comoção oportuna ☆ ʙʀᴜᴄᴇ × ᴠᴀɴᴄᴇ

04.

➪ vance.

Bruce foi embora logo após ter dito o seu nome. Suas palavras estavam grudadas na minha cabeça, mas não estava surpreso por ser reconhecido como um tipo de monstro agressivo. Foi como eu disse antes: eu realmente era um.

Pensei em ter sido patético em ter estendido a mão para alguém sem ser para deixar um olho roxo ou nariz sangrando. Fizera um tempo desde que eu realmente ajudei alguém em público. Normalmente eu apenas brigava.

Passei cerca de três horas no fliperama depois daquela situação, evitando qualquer oportunidade de ir para casa. Fui o último a sair de lá, mas isso já era costume de todos que trabalhavam ali.

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Os períodos de aula na terça-feira não era um de meus favoritos. O dia iniciava com dois seguidos de inglês. Eu queria dar um jeito de matar aquela aula, mas infelizmente fui ameaçado de reprovação pela diretora.

Entrando na sala, havia apenas duas mesas vagas. O professor ainda não estava presente, o que deu a liberdade dos meus colegas ficarem sentados sobre mesas, se pegando, fazendo fofoca ou se entreolhando após me ver passar pela porta. Revirei os olhos, sentando em uma das cadeiras vazias na parte da janela e a observando. Lá fora, mais alunos repetiam tudo que acontecia aqui dentro dessa sala. Cada segundo que passava, já estava se tornando uma tortura.

Um barulho de caderno jogado na mesa pôde ser escutado bem ao meu lado.

Ao virar meu rosto para ver o indivíduo, arqueei uma sobrancelha, mantendo uma expressão séria.

─ Bom dia, Yamada. Sentiu-se atraído por mim ontem e agora não vai se desgrudar?

─ Cala a boca, não tenho mais aonde se sentar nessa sala.  ─ pigarreou o garoto, mas logo seu olhar mudou de irritado para uma expressão de culpa. ─ Desculpe, não se você se sentir incomodado, eu posso sair daqui ou-

─ Eu não estou incomodado, na verdade eu nem sabia que éramos colegas.

─ Você não presta atenção ao seu redor, né?

─ Geralmente o redor não é importante.

Bruce sorriu, sentando-se na mesa junta com a minha. Algo estava incomodando o garoto, dava para perceber perfeitamente, apenas pelo jeito que apertava suas mãos e. balançava sua perna.

Desviei meu olhar de sua perna, lentamente subindo-o para seus rosto novamente, o fitando.

─ Tem algo te deixando nervoso?

Bruce pareceu assustado com a pergunta, mas não demorou muito para assentir.

─ Na verdade, eu queria te pedir desculpas por ontem no fliperama ─ começou. ─ , tinha um grupo de pessoas sendo meio que, sabe, xenofóbicos comigo e eu acabei descontando em palavras em cima de você.

Fiquei surpreso. Bruce realmente estava se desculpando por ter dito coisas ruins de mim?

─ Tranquilo, cara! ─ dei de ombros, tentando aliviar a mente do colega. ─ Eu não fiquei magoado, ou seja lá o que pensou que eu fizera após isso. É normal.

Aquilo com certeza não aliviou Bruce, porque depois de eu dizer as duas palavras tranquilo e normal, percebi que algo realmente incomodou ele.

─ Você sabe, não sabe?

─ Do quê?

─ Que você não é tudo aquilo que os outros dizem.

Voltei a ficar sério, virando meu corpo de frente para a outra mesa e desviando o olhar para minhas mãos.

─ Eu não ligo para isso.

O moreno não pareceu acreditar no que eu dissera, mas também, não continuou o assunto. E instantaneamente, eu fiquei numa extrema gratidão.