"-Por que o teto do seu palácio é uma nebulosa morta?
-E porque não poderia ser?
-Isso não é uma resposta.
As duas esferas obsidianas que são os olhos negros do demônio brilham de divertimento direcionado para o anjo.
-Talvez ela me lembre você?"
Muito maior que o mais alto dos prédio,erguendo-se do chão por entre e para além das nuvens,duas imagens angelicais permanecem imóveis como estátuas.
Seus corpos gigantescos estão cobertos permitindo que apenas os contornos de uma cabeça e ombros sejam notados por baixo do tecido que se estende até o solo. Uma das figuras está na frente e a outra fica posicionada o que em proporções de tamanho é equivalente a "um pouco mais atrás"da outra.Ambas só tem uma asa casa uma. Uma delas tem a asa esquerda aberta e erguida alta no céu e a outra tem apenas a direita na mesma posição que a asa da outra. E ambos estão levemente curvadas como se estivessem olhando para baixo.
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Todo dia os humanos caminham pelas ruas desta cidade sem ver as enormes figuras que os observam a todo instante.
Para olhos comuns não existe nada entre os antigos prédios além de nuvens e pássaros, porém,para os que não são humanos ou para os que conseguem ver atravéz do véu que espera o físico do espiritual as grandes figuras dizem tudo que precisam saber.
Essa cidade é habitada por anjos.
Para Amamiel, ver as estátuas não é algo surpreendente. Afinal, ele é...era um dos anjos que olhavam pelas pessoas desse lugar.
O que o fez parar no meio da praia do lago, entre as várias pessoas que costumam procurar as ruínas dos prédios que uma vez foram habitados, e olhar o céu em direção as figuras foi que antes eram três delas e não apenas duas.
Uma estátua para cada anjo que vive aqui.
Uma gigantesca representação da presença divina e também um aviso para tudo aquilo que é maligno e tente fazer o mal.
A estátua de Amamiel não existe mais.
Os outros dois anjos que aqui trabalham já sabem que ele foi banido.
Amamiel não é mais um dos vagalumes.
A falta de sua estátua é um lembrete de que ele não atua mais sob o nome do grupo que fez parte por dois séculos.
Chega a ser hilário de uma forma estranha.Pelo menos para o anjo.
Ele nunca conheceu os outros dois anjos as quais as estátuas restantes pertencem e eles também não o conheciam e nem conhecem um ao outro. Porém agora,ambos sabem quem ele é.
Sabem seu nome e o que ele fez para ser banido.
Por dois séculos ele foi apenas mais um de milhares que desceram para o plano terreno.
E agora todos sabem quem ele é seja no céu ou na terra.
Amamiel não devia,mas ele deixou que um pequeno sorriso puxasse os cantos de seus lábios para cima enquanto virava as costas para aquelas duas estátuas.
O anjo manteve seus passos constantes se afastando mais da parte ativa da cidade. Conforme se afastava mais e mais restos do que um dia foi uma grande metrópole humana apareciam no caminho do anjo. Os restos de estradas e o que um dia foram edifícios e casas num cenário monocor enferrujado e sendo comidos pelo tempo são todo o cenário que o acompanha. Amamiel anda até onde existe os destroços do que um dia foi um muro.
