Haviam vária maçãs ao redor da macieira, em questão de segundos, a sexta já estava completamente cheia, pesava ao ponto de não conseguir segura-la.
-rápido, menina, não temos o dia todo! –grita a senhora Hewitt na entrada da porta enquanto segura um cigarro entre os dedos, o mesmo já pela. –Thomas, querido, vá ajuda-la.
Thomas caminha rapidamente até mim tirando a sexta de minhas mão, carregando a mesma.
Denny- obrigado, Thomas –digo dando um sorriso casual, o mesmo some ao perceber o que havia dito, e sinceramente, eu não fazia ideia do por que disse aquilo. Thomas parecia tão confuso quanto eu, o mesmo me encara por alguns segundos até eu abaixar a cabeça, então continua o caminho até a casa.
Ao entrar em casa a Sra. Hewitt já começa a limpar a bancada, aparentemente ela precisava das maçãs para fazer uma torta.
Senhora Hewitt- aqui –fala colocando uma tábua de cortar junto a uma faca em cima do balcão. –você pode cortar as maçãs, enquanto eu faço a massa- disse ela me dando um breve sorriso.
"E voltamos com a programação, agora são exatamente 12:45" –disse o homem de terno e gravata, com seu cabelo grisalho jogado para trás. O mesmo segurava algumas folhas de papel em suas mãos.
Senhora Hewitt- mas que horror! -disse se referindo a notícia. Aparentemente, alguns jovens bêbados, bateram em uma placa de transido enquanto dirigiam. –este mundo só vai de mal a pior. Não acha, Denny? -sem saber o que dizer, apenas balanço a cabeça afirmando. –você não faz este tipo de coisa, faz? –pergunta novamente, desta vez erguendo uma de suas sobrancelhas.
E não, eu não fazia este tipo de coisa, sequer já havia ido a alguma festa. É engraçado pensar que enquanto minha irmã estava por ai enchendo a cara, ou em pé num banco do carro de algum cara com o dobro da sua idade, eu estava em casa inventando mil teorias sobre O Túnel Do Tempo-sem dúvidas, meu seriado favorito, quem sabe, o melhor do mundo- ou vendo qualquer besteira na tv. (O Túnel Do Tempo – seriado da década de 60).
Eu odiava ver minha irmã saindo, pois sempre que voltava, havia uma discussão entre ela e minha mãe, uma vez por estar bebendo, outra vez por chegar muito tarde. Era tudo mais fácil quando papai estava aqui.
Denny- não, senhora. –respondo cabisbaixa.
Senhora Hewitt- pois que bom, fico muito preocupada em ver meu garotinho se envolver com alguém assim. Bom menina, você pode continuar cortando as maçãs, vou terminar algumas das tarefas que faltam.
A senhora sai da cozinha, logo em seguida entrando Thomas, carregando dois caixotes grandes, não dava pra se saber ao certo o que havia lá dentro mas pareciam bem pesados –quanto peso esse cara aguenta carregar, afinal? -penso comigo mesma.
Denny- droga –resmungo ao ver o sangue escorrer pelo meu dedo indicador.
Coloco-o imediatamente na boca, me assustando ao perceber o homem em pé na minha frente. Ele coloca a mão em seu bolso tirando um lenço branco de dentro. Ele agarra meu pulso puxando-o em sua direção me obrigando a tirar o dedo da boca, o mesmo coloca o lenço sobre meu ferimento o segurando-o até estampar o sangue por completo. Permaneço imóvel em meio daquela situação. Uma das mãos do homem se levanta, ele leva lentamente até meu rosto, me afasto poucos centímetros, inconscientemente, mesmo assim, o homem coloca a mão em minha bochecha a acariciando-a com os dedos, ele desce sua mão até meu pescoço segurando na corrente do meu pingente. Era feito de prata e tinha um coração bem na ponta. Ele continua descendo sua mão até chegar no final de cordão.
Denny- é bonito, não é? –falo dando um sorriso sem graça- foi um presente do meu pai. –e de novo, não sei porque estou falando com ele, mas mesmo assim, o homem me escuta atentamente.
Ele segura a peça de coração do pingente logo a cima do decote do meu vestido. Repentinamente, a porta se abre entrando o Sr. Hewitt pela mesma. Thomas solta o pingente rapidamente virando seu olhar para porta, ele nos olha por um segundo e então sobe as escada indo em direção ao seu quarto. Thomas faz o mesmo, saindo pela porta da frente.
Senhora Hewitt- muito bom Denny -fala se referindo as maçãs já cortadas- hmm... –murmura- essas aqui parecem estar estragadas, se importa de ir lá fora pegar mais alguma?
A encaro por um segundo antes de falar:
Denny- claro que não, Senhora Hewitt! –falo acenando com a cabeça.
Senhora Hewitt- ótimo!
Vou para a porta, ficando logo a frente dela.
Senhora Hewitt- o que ainda está fazendo ai? –ela iria me deixar ir sozinha? –vá logo, rápido- fala a senhora fazendo um sinal com a mão.
Saio no mesmo instante sem pensar duas vezes.
Ao chegar na macieira, começo a encher a sexta novamente.
Enquanto pegava uma maçã por vez, começo a observar o ambiente. Não havia ninguém comigo, eu estava completamente sozinha, chegava até a ser estranho.
-já encheu a sexta, Denny!? –grita a senhora Hewitt ainda dentro da casa.
Neste momento, tomo um choque de realidade. Eu estava sozinha, sozinha em muito tempo! Era minha oportunidade perfeita, sabe-se lá quando teria outra?
Denny- a-ainda não, senhora Hewitt –a respondo alto com uma voz tremula.
Largo a sexta no chão andando rapidamente para fora do quintal. A senhora Hewitt continuava conversando, mas eu não estava prestando a tenção. Conforme ia me afastando da casa, o som ia ficando cada vez mais baixo.
Ao chegar na estrada a qual não era muito distante da residência, começo andar cada vez mais rápido, até começar a correr de fato. Quando já estava numa distância razoável entre casa e a estrada, começo a gritar para os carros os quais passavam na pista. Balanço meus braços no ar dando vários pulos, até que finalmente, uma camionete preta para. Sem nem mesmo dizer "oi", abro a porta me jogando dentro do carro.
No volante, havia um senhor de idade, um pouco mais velho do que o Sr. Hewitt.
O velho pisa o pé no acelerados, então começo a falar tudo:
Denny- senhor, por favor, eu preciso de ajuda –falo entre soluços- uma família de loucos me sequestrou, eles caçam gente, eles matam gente! –olho para o senhor, o qual parecia estar bem reciproco sobre. –o senhor tem que me levar na delegacia! –falo desta vez gritando
Senhor- olha só como fala mocinha, eu não sou surdo, é melhor abaixar esse tom, se quiser falar comigo.
Denny- senhor, por favor, eu preciso de ajuda...
Senhor- tá certo, tá certo, eu te levo à delegacia. –fala o senhor, ainda de olho na pista.
Denny- o senhor tá indo pelo caminho errado... –falo apontando para a estrada. –senhor, este não é o caminho certo –repito. O velho não me dá uma só palavra.
Quando percebi o que estava acontecendo, começo a balançar a maçaneta da porta para cima e para baixo, a mesma devia estar trancada ou quebrada, pois não queria abrir de jeito nem um. Começo a chorar e gritar novamente- o senhor tem que me deixar ir, por favor, eu não falo nada pra ninguém, eu juro! –mas o velho continua dirigindo com a mesma expressão de antes. Passo o resto do caminho todo chorando e gritando, enquanto tentava abrir a porta.
O senhor me leva novamente para a fazenda dos Hewitt. Ele para o carro no meio do quintal, então abre a porta do seu lado, me puxando para fora, segurando meus cabelos. Ele me joga de bruços no chão, ao levantar a cabeça, posso ver Thomas correndo na nossa direção.
Senhor- da próxima vez, moleque, fala pro teu pai cuidar melhor da carne. Não tenho tempo pra cuidar de criança! –diz o velho se referindo a mim. Ele entra na sua camionete e então vai embora.
Logo em seguida, chega o Sr. Hewitt:
Senhor Hewitt- que m*rda é essa aqui, Thomas!? Pode me explicar como isso foi acontecer? – pergunta o senhor furioso, mas Thomas apenas levanta as duas mão como forma de dizer que não sabia.
Continuo deitada no chão apenas chorando.
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𝕋ℍ𝔼 𝔹ℝ𝕀𝔻𝔼 𝕆𝔽 𝕃𝔼𝔸𝕋ℍ𝔼ℝ𝔽𝔸ℂ𝔼
FanfictionDenny, uma jovem de 17 anos é obrigada a se mudar de sua cidade natal junto a sua mãe Karine e sua irmã Sophia por conta de problemas financeiros. Sem ter um lugar onde ficar Denny e sua família procuram abrigo na fazenda de sua tia Abigal, porém, a...