Capítulo FINAL.

11 1 0
                                    

Pelas portas de onde tudo começou, eu retornei.

Mais maduro.

Mais sábio.

Mais entendido.

Se passaram — literalmente — três anos desde as minhas últimas atualizações aqui no blog, e eu sinto muito por todos os leitores que acompanharam a minha jornada por tê-los abandonado, e eu imagino também que a maior parte não me acompanha mais, mas aos que estão por aqui ainda, minhas sinceras desculpas por não vir compartilhando os desfechos com vocês. E para os novos, sejam muito bem vindos a minha vida com diversos contos de falhas.

Eu gostaria de iniciar esse post dizendo: eu fui um vacilão que achava que estava fazendo o certo o tempo inteiro, porém, não estava. A gente tem a incrível e cruel capacidade de projetar nossas próprias falhas nas outras pessoas como se isso ajudasse a reduzir o nosso sentimento de desconforto com a gente mesmo, mas de nada reduz... Só aumenta. Eu sou a prova viva de que quando se deixa o ego tomar posse de nossas ações, a gente pode muito bem chutar pra bem longe pessoas que são, sim, de fato muito importantes. Mas eu sou um cara de sorte.

Não venho compartilhar com vocês o quão a minha vida está horrível e desesperançosa. Não venho contar sobre uma série de horrores que aconteceram a minha vida — e eu espero que vocês estejam bem de verdade, principalmente por conta dessa pandemia que nos acometeu desde a última atualização por aqui, — mas eu vim contar sobre as bênçãos que hoje eu sou extremamente grato.

Eu fui contratado como vendedor na Loja 36 uma semana depois que Louis e eu nos encontramos. Não trabalhamos na mesma loja, só pra constar, mas ficava sabendo da ascensão que ele sofria, porque tanto ele me contava todo sorriso quando nos víamos como também as fofocas, mesmo que as lojas fossem cada uma de um lado da cidade, sempre chegavam.

Louis me chamou quando ele se tornou gerente geral para que a gente saísse pra comemorar num restaurante hiper mega luxuoso da cidade, eu não tinha nem roupa pra ir, mas dei meu jeito, e quando estávamos indo embora para casa, ele me pediu em namoro. E eu aceitei.

Quando as lojas precisaram fechar as suas portas por causa da pandemia, eu fiquei morrendo de medo de ser mandado embora, porque a situação realmente estava crítica no mundo e também no meu bolso, mas Louis conseguiu dar o seu jeito e tentou ao máximo evitar a demissão de muitas pessoas. Infelizmente, nem todos tiveram a mesma sorte que eu, ao menos duas pessoas foram mandadas embora, sim, mas Louis correu atrás de recontratar elas assim que a situação financeira se equilibrou um pouco mais.

Passamos a pandemia juntos, em quarentena. Lavou a minha cara quando eu quebrei ela pra fazer uma visita a minha mãe que ficou na minha antiga casa, mas na maior parte do tempo, o seu cuidado era doce, delicado e simples.

Quando as regras ficaram menos rigorosas, ele falou que um amigo estava indo nos fazer uma visita. Pra minha surpresa, era Zayn. Ele estava só, mas queria conversar comigo. Louis foi na padaria para deixar a gente mais a vontade, eu não entendia o que Zayn estava fazendo ali porque ele só ficou parado por alguns segundos, até se transbordar na minha frente em um choro e me puxar para um abraço daqueles extremamente fortes.

Ele dizia que sentia minha falta e chorava.

Eu dizia que sentia falta dele e que me arrependia demais do como eu tratei ele, e chorava.

Ele dizia que não acreditava que estava na casa de seu ex com o atual que foi quem ajudou a ser traído, e ria entre as lágrimas.

E eu dizia que não acreditava que estive enganado naquele tempo achando que ele me traía e que fui capaz de arquitetar uma traição pra me vingar, e ria entre as lágrimas também.

"Eu ainda não concordo com as ações que você teve, Harry. Me doeu demais. E o nosso namoro já estava fragilizado e tudo... Mas uma coisa não dá pra negar, a gente se amava pra cacete e a gente se queria bem, éramos dois bobos, éramos dois idiotas que deveriam ter realmente lutado pra manter uma amizade e não termos soltado nossas mãos mesmo após aquilo. Eu precisava desse tempo de respiro e acredito que você também, mas eu sinto falta, não do meu ex, mas do meu amigo."

Em 2021, Zayn adotou uma criança junto com o seu marido no final do ano. A propósito, eu fui padrinho de casamento, e hoje mesmo estava eu levando a filhinha deles pra tomar sorvete junto com Louis porque Zayn e o marido precisaram ir numa cidade vizinha e não tinham com quem deixar ela.

Foi olhando pra Ester que eu tive a imensa vontade de voltar aqui pra escrever pra vocês. Eu evitei por muito tempo me reconectar com o blog, mas eu de fato, amadureci.

Amadureci tanto que me tornei o gerente dessa Loja 36 da qual fui contratado. Às vezes minha mente me faz acreditar que Louis pode ter dado uma forcinha e que fui somente um privilegiado, mas aí eu lembro da quantidade de feedbacks positivos que eu recebia sempre e me sinto verdadeiramente merecedor.

No casamento de Zayn, inclusive, foi quando Louis mesmo me propôs em casamento. Não foi na frente de todo mundo, foi em casa. Ele fingiu que esqueceu alguma coisa durante a festa de Zayn e me deixou sozinho por algumas horas, quando retornou pra me buscar, me fez a surpresa.

Eu fiz tudo o que vocês podem imaginar na nossa lua de mel que aconteceu no início de 2022. DE TUDO.

Em março, estávamos nós quatro: eu, Louis, Zayn e o marido almoçando juntos como casais de melhores amigos.

Em abril, Louis e eu compramos nossa casa própria num bairro não muito chique, mas super agradável na cidade.

Em maio, pensei que eu ia morrer de tanto mal que eu comecei a passar. Mas foi só uma comida que me fez mal, seria uma piadinha engraçada se eu fosse mulher e pudesse engravidar, né? Imagina o plot hahahaha

Em junho, bem, junho a gente fez a nossa própria festa junina, onde Zayn vestiu a princesinha dele a caráter e trouxe pra dançar aqui em casa. Rimos muito quando ela arrastou seu pai pra dançar com ela e Zayn estava todo desengonçado precisando se curvar pra segurar em suas mãozinha.

Em julho, adotamos nosso primeiro filho. Não foi uma criança assim como Zayn, mas foi um cachorro, o Toby, meu bebezinho.

Em agosto, decidi sair da gerência da Loja 36, pois me surgiu uma proposta mais atrativa em uma outra loja hiper famosa aqui da cidade.

E agora, em setembro, digamos que eu esteja iniciando um novo e mais entusiasmante capítulo da minha vida. Mas isso é papo para outras atualizações do blog.

Mais uma vez, eu sinto muito por ter deixado vocês na mão e traído vocês com promessa de retorno e voltar três anos depois.

Muitas coisas aconteceram na minha vida, como podem ver, e nada justifica tamanha ausência. Mas eu amo vocês e agradeço por ocuparem o espaço de tempo necessário em minha vida e em meu coração.

Vocês jamais vão ser realmente esquecidos por mim. Assim como espero que eu jamais seja esquecido por vocês.

Obrigado por lerem até aqui.

Obrigado.

🎉 Você terminou a leitura de Loja Trinta e Seis. (História Larry - Zarry) 🎉
Loja Trinta e Seis. (História Larry - Zarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora