Basta: Aimee o deixa outra vez.

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Star se pergunta o que fazer. O que não fazer. Se seu pai estivesse presente, estaria chamando-a de inútil por apenas olhar.

É estranho estar vendo pessoas ao seu redor se digladiando enquanto você nem mesmo teve tempo para pensar sobre sua nova vida.

— O que vai acontecer?! — perguntou ao apertar a mão de Kayge.

Ele sorriu.

— Eu não sei — sussurrou — do jeito que está, teremos que machucá-la de verdade, mas Jeremy não quer isso!

Isso é verdade. Jeremy poderia ter matado Aimee quando cercou seu tornado com terra derretida, mas quis apenas se defender.

— Eu me rendo.

Aimee proclamou, ficando de costas para a antiga equipe. Jogou os braços no ar, com a esperança de que encontrassem verdade em sua fala.

O quê? Espera aí, isso não pode estar acontecendo. Como ela sequestra um jovem em estado de vida ou morte, inicia um conflito, destrói uma parte da cidade e logo após levanta bandeira branca?

Maggie estava pronta para arremessar um dos postes contra a ex-companheira, através de sua telecinese. Jeremy a impede apenas tocando seu ombro.

— O quê? — gritou Jeremy. Quer ter certeza de que a garota do pincel está mesmo falando sério.

Star agora aperta o braço de Kayge, o puxando para perto. Ela não sabe porquê, mas se sente segura ao lado do rapaz.

— Isso com certeza faz parte de seu plano, Jeremy! Aimee tem sido bastante rasteira. Ela não está pra brincadeira — Amaya alertou ao sussurrar no ouvido do companheiro — uma estratégia!

— Consegue ver algo com os olhos?

— Não.

Amaya pressiona sua visão, a direcionando metros à frente — a mesma direção onde Aimee está; com seus braços para o alto e estática.

— Talvez ela tenha repensado suas atitudes. Mas não podemos confiar!

Jeremy junta os quatro primeiros dedos,  levantando-os delicadamente para o alto.

É quando uma onda de areia surge do chão, se agarrando às pernas e braços de Aimee. O corpo da garota é coberto em menos de três segundos. A areia se petrifica, deixando a inimiga completamente imobilizada. Aimee sente dificuldade até mesmo em respirar.

— Eu sou um clone.

Essas foras as últimas palavras de Aimee antes de seu corpo começar a entrar em estado de decomposição, se derretendo por completo. Onde haviam ossos, não há mais.

A geleia em que se tornou o corpo de Aimee escorre pela areia, alcançando o chão: logo após desaparece sem deixar rastros.

— Eu estou aqui — Aimee caminhou até seus antigos amigos, ficando à alguns metros de distância deles. Agora todos se viram, a vendo — eu não sou um clone. Não agora.

— Ela está falando a verdade! Sua energia está mais densa agora!

Yang gritou para ter a certeza de que todos o ouviram.

— O que quer? — Jeremy enfim perguntou.

Não é como se fosse Aimee ali. O líder jamais poderia imaginar que a garota os trairia algum dia.

— Nada.

É quando uma ventania brada, jogando os cabelos dos desumanos para o alto. Os dentes se degladiam por alguns segundos. Após o vendaval, Frangie surge nos braços de Aimee. Ele não está abaixo de máquinas. Seu corpo humano está ali. É como vê-lo pela primeira vez. Sem fios robóticos por todo seu corpo, sem o capacete tecnológico que cobria sua cabeça e sem selos espalhados por todos os membros.

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