Neste último capítulo do livro, iremos esclarecer ao leitor, principalmente se ele for um principiante da doutrina, o que vem a ser um Espírita.
Começaremos com uma explicação de Kardec, contida na introdução da obra: O Livro dos Espíritos:
Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista e espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não
se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.
Como vimos, as palavras Espiritismo, Espírita e Espiritista, foram criadas por Kardec. Elas surgem quando da codificação da doutrina e não poderiam existir antes disso.
Se formos procurar nos dicionários, ser Espírita significa: Relativo ao Espiritismo; doutrina espírita; pessoa partidária do Espiritismo; Espiritista etc. No entanto, para muitos desconhecedores, se formos perguntar o que é ser Espírita, poderemos ouvir as mais diversas respostas. Ex: - são aqueles que mexem com os mortos; - são aqueles que frequentam os terreiros; - são os que acreditam na vida após a morte; e por aí vai.
Contudo, ser espírita é ser um servidor fiel nas hostes do Cristo Jesus. É amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Mas, não pense o leitor que aqueles que são espíritas são especiais, santos, iluminados, evoluídos, escolhidos, missionários ou qualquer coisa do tipo. Absolutamente! O verdadeiro espírita sabe das suas limitações. Sabe da sua condição de espírito ainda inferior. Mas também sabe de que Deus sempre os dará muitas oportunidades de crescer e de ser feliz.
André Luiz, com muita propriedade nos diz que: Existem os Espíritas Doutrinados e os Espíritas Evangelizados. O doutrinado é aquele que professa o Espiritismo. O evangelizado é aquele que o pratica. A diferença é enorme.
Mas, continuando com Kardec, ainda na mesma obra acima citada, em suas: Conclusões, vamos encontrar um excelente resumo sobre o Espiritismo e também sobre ser um adepto. Vejamos:
O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia que delas decorrem e o da aplicação desses princípios. Daí, três classes, ou, antes, três graus de adeptos:
1º os que creem nas manifestações e se limitam a comprová-las; para esses, o Espiritismo é uma ciência experimental;
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume I
SpiritualTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...