12. Iniciando na Doutrina Espírita

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O Espiritismo, apesar de estar com os homens há cento e cinquenta e cinco anos, ainda sofre, por parte de muitas pessoas, um grande desconhecimento acerca do que ele representa como doutrina filosófica e científica, mas, principalmente, no que tange a seu aspecto religioso.

Muitos são os que não o conhecem em sua profundidade.

Em virtude disto, formam-se ideias preconceituosas e deturpadas acerca do mesmo, muitas vezes confundindo-o com o sincretismo religioso das doutrinas africanistas.

 Não podemos deixar de mencionar também, a existência daqueles que, apesar de frequentarem suas reuniões já a algum tempo, ainda não perceberam o alcance que essa Doutrina possui, inclusive para dar um novo horizonte em suas vidas, quase sempre tão carentes de fé, amor e compreensão acerca de Deus, e de todas as leis que ele estabeleceu para reger esse infinito universo.

O desconhecimento que muitos têm acerca do Espiritismo, em função de preconceitos e ideias deturpadas, fatalmente acarreta, para os que estão começando a frequentar alguma casa espírita, algumas dificuldades de adaptação aos seus preceitos religiosos, científicos e filosóficos.

Todo aquele que inicia sua jornada para o conhecimento acerca do Espiritismo, dificilmente traz um entendimento, pelo menos básico, do que seja Ele.

Na maioria das vezes as pessoas só procuram conhecê-Lo quando suas vidas estão a passar por grandes dificuldades, sejam de ordem emocional, familiar, social, financeira etc., e, mesmo assim, depois de ter tentado tantas outras coisas.

Nessas situações de dificuldades dificilmente alguém se predispõe a um estudo mais aprofundado sobre qualquer coisa, importando apenas se livrar da problemática porque passa; e a qualquer custo.

É normal, pelos motivos aqui expostos, classificar ou confundir o Espiritismo com outros segmentos que se autodenominam de religiosos, tais como: bruxaria, candomblé, umbanda, magia negra entre outros.

Muitas vezes, atribui-se ao Espiritismo determinadas práticas existentes, dentre elas: a quiromancia, a cartomancia, bola de cristal, a kirliangrafia, o uso de cristais, a cromoterapia, a regressão de memória, adivinhações e tantas outras que existem em outros segmentos,  totalmente divergentes da doutrina. Infelizmente temos que afirmar isso, e de forma categórica. Doa em quem doer! Afinal de contas, a Doutrina Espírita, por si só, não pode evitar que se cometam erros em seu nome.

O Espiritismo não se utiliza de nenhuma dessas práticas aqui citadas, nem de outras similares, e nem pode ser confundido com determinados cultos, principalmente os de origem africana, embora alguns deles insistam em afirmar que são praticantes da doutrina.

 É verdade que tudo isso foi visto no capítulo anterior mas precisamos sempre dar uma maior ênfase ao assunto pois o mesmo é de vital importância para o entendimento de quem está iniciando agora.

Então, para resumir o assunto, se por ventura alguma casa que se diz Espírita faz uso de alguma dessas práticas tenhamos a certeza que ela está fora do contexto do corpo doutrinário do Espiritismo.

Infelizmente o leitor poderá encontrar casos desse tipo e com um agravante: elas nunca admitirão que estão erradas.

 O que ocorre nesses casos é que, para se atrair uma grande quantidade de frequentadores, algumas casas espíritas se utilizam desses artifícios e não se preocupam com as consequências funestas de seus atos que, fatalmente, trazem enormes prejuízos a causa espírita.

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Outra situação, muito comum também, é deduzir que o Espiritismo só tem como corpo de sua doutrina a fenomenologia espiritual, ou seja, a comunicação com os Espíritos, e que estes são verdadeiros “escravos” das Casas espíritas, estando sempre disponíveis para cumprirem os desejos e vontades daqueles que procuram as mesmas.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora