The project

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[MAC's POV]

Tédio. Era o que me consumia nessa aula. A voz do professor resoava sobre a música de rock do meu fone. Eu já tinha me deitado na cadeira e olhado para o relógio uma centena de vezes sem sucesso. Não consegui segurar quando minha perna começou a bater em movimentos de vai e vem no chão. O professor andava de um lado para o outro sem parar, sua boca se mexia de maneira descordenada com sua fala, como se eu tivesse vendo tudo em câmera lenta, o que não duvido pelo ponteiro que parecia não andar.

Tentei fechar os olhos. Talvez se não o visse tudo passaria mais rápido, mas assim que minha visão ficou preta, minha cabeça começou a doer e uma gritaria preencheu minha mente.

Por impulso, tirei o fone de ouvido rápido causando um barulho que chamara a atenção de alguns da sala, inlcuindo do professor que tinha parado de falar.

- Senhorita Coyle, algum problema com a proposta? - Ele perguntou sabendo muito bem que eu não tinha ouvido uma palavra sequer do seu interminável discurso.

- Não, senhor. Só queria te ouvir com mais atenção. - lhe dei o sorriso mais cínico que conseguiria. Pude sentir olhos virados para mim. A esse ponto, a sala inteira havia se virado esperando mais uma discussão da encrenqueira Coyle. Eu odeio todo mundo dessa escola. Eles acham que me conhecem por saberem de algumas tretas que me meti? Pois estão enganados. Cansei de treta. - Não queria atrapalhar o senhor. - fransi a testa balançando a cabeça tentar demonstrar ressentimento. Obviamente não sou boa atriz, porque ele imediatamente demostrou decepção e apontou para a porta.

- Diretoria, Mac. - seu óculos já estava na ponta do seu nariz, a esse ponto limpava sujeira da superfície oleosa. Pensar nisso me fez olhar com nojo, o que só piorou a situação. - Se não quer assistir minha aula, a diretoria é o lugar perfeito para escutar essas músicas. - Aquilo me irritou. Seu desdêm, como se eu não merecesse estar ali. O filha da puta acha que não sei fazer nem taboada. Não me importo com essa merda de projeto, mas eu quero um futuro, de preferência um bem longe daqui.

- Quê? - disse indignada - Mas eu não fiz nada. - tentava controlar a raiva e o peso crescendo no meu peito.

- É professor, ela só tirou os fones, não era isso que o senhor queria? A atenção de todo mundo? - Erin, que se sentava a duas cadeiras de mim, se pôs a me defender o que me surpreendeu. Eu havia conhecido a menina por acaso. Ela também trabalhava no Stony Stream Newspaper, não pelo mesmo motivo que eu.

- Senhorita Tieng, quer acompanhá-la? - disse em ameaça.

- Senhor, não tem necessidade de tudo isso, o tempo de aula está passando por coisa idiota. - foi a vez de Karina J. Brandman se meter.

Ela não conseguia ficar calada, não é? A filhinha de papai não tem nada a ver com isso, aqui era papo de adulto, com problemas de verdade, não da senhora perfeitinha.

- Karina, não precisa defendê-la, querida. - o tom de voz do professor ficou abruptamente doce e calmo.

- Ah, a princesinha Brandman não vai levar bronca por se pronunciar? - disse com um sorriso de irônico. Eu estava indignada, Erin foi quase levada junto comigo por falar o óbvio, e a riquinha mimada fala e quase recebe um abraço por se importar com pobre?

- Eu estou tentando te ajudar, idiota. - ela disse olhando pra mim claramente com raiva.

- Não preciso da sua ajuda, muito obrigada! - disso já me levantando com ódio e pegando minha mochila. Fiz questão de esbarrar "sem querer" no ombro do professor.

Passei pelos corredores vazios até o pátil dos fundos. Obviamente não iria até a diretoria, não sou burra a esse ponto. Ficaria ali até o sinal tocar e poder seguir meu dia que estava indo perfeitamente bem. Tudo por culpa daquela riquinha criada a champanhe.

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⏰ Última atualização: Sep 23, 2022 ⏰

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𝐂𝐋𝐀𝐒𝐒𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒 - 𝘬𝘢𝘫𝘦𝘮𝘢𝘤Onde histórias criam vida. Descubra agora