Quarto

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Obito encarou o GPS com o cenho franzido antes de voltar a observar o local indicado.

— Uma igreja?

Ele olhou para Kakashi, notando o seu olhar, também confuso, se transformar em reconhecimento e os olhos se arregalarem, os batimentos cardíacos dele se tornando mais rápidos quando ele se remexeu sobre o banco e o encarou.

— Não é qualquer igreja! — Ele disse — É no mesmo local que ficava a igreja que Hidan incendiou.

O Uchiha voltou a olhar para a construção, lembrava-se vagamente da aparência do local, uma vez que os registros da época não conseguiam mostrar uma imagem muito nítida. Bom, definitivamente era aquela a igreja, o que queria entender era a razão que teria levado Kakuzu a frequentar o local.

Duvidava que ele fosse um fiel.

— Obito — Kakashi chamou e apontou para um padre que varria a área em frente à construção.

— Vamos falar com ele — o Uchiha disse enquanto já saía do carro e pretendia ir até o homem quando Kakashi o interrompeu.

— O que iremos dizer?

— Podemos dizer que somos da polícia.

— Não temos um mandado.

Obito sorriu maliciosamente.

— Eu posso arrumar um.

(...)

— Isso é tão ilegal — Kakashi murmurou, os olhos perdidos.

Estavam em uma lan house bastante antiga, mas havia sido o primeiro lugar que encontraram para imprimir o mandado.

— O quê? O fato dessa impressora ser tão lenta? Concordo.

Obito parecia prestes a perder a paciência. Havia sido uma luta para preencher o arquivo através do editor de textos e imprimi-lo estava se mostrando um enorme desafio.

Aquele computador parecia ser mais velho que Kakashi.

Este, por sinal, lhe encarava com uma expressão irritada.

— Você me ajudou a esconder um corpo, Kakashi — falou. Forjar um mandado não era nada demais.

— Fala baixo!

Obito riu, vendo-o olhar em volta, preocupado.

— Não se preocupe, faço isso há anos e nunca deu problema — garantiu, era muito útil ter uma cópia do modelo daquele documento, do carimbo e saber copiar perfeitamente a assinatura do delegado —, e caso dê, eu não deixaria que o seu nome estivesse envolvido nisso.

Ele sentiu o olhar de Kakashi sobre si.

— Eu sou cúmplice, não seria justo.

Obito o encarou, incrédulo.

— Você tem um senso de justiça bastante irritante, sabia?

Irritante não era bem a palavra que usaria, mas é o que surgiu no momento. Estava surpreso, na verdade. A determinação de Kakashi não era apenas teimosia, ele diria que parecia até mesmo lealdade.

Essa era, com toda certeza, o princípio pelo qual Obito mais prezava.

A impressora finalmente funcionou e Obito pegou o papel, carimbando-o e fazendo a assinatura horrenda no local indicado.

— Eu te ajudei a esconder um corpo, Obito — Kakashi disse e sorriu quando Obito bufou.

— Justo.

(...)

— Não precisa ficar tão nervoso — O vampiro comentou e Kakashi o encarou com uma expressão interrogativa —, eu consigo ouvir o seu coração.

Encarnado - ObiKakaOnde histórias criam vida. Descubra agora