O elfo Uchiha observava atentamente os itens na mesa. Não sabia o que era a maioria, e nem para o que serviam, mas tinham formatos e cores estranhas. Fez uma careta os analisando e voltou a seguir o mago pelo local.
— Para que servem aqueles ítens na mesa? — Perguntou curioso. — E o que são?
— Ora, para preparar a poção. — O mago disse, tentando manter a calma. — São sementes de fogo, pó de chifre de Arpéu, ferrões de Gira-gira, carapaças de Chizácaro e seiva de Mandrágora. — Falou, já havia decorado a receita para o Antídoto à venenos incomuns.
Obito estava alí desde manhã, quando fez o pedido da poção, em nome do rei. E estava seguindo Kakashi em todos e quaisquer movimento que fizesse, e claro, também opinando e fazendo perguntas. Sempre era assim quando o visitava a pedido do rei.
— Eu não confio em você. Se meu pai morrer, você sabe que será morto também? — Cruzou os braços, balançando o tecido roxo de sua roupa. Encarou o menor, que tinha uma expressão bem preguiçosa, nem se importando com o que ele dizia.
— Será que você poderia me deixar trabalhar? — Afastou o elfo com os ventos que saíram de seus dedos, o fazendo planar para longe. — Meu pai não está aqui, eu sei, mas isso não significa que eu não possa fazer as poções por ele.
— Você usou magia em mim? — Se aproximou novamente, irritado. — Como ousa, Kakashi? Você sabe quem eu sou, não sabe? Eu poderia acabar com você agora mesmo se eu quisesse!
O mago terminou de adicionar os ítens no grande caldeirão, e se virou para o Uchiha, perdendo toda paciência que restava. Tinha que terminar o líquido, estavam correndo contra o tempo, o rei precisava do antídoto.
— Você é chato, isso o que você é. — Jogou uma folha de carvalho sobre seus lábios, o deixando mais irritado ainda. — Me deixa terminar a poção em paz, Obito!
O Uchiha parecia ter sangue nos olhos. Se divertia irritando Kakashi, mas odiava o fato de que sua magia anulava seus poderes. E nem tinha uma explicação para isso! Como um mago seria superior a um príncipe elfo?
Tentou retirar a folha que cobria sua boca, mas ela parecia estar grudada em sua pele. Xingou Kakashi várias vezes, sua fala saindo totalmente abafada.
O platinado prendeu um riso, e finalmente voltou a ter paz para mexer o caldeirão com seu cajado de madeira.[...]
Quando estava terminando o processo mágico da poção, viu Obito conseguir tirar a folha de seu rosto, a queimando. Ele havia demorado para pensar nisso, Kakashi riu, fazendo barulho com o toque dos pequenos ítens pendurados em seu chapéu, ao balançar a cabeça.
O elfo olhou em volta, observando a casa de madeira. Era tudo uma grande bagunça organizada. Tinham plantas e pequenas árvores por todo lado, cestas com diversos ítens, muitos e muitos livros, uma prateleira enorme com variadas cores e etiquetas de poções. Uma enorme lareira, onde estava o caldeirão. No centro, a mesa de troncos, onde não se entendia nada do que estava acima dela, e tinham até itens flutuando próximos a Kakashi, que estava muito concentrado no que fazia.
Bufou o olhando, ele era tão idiota. Era belo e poderoso, mas tão idiota.
Pegou um dos frascos pequenos que tinham na prateleira de poções. O líquido era rosa, com um desenho de uma pena na etiqueta. Seria algo para flutuar? Sorriu travesso ao ter uma ideia.
Mirou com um olho e balançou o braço no ar, jogando o frasco na direção de Kakashi. Iria o irritar mais, por tudo que ousou fazer contra si.O mago Hatake escutou o balançar do sininho pendurado em seu chapéu, algo se aproximava. Se abaixou a tempo da poção passar por cima de seu chapéu. Olhou totalmente irritado para Obito.