Invisible string

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A chuva caia do lado de fora da livraria fazendo as pessoas na rua buscarem refúgio da tempestade, muitos entravam no local fingindo que procuravam por um livro, mas as pessoas daquela região não eram realmente leitores assíduos.

A chuva que caia lá fora também lembrava a S/N que seu 21° aniversário havia chegado, seus pais sempre ficavam mais empolgados nessa época do ano talvez essa fosse a maneira de faze-lá esquecer o seu mundo monocromático. Apesar de já ter falado que já não se importava mais com isso, ela se sentia feliz trabalhando na livraria e saindo com os poucos amigos que tinha.

- Então, o que você acha? - Perguntou Jessy - Você não estava me ouvindo?

A amiga começará seu monólogo muito cedo naquele dia e mais uma vez reclamava sobre como Richy a deixava estressada por ser "bonzinho demais", já estava realmente cansada de ouvir aquilo sempre e só respondia na maioria das vezes com um "sim" ou "você tem razão".

- Desculpe, Jess, me distrai com a chuva - Encarou o rosto levemente irritado da amiga - Mas o que você estava dizendo?

- Estou dizendo que nós deveríamos sair na noite do seu aniversário, eu, você, Dan, Richy e Phil - Ela contava nossos amigos nos dedos - Podemos ir a alguma festa vi algumas planfetos sobre festas próximas ao templo.

- Ou seja, festas dos filhos do Sol. - Segurava a vontade de rir - As coisas não estão boas entre o nosso povo e eles.

Um sorriso conspirador começou a surgir no rosto dela fazendo com que S/N pudesse perceber que qualquer chance de negar o convite seria inútil, ela já havia planejado tudo.

- Lembra que nos fantasiavamos quando crianças?

- Sim - Suspirou sabendo exatamente onde aquela conversa chegaria.

- Acho que devemos fazer isso mais uma vez e por que não no seu aniversário - Enfiou a mão na grande bolsa que carregava e tirou dela um pacote jogando-o no balcão. - Lentes e uma peruca se vc quiser usar, mas seu cabelo é lindo.

- Você já contou essa sua incrível ideia para os outros?

- Claro!! Eles adoraram - Falava enquanto saia da livraria correndo para fugir da chuva.

Será que este ano vai nevar? A garota suspira saindo do balcão para organizar alguns livros e limpar toda a sujeira que vinhera nos sapatos das pessoas.

(...)

S/N fechará finalmente a livraria no final do dia um pouco antes do fim do seu expediente, mas quem repararia que ela havia saido dali cedo? "Ninguém" essa resposta qualquer um dos moradores do lado norte da cidade sabia.

Agradecerá internamente quando perceberá que conseguiria chegar em casa completamente seca porque a chuva havia parado a algumas horas e assim seguiu seu caminho de sempre pegando os atalhos mais convenientes até sua aconchegante casa no fim de uma rua que os moradores do lado sul poderiam considerar desastrosa.

Mas aquilo não importava para ela, as velhas árvores que antes eram cobertas por folhas e hoje possuiam apenas galhos finos e secos eram agradáveis e com certeza guardavam memórias da sua infância naquele lugar.

Sorria ao lembrar do desespero de seus pais que não sabiam o que fazer quando a viram chegar em casa com o braço quebrado após cair de uma daquelas árvores.

- Mãe? - Gritou ainda da porta assim que chegou em casa tirando os sapatos.

- Estou aqui na cozinha, querida.

Foi em direção a cozinha, deixando sua bolsa jogada em cima do sofá da sala, quando chegará ao local encontrou seus pais escondidos atrás de um pequeno bolo com várias velas.

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