Sou despertada de meus pensamentos por uma voz distante, baixa e tento me concentrar no que a mesma diz, mas não obtenho sucesso. Então procuro de onde vem a voz e só aí percebo que minha visão está turva, pois não consigo ver nada com clareza. E por mais uma vez, um som ao longe me dá vontade de me contrair, me esconder, mas meus impulsos são em vão, e em resposta quase que de imediato sinto a dor que parece não querer me abandonar percorrer minha coluna. E aos poucos a dor vai se amenizando, como se passasse apenas de uma dor superficial e não uma dor que parecia querer comprimir todo o meu corpo. Me pergunto se a dor está indo embora ou se sou eu que parto junto a ela. A voz vai ficando cada vez mais distante como se a brisa da noite na Cidade Maravilhosa a levasse para longe. Minha visão fica cada vez mais escura e sinto a mesma coisa que senti na primeira vez em que fui vítima dele. "É estranho se ver entre a vida e a morte e não poder se ajudar, a gente se sente tão pequeno e impotente que resta lembrar dos momentos bons misturado com o medo e a angústia de sentir seu corpo partir." Mas dessa vez, me parece que não há saída para mim. E por fim, tudo acaba.
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Passeio Noturno - Parte 3
FanfictionContinuação alternativa do conto Passeio noturno de Rubem Fonseca. Trabalho de português - 14/09/22 Escritoras - Gisele Rayanne Maia de Sousa (17) - Maria Larissa Santiago de Lima (29)