Weak

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POV - Daemon Targaryen

Porto Real.

Depois de tanto tempo exilado, finalmente estou de volta, o lugar a que pertenço.

Outrora conhecido como príncipe desonesto, agora retorno como o "Rei do Mar Estreito", com a arma de Craghas Drahar em uma mão e a coroa de ossos sobre a cabeça.

A cada passo que dou em direção ao trono de ferro, as várias pessoas do local me olham com um misto de admiração e receio.

Mas é apenas um par de olhos que chama minha atenção, um que me esforço para não encarar mas mesmo assim consigo vê-los com a visão periférica.

Rhaenyra estava logo a frente quando entrei na sala, aquele brilho no olhar que não via a muito tempo.

Nosso último encontro em Pedra do Dragão não foi dos mais amigáveis...

Conforme eu avançava, ela seguia-me ao lado entre as pessoas, espelhando meus movimentos, parando mais perto ao mesmo tempo em que eu parava em frente a ponta da espada de Sor Harrold Westerling.

Cada movimento meu próximo ao rei era acompanhado da reação da platéia em volta.

Tensão, enquanto eu lhe entregava a prova da morte do Engorda Caranguejos e a Coroa de ossos que representava minha vitória na Guerra dos Degraus.

Ansiedade, conforme Viserys se aproximava, empunhando a lendária Blackfyre, e aceitando minha oferenda de bom grado.

Alívio, quando repousei minha cabeça no ombro de meu irmão mais velho, simbolizando uma reconciliação dentro da Casa Targaryen.

******

- Eu não vou voltar nesse debate, você sempre foi o preferido da mamãe.

Eu ria ouvindo as baboseiras de Viserys, sua voz arrastada deixava claro seu estado de embriaguez.

Lady Alicent tentava manter a compostura, mas era evidente em seu rosto o quanto estava envergonhada e irritada por ver o marido se embebedando em pleno bosque sagrado.

Ele relembrava de mais algumas coisa da infância com nossa falecida mãe, mas a essa altura eu já não estava me importando.

Minha atenção havia mudado para minha sobrinha, que se aproximou da nossa conversa.

- Meus parabéns pela sua vitória. - ela me parabenizou com um sorriso fino.

Seu semblante suave mudou rapidamente, ao receber olhares de reprovação de seu pai e sua madrasta.

- Obrigado, princesa. - agradeci, retribuindo seu sorriso.

Estava completamente alheio ao que havia acontecido para o clima estar tão pesado entre eles.

Só fui esclarecido dos fatos quando Rhaenyra voltou a se afastar, seguida por Alicent.

Meu irmão aproveitou para me contar sobre os cortejos que haviam sido preparados para sua filha.

Como mesmo estando na idade madura, ela insistia em se recusar a escolher uma mão para se casar e fortificar sua sucessão ao trono.

Não fiquei surpreso com isso, Rhaenyra desde sempre foi mimada, como uma princesa deveria ser. Ela só aceitava as coisas se fosse como e quando ela quisesse.

Custo a acreditar que ela encontraria nos cortejos alguém digno de ser escolhido como sua mão.

O fogo de dragão que corria em suas veias não poderia ser acompanhado por qualquer um, sua ambição de se tornar a primeira rainha a se sentar no trono de ferro nunca teria força se não houvesse alguém forte o suficiente para apoia-la em sua empreitada.

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