Luggos

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— Ahhhh, eu já vou!

Tétia já estava enrolando sua mãe por quase vinte minutos, mas finalmente não teve mais como seguir com isso. Foi ao supermercado fazer o que a mãe tinha pedido.

Andava cantarolando, a menina, enquanto seguia até o mercado, comprar algumas coisas para sua casa.

No meio do caminho, Tétia sentiu uma sensação que nunca tinha sentido antes.

Ela olhou pra um lado, buscando algo que nem sabia o que era. Olhou pro outro, mas nada. Até que olhou bem pra frente, e a sensação que sentia palpitou tão forte que fez sua mão esquerda vibrar. Começou a buscar, com os olhos, bem concentrada, algo que fizesse sentido... até que achou...

Na sua frente, Ada.

— O que... essa menina tem? — Perguntou Tétia a si, enquanto fazia caras e bocas, parecendo uma investigadora.

Decidiu ir atrás...

Enquanto Tétia andava por meio de algumas pessoas e alguns postes, Ada parecia meio perdida nos pensamentos, tão relaxada...

Ada pensava em tantas coisas, perdida, nos pensamentos profundos de sua cabeça (e quão profundos eram).

Então, uma mão em seu ombro.

— AHHHHHHHHHHHH! — Ada.

— AHHHHHHH! — Tétia.

Parece que, com o toque de Tétia no ombro de Ada, além do susto, Ada sentiu uma sensação parecida com a sensação que Tétia tinha sentido ao vê-la, mas muito mais forte, que entrou pelo tornozelo e correu vibrando até a ponta dos cabelos.

— MEU DEUS DO CÉU, QUEM É VOCÊ?! — Interrogou e exclamou Ada.

— Calma, calma!

— Que susto, menina!

— Hahahahah! Calma... — Apaziguou Tétia.

— Nossa...

— Então... É... — Pausava Tétia — Eu te conheço?

— Ah... não? Eu acho que não... — Dizia Ada.

— É que... eu sei que vai parecer estranho, mas eu senti uma sensação estranha quando olhei pra você...

— Olha, moça, se isso for uma cantada, é que na verdade eu não tô buscando conhecer ninguém assim atualmente...

— Não! Não é isso, sério! Se fosse, eu não usaria cantada, eu seria mais direta. — Exclamou Tétia sem vergonha alguma na fala.

— Ah...

— É que... foi uma sensação que nunca senti antes, e que não sei explicar. Sei lá, vai que a gente se conheceu há muito tempo e eu não lembro. De qualquer forma, desculpa. Haha. — Disse Tétia, pondo a mão no ombro de Ada enquanto se despedia.

No momento em que a mão de Tétia pousou no ombro de Ada, a sutil capricorniana sentiu algo...

O que... — Vagou nos pensamentos.

— Moça, espera...

— Hum? — Disse Tétia, enquanto virava para trás.

— Eu... — Ada parecia querer encontrar algo enquanto olhava para o corpo de Tétia.

Em silêncio, Ada ergueu a mão, e tocou no braço de Tétia.

E mais uma vez, a sensação. Dessa vez, nas duas.

— Uoou! — Exclamou Tétia — O que foi isso?

— Exatamente! Foi o que senti quando tocou no meu ombro...

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