why do I still wait for you?

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Naquela noite fria, eu deixava meu suspiro. Felizmente um suéter preto grande cobria todo meu corpo gelado, o inverno havia chegado na cidade e com ele toda a minha solidão.

"Uma mulher bonita como você não deveria se deixar ficar tão sozinha", minha amiga constantemente me dizia. Talvez fosse até verdade, o reflexo exposto no vidro embaçado poderia confundir quem o vira. Mas meu foco foi logo atrás de mim, onde um grupo de homens entrava na boate rindo alto. Qual a tamanha graça? Fazia tempo que meu sorriso alegra o dia de alguém desta forma.

Entrei pela mesma porta, quase de forma imperceptível por tão silenciosa. Uma sexta-feira sempre trazia tantas pessoas a lugares com álcool como aquele. Mesmo com tanto barulho, meus ouvidos pareciam abafados e minha visão toda destorcida como aquele video de anteriormente. Meus olhos focavam naquele certo moreno, os deles traziam a troca de olhares mais intensa que tive.

Mesmo com aquele sentimento de estar sendo observada, este que fez meu corpo voltar a uma temperatura amena, continuei meu caminho até o bar. Eu estava lá pelo mesmo motivo de todos: o vício na única coisa que poderia trazer paz para minha cabeça que, mesmo vazia, trazia tantos distúrbios para minha vida.

Não tive tempo de pedir uma bebida e aquele homem já estava ao meu lado, me abraçou com um papo cativante e manteve contato físico por meio de uma mão que se mantinha esbarrando em minhas coxas cobertas pela calça jeans. Toda a conversação quase que camuflava por completo o seu olhar sedutor sobre mim, ou melhor, até meus peitos.

Em situações comuns eu iria apenas deixar o local e voltar a comodidades de minha casa, mas naquele momento eu estava mais confortável do que nunca. Um estranho como aquele, me mantendo tão curiosa merecia o mínimo de minha atenção.

E então meu cérebro se viu dando várias desculpas para que eu continuasse ali. Vamos, apenas aceite que os toques e olhares traziam-lhe o fogo que precisava para seu momento de maior frieza. Eu não cheguei a tocar um dedo em minha bebida, minha garganta já estava com o fervor de suas palavras inteligentes que constantemente mantinha um sorriso em meu rosto desnudo.

"Desculpa, mas eu não danço..." eu neguei ainda rindo. Ele se levantou e dançou pra mim. Mesmo que de forma atrapalhada em meio a tantas pessoas que até agora não havia reparado existiam, seu corpo acompanhava perfeitamente a batida da música calma e sensual. Somente eu estava sentido como se o verão chegaste novamente?

Meu celular apitava, minha irmã me mandava mensagens perguntando onde eu estava. Como dizer a ela que nem eu mesma sei? Provavelmente no mundo da lua, ou no mundo daquele moreno alto de toques quentes que bebia um vinho de forma tão sensual que me fez mordiscar meus próprios lábios.

"Quantos anos você tem?" "26" "Perfeito. Namorado?" "Não" e a partir daí seu olhar mudou para algo mais agressivo – o que por algum motivo eu gostava. Sem perceber, eu estava tentando chamar sua atenção, minha camisa de botão que costumava transparecer minha formalidade, agora estava aberta pela metade, liberando o início de meu sutiã e com ele um pouco de meus seios não fartos.

Sua mão acariciava a minha sobre o balcão, seus lábios se movimentavam tão devagar trazendo palavras poéticas para meus ouvidos que se mantinham escutando apenas a ti. Talvez fosse algum tipo de sereia em forma masculina, e essa sereia com certeza iria me levar para as profundezas de forma hipnotizante... Não é como eu já não estive perdida nas profundezas do teu olhar negro.

Já era tão tarde, eu temia que o Sol aparece e tentasse roubar seu brilho, mas isso era quase que impossível. "Eu te levo em casa, você parece bem bêbada" ora, eu não bebi nenhuma gota de álcool, até onde me lembro. Porém ficar sozinha contigo não era a pior ideia, então me deixei ir com a sereia.

No silêncio do carro minha mente me torturava, estaria eu muito parada? Não iria me fazer de inocente em uma situação daquelas. Bem, essa situação sendo ele dirigindo de forma tão atraente enquanto mantinha sua mão direita sobre minha coxa. Teria o moreno uma queda por pernas? Sobre as minhas ele poderia cair, com certeza.

O caminho não era longo, mas foi o suficiente para que eu tomasse a minha única gota de coragem quando ele parou o carro. "Quer entrar?" seu sorriso sacana respondeu antes de suas palavras quase que sussurradas. Então ele se pôs a quebrar qualquer barreira moral entre nós quando me beijou intensamente em frente de casa. O que os vizinhos vão pensar? Ou será que eu me importo com isso?

Quando entramos em meu quarto eu estava em seu colo, agarrando seus fios negros firmemente enquanto deixava nossas línguas lutarem lado a lado e como eu gostava desta luta. Novamente me peguei pensando sobre o inverno, seria este moreno o meu verão de uma noite? Me trazia calor mesmo em meio aquelas águas frias que eu sabia que eu estava afundando.

Não demorou muito para que estivéssemos como viemos ao mundo, eu me entreguei a ele de forma fácil e dada. Pela primeira vez em muito tempo, não relutei e muito menos guardei minha voz enquanto me beijava em minhas áreas mais restritas. Eu agarrava os lençóis ferozmente, em contraste com sua destra que massageava meu seio de forma lenta e sem pressa. O único momento que o homem não teve pressa.

Em seguida eu já estava sobre si. Meu rosto de prazer transparecia o fato de eu estar preenchida por seu membro pelo mesmo momento que eu me movimentava sobre este. Dei tudo de mim ali, literalmente. Agora, nossos corpos suados entravam em constante contato por meio daquele sexo intenso que iria me manter acordada pelos próximos momentos.

Falando de forma clara, ele me comeu. Ele me comeu inteiramente, até mesmo de alma por seus toques tão profundos sobre minha pele que me fazia chegar tão perto do paraíso diversas vezes. Porém ambos queriam mais. Aquela sede por sexo me tomou totalmente, eu o perfurava com minhas unhas mal cortadas, o trazendo para mais perto de mim enquanto sussurrava o quanto eu estava gostando em seu ouvido. Lhe aticei.

Quem diria que você realmente dançava tão bem, mas não só dançava como cantava. Ou pelo menos era o que me parecia o som de seus gemidos grossos perto de meus lábios no mesmo momento em que me dominava de quatro. Me preencheu novamente.

Até me coloriu o rosto com seu sêmen, seu rosto de prazer me fez sorrir de orelha a orelha. Mesmo enquanto tão cansada, eu sorria para ti, tentando lhe atrair e dar uma de sereia. Ele riu junto, me empurrando de volta para o colchão e me lambeu da vagina até o pescoço. Iríamos de novo.

Pela manhã o inverno já havia me consumido. Meu corpo desnudo ainda prevalecia sobre a cama, agora vazia. Eu estava confusa. Confusa e cansada, tão cansada. Meu quarto transparecia isso, aquilo era meu sutiã em cima da porta?

Vesti uma camisa grande qualquer e fui tremendo até a cozinha, passando um café enquanto sentia as memórias voltarem como um vidro desembaçando e minhas bochechas me traziam a única fonte de calor do momento.

Abracei meus próprios braços, de repente a saudade bateu sobre minha cabeça. Este era meu problema. O fato de que o belo homem já havia deixado a casa pela manhã me incomodava, era como se tivesse ido embora com um pedacinho de mim. Pelo menos poderia o emoldurar?

Suspirei me deixando voltar até meu quarto, onde afundei meu rosto sobre os lençóis bagunçados que funcionavam como recordação da última noite. Ha, ele me dominou por completo e eu me deixei levar. Seria isso uma coisa ruim? Eu realmente esperava algo diferente? Eu queria algo diferente?

Agora eu encarava o teto com um ponto de interrogação sobre mim. Liberdade sexual, vamos, me deixe ter uma noite maravilhosa que me serviu como forma de aquecer esse período de frio intenso. Acredito que meu problema agora é querer mais. Eu não aguentaria, mas eu queria mais. Até porque eu ainda podia sentir seu toque pesado sobre minha pele nua sem vergonha.

Superarei.

Mas eu ainda me pergunto... qual era seu nome?

the visitor (ONESHOT)Onde histórias criam vida. Descubra agora