Malhete

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Céu azul, sol ameno e pássaros cantando. É um belo cenário para se fazer justiça. Estou preparado. Podem me chamar de: "Juiz". Não pensem que é arrogância de minha parte. Só penso que tenho esse direito. Sou um cidadão consciente. Cumpro as leis e pago meus impostos. Não posso deixar que essa cambada de vagabundos que anda por aí saía impune. Vejam o meu malhete. Quero dizer: martelo. Acabei de dizer que não sou arrogante. Não há sentido em ficar de abordagem técnica. É meu martelo de juiz. Vocês sabem do que estou falando. Já assistiram a filmes americanos, nos quais os juízes batem os martelos nas mesas após aplicar as sentenças. É uma peça desse tipo que tenho em mãos. Mas a minha é feita de metal. Pretendo julgar, sentenciar e punir os infratores. É um modo muito mais prático. Sem essa de ouvir advogados de defesa e promotores. E nem quero esperar o juri deliberar. E me deem licença. Preciso atravessar a rua e continuar procurando.

Chego ao centro de cidade, próximo a um cruzamento. Paro na calçada. Aguardo um possível candidato.

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