1- Um Walther nunca cai.

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    Ódio, Ódio, Ódio.

  Eu odiava me mudar.
Odiava mudar de escola.
Odiava ser vista como um rostinho novo do qual alguns via como qualquer, outros viam como aperitivo novo em folha e outros viam como uma ameaça. -ok, esse último é mais pras garotas-. Eu odiava tudo em se mudar.
Tudo era novo, e eu não gostava disso.

   — Consigo ouvir seus pensamentos gritando da qui! — Disse minha mãe me olhando pelo espelho do carro.

  — Que bom então que eu só tô penssando coisas boas! — Abri um sorriso sarcástico pra ela.

  — Quem sabe se você não  tivesse colocado fogo na sala de aula, a gente ainda não estaria em Stenfford.

Abri um sorriso ao lembrar dos gritos da professora de história. Aquela velha nunca mais vai puxar orelha de ninguém.

— Mas de toda forma tenho certeza de que Denver vai ser um lugar legal. — Continou ela.

  — Ah, Disso eu duvido. — Resmunguei.

— Qual é o dilema da nossa família? — Perguntou ela com o tom reprovativo.

  — Nunca deixar o papai ir comprar cigarro? — Perguntei irônica e ela me olhou com reprovação. — Tá tá. — Dei de ombros. — Um Walther nunca cai.— Resmunguei. 

  — Exato, nós nunca caímos! — Disse ela. — E se cairmos, levantamos com o dobro de força.

  — Ok, Dona Gilmer, a onde quer chegar com esse papo motivacional as 6:00 da manhã? — Perguntei impaciente.

  — Só quero que você entenda, Clary: que não importa a situação, tem que se manter firme e disposta a lutar. Seja pra melhorar ou sair dela. — Disse minha mãe com um olhar triste.

  — A senhora não tá mal só por minha causa, né?!

  Não sei oque deu em mim em ainda perguntar. O fim do casamento da minha mãe estava próximo. E ela nitidamente estava longe de estar bem. Por um lado eu ficava feliz por ela penssar em largar o traste do Bily. Mas por outro... Eu sabia que ela o amava e que aquilo era torturante...

  — Olha, veja! — Disse ela olhando pela a janela. — Chegamos. 

  Ela não me respondeu. Então eu presumir que a barra tava difícil mesmo de segurar... eu só queria dar um pouco de alívio a ela. Por isso prometi que iria me comportar.

Descemos do carro, e de longe vi uma figura em pé que eu conhecia muito bem. As madeixas louras não enganam a ninguém.

  — Veja querida, Vancer. — Disse minha mãe indo até o porta malas. — Seu primo está tão crescido.

   O louro veio em nossa direção arrumando os fios bagunçados na cabeça e sorriu involuntariamente ao diminuir a distância até nois.

  — Conseguiu sair do reformatório, priminha? — Perguntou ele com aquele tom de sarcasmo.

  — Conseguiu sair do 5° ano, priminho? — Questionei com um sorriso falso e ele cerrou os olhos.

  — Você consegue me deixar sem argumentos. Droga! — Ele disse pra si mesmo. — é por isso que sempre foi minha prima favorita.

  — E a única também né? — Lembrei ele.

— Esquece essa parte! — Ele deu de ombros.

Vancer me deu um abraço apertado e me girou me conferindo.

  — Uau, tá uma gata! — Disse ele me fazendo rir.

   Minha mãe logo chegou ao nosso lado com as malas e foi nítida a empolgação de Vancer ao vê-lá. Talvez, não fosse ruim. Quem sabe eu conseguisse me adaptar.

  — Vem, vamos! Bily está nos esperando na nova  casa! — Chamou minha mãe enquanto Vance pegava as malas.

    — Vejo que ainda gosta de bandanas. — susurrou Vance reparando no meu cabelo.

  — Você tem que ver como elas são boas pra enfocar alguém! — Susurrei de volta e rimos.

O dia havia passado de forma rápida. Não tive tempo para conhecer mais sobre o lugar pois estava ocupada com a mudança. Vance prometeu que me levaria para conhecer lugares maneiros, só espero que a cadeia não esteja incluída.

A casa não era ruim. Tinham quartos espaçosos, ficava em um lugar bom e movimentado até. Éramos quase vizinhos dos Hopper. A única coisa detestável, era meu padrasto. Onde aquele homem tava estragava o ambiente.

  — Você não devia tá dormindo? — Perguntou ele com aquele tom detestável.

Eu estava na cozinha, ainda deveria ser umas 21:00 da noite. E eu como uma boa adolescente em fase de crescimento, sinto fome frequente. Nada de errado em fazer um lanchinho.

— Você não deveria está roncando enquanto fingi assitir tv? — Perguntei irônica. — Achei que era isso que os velhos carecas faziam.

— Olha a boca sua insolente. — Disse ele com a voz pesada. — Não me faça lhe ensinar bons modos. — Ele me olhou de cima a baixo.

  Ignorei aquilo mesmo sentindo total repulsa. Aquele nojento...
Assim que passei por ele e estava prestes a deixar a cozinha, parei.

— Cuidado, ouvi falar que aqui eles odeiam carecas fedorentos. — Falei e sai.

  Quando cheguei ao quarto, me sentei na cama e devorei de forma apressada o sanduíche de queijo que eu havia feito. Me preparei de forma leve e rápida para durmi. Amanhã terei aula cedo. Escola nova. De costume, eu me atrasaria só pra fazer pirraça. Mas prometi que ia mudar meus hábitos.

  Bom de toda forma, é bom começar com o pé esquerdo... ou é direito? Ah, Que se foda. Boa noite cidade de Denver.


   Notas da autora:

Primeiro capítulo curtinho! Oque estão achando? Bom esse é uma prévia de tudo que vem pela a frente. Deixem sua avaliação, porfavo! Me ajuda muito a saber oque acham do meu trabalho. Beijos.

fight for youOnde histórias criam vida. Descubra agora