Primeiro Amigo.

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Star não sabe o que fazer. Acabara de atravessar um portal mágico, nem mesmo sabendo que isso era possível — é bastante cética.

Star nunca teve acesso a muitas informações do lado exterior, seu pai sempre a privou disso; passou a vida estudando em casa e nunca teve amigos. Sua melhor amiga era a noite, pois nela, podia desabar sem que seu pai reprimisse suas lágrimas.

— Onde estamos?

É a primeira coisa que a garota diz após o portal se desfazer no ar. Está em uma sala escura, pouco iluminada — nem mesmo a sombra pode ser vista.

— Estamos em casa — diz Maggie, andando perfeitamente pelo escuro. Conhece todos os metros quadrados do cafofo.

Acendendo a luz, Amaya sorri ao ver que Star está parada à sua frente — não está mais tentando fugir. Isso soa estranho.

— Em casa?

— Essa não é a sede oficial, apenas um... esconderijo, eu acho — Amaya improvisa, pegando na mão de Star, que a empurra no mesmo segundo.

— Não me toca — Star a olha assustada. Recebe recebe um olhar confuso de Amaya, mas não vai tentar desvendá-lo — por favor.

Amaya concorda com a cabeça, indicando-a contra a porta. Star entendeu o recado.

Não demora para seguir os passos de Amaya, que as levam para um cômodo muito mais espaçoso e iluminado.

As paredes são claras como neve e há uma mesa no centro, com cadeiras brancas ao redor. Todo o espaço é extremamente claro.

— Aqui tem luz — Star cerra o olhar contra os quatro cantos.

— Tem, sim. Aqui é a sala de estar, o lugar destaque do... esconderijo. Não definimos um nome ainda para isso aqui, mas não podemos ir para a sede principal! Não agora!

— Por quê?

— Há grandes riscos de um ataque inesperado ocorrer na sede, então só ficamos lá quando é uma ocasião importante. Há poucos de nós aqui no esconderijo. A maioria está em suas casas, com suas famílias — Amaya sorri, andando pelo local. Se posiciona ao lado da imensa porta de cor pastel — nem todos nós temos uma.

Amaya abre a porta e é quando um novo alguém surge — um ser de pele azul esverdeada, um tanto incomum. Imediatamente ele se assusta ao ver Star ali.

— Uma humana! — Grita, saltando do chão. A tonalidade de sua pele se transforma; agora ele tem a cor de pele de um humano. Ele corre até Star, jogando suas mãos no ombro da garota, sacudindo-a. — Você não viu nada, tá legal?

O ser é Kayge Dellubi. Sente vergonha de sua aparência real, de sua raça, de tudo que o faz ser quem é. Está sempre se escondendo atrás de aparências das quais não a pertencem. Não tente convencê-lo de que ele merece amor, Kayge não irá te ouvir.

— O quê? — Star arregala os olhos. Quer descobrir como ele pode alterar sua aparência com tanta facilidade.

— O que acabou de ver?! — Kayge está gritando.

— Eu não sei... você está me machucando.

— Me diga o que acabou de ver!

— E-Eu...

— Por favor, eu só quero que...

— Tire as mãos de mim!

Star berra ao erguer o queixo contra Kayge. É quando o garoto é arremessado para trás, atravessando duas paredes de uma só vez — cai ajoelhado no chão da cozinha, sentindo uma imensa dor nas costas.

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