Beberico o café delicioso que Phil fez para mim.
─ Esse é um dos melhores cafés que já tomei, Phil. Me passe o segredo?
─ Jamais! ─ ele diz e arruma o óculos.
─ Você só fica na copa aqui?
─ Não. Eu faço um pouco de tudo, como levar documentos, passar recados, pego materiais no almoxarifado e por aí vai.
─ Mas tenho certeza que fazer cafés é onde mais se dá bem.
─ Oh, pode apostar.
─ Melina Davenport, na minha sala, agora!
Me assusto e vejo Oliver passando por nós sem parar para cumprimentar ou parecer alguém educado.
Sorrio para Phil e ele me deseja sorte. Respiro fundo e vou até a sala de Oliver.
─ Sr. Backer?
Ele levanta o olhar um pouco surpreso para mim e mantenho a minha postura.
Eu disse que não misturo a minha vida pessoal com a profissional.
─ Hã... ─ Ele coça a garganta. ─ Preciso que você leve essa pasta para Margot, me passe a minha agenda e me traga um café.
Franzo o cenho e cruzo os braços.
─ Desculpe, senhor, mas isso não deveria ser função da sua secretária?
Ele arqueia uma sobrancelha.
─ E você é ela. Foi para isso que foi contratada.
Solto os braço ao lado do meu corpo e sinto meu queixo cair.
─ Mas... Eu sou...
─ Designer de interiores. Você deixou isso bem claro. Mas, já temos nossa equipe formada para essa área liderada pela Margot. Ela não te disse na entrevista?
─ Não, ela me disse que vocês estavam precisando de pessoas para a equipe.
─ Sim, uma secretária para mim. E é você. Ou vai desistir?
"Ou vai desistir" ecoou na minha cabeça como sino de uma catedral. Eu nunca desisto até não existir mais esperança. E é aquele ditado "a esperança é a última que morre".
─ Melina, feche a porta e se senta.
Hesito um pouco, mas assim faço.
─ Você é uma Davenport e eu te respeito.
─ Você é um Backer e eu não estou nem aí.
Não consigo me segurar em rebater, e a expressão no rosto de Oliver me faz lembrar que não estamos no condomínio e aqui ele não é o meu vizinho.
─ Foi mais forte do que eu.
─ Você é irmã de um cara que admiro. Não quero me colocar em uma situação ruim com Theo, e...
─ Calma! Isso aqui não tem que ter a ver com o meu irmão. Não quero que me contrate por causa dele. Quero que veja meu potencial profissional. Não somos assim, não nos aproveitamos das situações e dos contatos uns dos outros.
─ Eu sei... Mas, você não precisa ficar aqui me servindo cafés, pode conseguir algo melhor.
─ O fato da minha família ter dinheiro e contatos, não significa que posso fazer o que eu quiser, passando por cima de todos. Sim, meu pai poderia me colocar em um cargo alto em alguma empresa de algum conhecido, mas eu não quero. Precisamos começar de baixo, precisamos crescer com os aprendizados dos degraus que subimos.
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PEDIDO AO LUAR
Romance5⁰ LIVRO DA SÉRIE OS DAVENPORT (degustação) COMPLETO NA AMAZON Melina Davenport é a caçula dos seus irmãos, sempre sonhou com o dia que se apaixonaria e pudesse entender os sentimentos secretos do amor. E aos seus 23 anos e recém-formada na universi...