

Gulf - Amor desculpa!!! - falo em desespero com lágrimas no rosto.

Mew me abraça com força e eu sinto que ele me compreende, no momento em que ele fala com o rosto colado a mim meu coração de alguma forma se acalma.

Mew- Eu sei que provavelmente estavas a pensar outras coisas de mim, eu vi pelo teu olhar que ficaste surpreendido com tudo isto mas... Eu também percebi que no fundo tu confiaste em mim. No momento quando me viste no café, podias ter me enfrentado ou sair de casa, mas escolheste esperar que eu te desse uma justificação. Não foi? E sabes... Isso significa tanto para mim!
Significa que confias em mim, mesmo que tenhas visto com os teus próprios olhos que eu estava a interagir estranho com outra pessoa.

Gulf - Eu quando te vi não consigui ter reação, muito provavelmente se a raiva que eu senti se apoderasse de mim eu ia arranjar confusão. Então preferi vir para nossa casa para esperar que tu me desses uma resposta.





Autora :

Mew - Desde quando ficaste tão adulto?? Humm, meu bebé??

Ele faz vários carinhos no rosto e passa o polegar várias vezes sobre os lábios carnudos. Gulf tinha as bochechas vermelhas do choro e estava muito sensível ao toque.

Suavemente Supassit aproxima o rosto num pedido silencioso para que se beijem. Um beijo lento e confortável. Ele sentia que ambos ainda estavam muito assustados com tudo mas precisavam um do outro para acalmar os seus corações.

Mew - Eu te amo tanto bebê! E hoje me deste mais uma vez a prova que eu sou a pessoa mais surtuda deste mundo por te ter ao meu lado.

Gulf - Por que dizes isso? - perguntou manhoso pelos carinhos do namorado.

Mew - Várias razõe mas principalmente por não teres me acusado de nada diretamente. Simplesmente esperas -te pela minha declaração. Exigiste uma explicação sem me acusares injustamente de nada com palavras que me poderiam maguar.
Maguar tanto a mim como a ti. E isso... Isso é uma grande prova para mim. Uma prova que confias no meu amor por ti.

Gulf - Eu confio em ti. Eu realmente cheguei a pensar que podesses estar a me trair com o Thomas, mas lá no fundo algo me dizia para esperar... Não vou mentir que pensei em várias merdas e muitas delas incluía, no final, a tua cabeça num pote de vidro de conserva.

Ambos suspiraram e finalmente sorriram um pouco. Sentiam -se um pouco aliviados por um momento.

Mew - És perfeito amor, nunca duvides que o meu coração te pertence, sim!? És tudo o que eu quero, preciso, para ser feliz. Eu amo-te muito meu girassol!

Gulf - O meu coração também te pertence amor, ele é todo teu!

Um beijo apaixonado e carinhoso foi o final daquela conversa. Eles teriam que enfrentar coisas piores a partir de agora.

Agora as dores de cabeça que virão, são mais frequentes e complicadas de lidar.

No entanto o fato de estarem juntos e serem o apoio um do outro era o mais importante de tudo por agora.






Amor Sem Distância 2 MGOnde histórias criam vida. Descubra agora