CALEB
Nunca fiquei totalmente sóbrio depois que voltei para casa e isso tem sido a causa das reclamações de meu pai. Para o meu azar, as duas semanas que ele me deu estão chegando ao fim e não tenho a menor pretensão de seguir sua ordem.
Sigo o mesmo script todos os dias. Pela manhã mamãe tenta me convencer a tomar o lugar que é meu por direito, enquanto finjo concordar. A tarde Dafne insiste para que a ajude na criação de conteúdos, sempre a enrolo e não faço nada. À noite, durante o jantar o velho Afonso dá sermões sobre responsabilidade dentre outras coisas, fazendo-me cochilar a mesa.
— Se quer se tornar alguém que seu pai respeite e admira, precisa tomar uma atitude. A primeira delas é largar esse celular — o aparelho é tirado das minhas mãos e jogado sobre as almofadas.
— Nunca precisei provar nada a ninguém — deslizo o polegar pelo canto da boca exibindo um sorriso sarcástico.
— É aí que você se engana, filho — mamãe se senta elegantemente ao meu lado. — Se quer assumir os negócios da nossa família algum dia, vai precisar conquistar a confiança do Afonso. Caso contrário, nunca vamos ter o controle que tanto lutamos para conseguir.
— Não sou eu quem quer o controle de tudo, então por que devo parar de viver do meu jeito? — coloco a perna sobre a mesa de centro.
— Seu imbecil! — a mulher parece realmente chateada. — Até quando pretende continuar interpretando o papel ridículo de filho rebelde? Não acha que os anos que passou fora de casa foram o suficiente para desfrutar da sua liberdade e agora precisa tomar jeito? Estou cansada de tentar fazer o seu pai te enxergar, precisa tomar alguma atitude.
Mordo o lábio inferior e balanço a cabeça. Ela não tem o direito de fazer com que me sinta culpado, não quando é tão culpada quanto eu.
— Tem alguma ideia de como posso fazer isso? — a encaro de soslaio. — Porque não existe absolutamente nada que faça Afonso Aguiar acreditar que seu filho é capaz de ser um homem como ele.
— Não precisa ser como ele — mamãe desvia o olhar.
— Como o meu tio, então? — a vejo endireitar os ombros. — Segundo papai, Ângelo Aguiar era o deus da hotelaria e conseguia resolver qualquer problema que aparecesse.
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Cruel Amor (EM PAUSA)
FanficCaleb Aguiar nunca pensou muito nas consequências dos seus atos até que, em uma maldita noite tudo mudou e o seu mundinho desabou trazendo todos os seus demônios à tona. Rebeca Araújo acredita fielmente na bondade das pessoas, mesmo quando elas a ma...