Continuação da historia de KimChay seguindo os acontecimentos da serie KinnPorsche.
'' Tudo que envolvia Porschay me deixava completamente perdido, com toda certeza ele era a minha maior fraqueza, e talvez por isso o meu medo e o meu egoísmo tenham...
Sair daquele quarto e fechar aquela porta foram uma das coisas mais difíceis que eu já havia feito em minha vida. A voz furiosa de Chay ainda martelava a minha mente enquanto eu cruzava o enorme corredor daquele hotel que parecia não ter fim. Vi alguns guarda costas desesperados de Akemi correndo para ajudá-la enquanto ela mesma estava desesperada para sair dali, e como se as coisas à minha volta ocorressem em câmera lenta, eu só conseguia ver tudo acontecendo diante dos meus olhos, como se a minha existência fosse apenas a de um espectador. A dor no meu interior era tão grande que eu não conseguia mais raciocinar o que estava se passando à minha volta e só recobrei meus sentidos quando já estava na rua do hotel checando se Akemi e seus guarda costas estavam longe dali.
Subi na Ducati vermelha e fui para longe do grande hotel luxuoso no centro da cidade. Senti o vento frio da noite soprar sobre o meu rosto enquanto meu coração era acertado com força pela culpa. Eu precisava fugir daquele lugar, fugir de toda dor que me acertava, fugir de mim.
Inconscientemente estacionei em frente ao Hellfire e entrei, ainda haviam muitas pessoas no Pub e com toda certeza a noite seria longa por ali, e era exatamente disso que eu precisava, uma noite longa onde eu pudesse beber tanto ao ponto de esquecer até da minha própria existência.
Sentei no bar fora da zona VIP, as bebidas por ali não eram tão sofisticadas mas eram baratas o suficiente para que o meu dinheiro pudesse bancar quantas doses fossem necessárias e assim eu o fiz. Foram várias rodadas de whisky, vodka e cachaça, eram bebidas fortes que com certeza derrubariam até um touro mas que não pareciam surtir efeito sobre mim.
Eu ainda lembrava da sua expressão irritada, dos seus olhos de desprezo e dor, e principalmente, lembrava do quanto eu o havia machucado, e todos esses pensamentos continuavam me assombrando e esmagando o meu coração. Chay foi a única pessoa que me olhou de verdade, foi um amigo com que eu pude me abrir de forma honesta, foi alguém que me fez perceber que ainda havia bondade no mundo, mas tudo isso foi dilacerado quando eu entreguei a pessoa preciosa dele nas mãos do diabo, e com toda a razão ele havia motivos para me odiar e isso era o que mais me machucava.
Após mais alguns copos e horas de auto culpa, sinto uma mão segurar os meus ombros e com o resto de racionalidade que eu tinha, tento identificar de quem poderia ser esse toque.
-Você parece terrível, sabia?- a figura estranha senta ao meu lado enquanto toma o copo da minha mão e bebe o restante da minha dose de vodka.
-Já estive pior.- respondo indiferente enquanto peço mais um copo para o garçom.
