Vizinha / Eddie Brock

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𝙴𝚍𝚍𝚒𝚎 𝙱𝚛𝚘𝚌𝚔 / 𝚅𝚎𝚗𝚘𝚖
𝙻𝚒𝚗𝚐𝚞𝚊𝚐𝚎𝚖 𝚃𝚘𝚛𝚙𝚎, 𝙰𝚐𝚛𝚎𝚜𝚜ã𝚘 𝚂𝚎𝚡𝚞𝚊𝚕

— Preciso dar um jeito em você urgentemente! — A morena pigarreia enquanto vasculha a bolsa em busca de suas chaves, já estava mais do que atrasada, nem havia dado tempo de beliscar um pãozinho.

Logo após, os " vizinhos" da frente decidem dar as caras no corredor, o pequeno barulho havia incomodado o simbionte que residia a poucos metros da porta de número 7.

— Algum problema? — Eddie, que ainda vestia seu pijama, pergunta calmamente, não queria assustar a moça que estava de costas para ele.

" Ela parece deliciosa, está sentindo o cheiro que emana? parece chocolate. " — Venom parecia muito agitado com a presença da nova vizinha, que coincidentemente tinha o cheiro de seu doce predileto.

— Cala boca! — Eddie sussurra para sua criatura interna, que logo reage cutucando suas costelas.

" Preciso de um chocolate! "

A jovem de estatura mediana finalmente se vira para a porta da frente, talvez tivesse escutado seu vizinho falando sozinho, aliás, aquilo já havia se tornado meio que comum para ela.

— Desculpe, eu acordei você? —  Pergunta.

" Não, mas adoraríamos " — Venom diz, fazendo Eddie se sentir envergonhado.

— Na verdade não... — Sorri sem mostrar os dentes. — Já estava acordado e acabei por ouvir você resmungando, achei que tivesse acontecido algo.

— Desculpe por isso também, às vezes tenho o costume de falar sozinha. — Estende o braço para finalmente cumprimentá-lo.  — Enfim, seu nome é Eddie, não é?

O homem estranha a atitude da jovem, mas logo retribui o gesto.

— Eu sou o Eddie.

" Disso ela já sabe, seu mané! "

— Eddie Brock.

— Eu sou S/N, acho que é um prazer conhecer você.

— O prazer é nosso. — S/N estranha a frase o fazendo corrigir instantaneamente. — Meu! o prazer é todo meu!

" É uma besta mesmo. "

— Bem, Eddie... — Suspira. — Eu já estou muito atrasada, uma outra hora a gente toma um café da manhã juntos.

S/N havia sido sarcástica, sua personalidade era assim, uma pena que os seus vizinhos não souberam decifrar.

— Tchauzinho! — Acena e rapidamente some em direção as escadas.

" Estamos fazendo sucesso, já está até nós chamando pra um encontro. "

— Será? — Eddie questiona a si mesmo, ignorando totalmente Venom.

Origatoriamente Eddie adentra para dentro de sua residência novamente.

Alguns pensamentos surgem para si, ele já havia visto a mulher alguma poucas vezes desde que se mudou para o apartamento da frente, mas o casal nunca havia conversado antes, o que o faz questionar de onde a mesma conhecia seu nome. Convenhamos que achá-la bonita não surtiria muito efeito assim, sabemos que com aquele outro ser habitável em seu corpo era impossível ter vivência íntima com qualquer outra pessoa, principalmente com uma mulher como aquela. Por isso o jornalista havia se acostumado a estar sozinho, era uma maneira de evitar ter que explicar suas ações involuntárias a alguém antes mesmo que fugissem com medo de sua outra face, assim também não machucaria ninguém, muito menos a si próprio.

" Desde quando nossa vida se tornou uma sinopse de filme romântico? aliás, estou com fome, muita fome! "

— O mercado da Chen ainda não está aberto!
— Inutilmente ele responde, logo os enormes tentáculos pretos surgem em sua vista e vão em direção a sua geladeira. — Não queira cozinhar, ainda tenho uns tater tots por aqui.

" Coma você essas porcarias murchas. "

— Eu só queria dormir mais um pouco, será que é pedir muito?

...

A noite de sábado era fria e Eddie mais uma vez caminhava de volta para o prédio onde residia, o mesmo havia acabado de fazer mais uma de suas rotas até o mercado da senhora Chen, aquilo já era mais do que rotineiro para ele. Venom gostava das besteiras que aquela mulher vendia, não podia negar que eram gostosas, mas de tanto comer ele acabou por enjoar, apenas continuava porque não tinha muita escolha.

A alguns passos de chegar na entrada do prédio, um barulho instigante acaba por chamar a atenção de ambos, não que as buzinas dos carros já não fossem o suficiente para incomodar a amoeba preta, mas o ruído havia o deixado muito mais que incomodado.

— Realmente vai me forçar a virar aquele beco?

Eddie não podia lutar, apenas deixa ser levado para o pequeno beco ao lado do prédio, onde ficavam as caçambas de lixo.

— Vamos lá, vadia! me xingue de novo!

O beco estava escuro, porém era bem notável que havia um homem de pé.

Ele portava algo que reluzia em sua mão, talvez fosse um canivete? e logo mais a frente dele, uma mulher caida de bruços no chão.

" Esse cheiro é dela! " — Venom fervilhava sobre o corpo de Brock.

Eddie sabia muito bem de que se tratava de sua vizinha e que a mesma com certeza estava ali contra sua vontade.

" Um covarde com os órgãos bem temperados, era disso que eu precisava! "

— Faça-o.

Dessa vez Eddie não tenta evitar que Venom tomasse conta de seu corpo, ele realmente gostaria de ver aquele homem se humilhar para o simbionte o deixar vivo.

— Quem está aí?

" Adivinha? "

Em questão de segundos, a gosma preta já estava sobre o total controle do imbecil.

— Que porcaria é essa? — Ele estava nitidamente assustado, todo o seu corpo cheirava a medo e sabemos muito bem quem adorava isso. — Me solta!

" Um petisco antes da verdadeira janta. " — Venom apertava tanto o pescoço daquele ser que o mesmo já estava roxo. " Espero que não seja fumante. "

Sendo assim, Venom o engole sem ao menos escutar suas súplicas para o deixá-lo ir. Aquele homem era ruim, e felizmente, pessoas ruins não tinham vez para o simbionte.

" Gostoso, mas era fumante. " — Venom reclama enquanto finalmente deixa Eddie voltar ao normal.

Ele fazia o possível para ainda se manter de pé, precisava socorrer S/N, que ainda permanecia imóvel no chão.

" Vá ajudá-la, Eddie! "

O homem rapidamente se aproxima da jovem, ela estava completamente molhada por conta do sereno no asfalto. Eddie a vira com muito cuidado para si, S/N estava quase que desacordada, mas ainda respirava fundo.

" Isso é sangue? " Venom pergunta.

— Sim...

S/N continha um grande machucado na altura do ombro, além de pequenos cortes por todo o rosto.

— Vamos levá-la para casa.

Em um movimento rápido, Eddie a pega sobre seu colo.

— Hmm... — O gemido de dor é abafado sobre o pescoço do homem.

" Ela parece tão vulnerável... maldito seja esse porco que acabei de saborear. "

— Não se preocupe, vamos cuidar dela e deixá-la quentinha.

Um pequeno pingo de preocupação adentra aos pensamentos de Eddie enquanto caminhava em direção ao seu apartamento.

— Será que ela nos viu?

 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 | 𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora