An Imperfect Situation | Dramione

Capítulo 6.

21 de junho de 1998.

Hermione acordou mais cedo do que o normal naquela manhã, o sol mal espreitando pelas janelas que ela preferia deixar descobertas. Seria um bom dia, ao que parecia, a julgar pela extensão interminável de azuis e rosas no céu sem nenhuma nuvem à vista. A possibilidade de uma tempestade se formando dentro da casa, no entanto, permaneceu para ser vista.

Ela não sabia como se preparar para a manhã seguinte. Ela teria permissão para voltar à biblioteca dele? As coisas seriam horrivelmente estranhas entre eles? Ambos foram longe demais, ambos intencionalmente empurraram e cutucaram um ao outro. Hermione tinha certeza de que não conseguiria lidar com outra briga tão cedo depois de ter sido despida de suas defesas diante dele.

Quão fudidamente humilhante tinha sido e ainda... emocionante também. Uma faísca mesquinha. Conversas desafiadoras. Isso é o que ela estava perdendo na Toca. Isso é o que ela estava sentindo falta de Ron desde que eles decidiram mudar de bons amigos para amantes desajeitados. Ela precisava de uma saída, uma que teria sido impossível perseguir nos Weasleys (se ela esperava voltar às boas graças deles um dia).

Enquanto ela se sentava e se espreguiçava, ela se perguntava sobre o que ela e Draco discutiriam hoje.

Não que ela estivesse esperando por isso – nem pretendia ir para a guerra com Draco – mas depois que ela o deixou na escada, ela sentiu uma rara excitação percorrendo-a. Se ela não estivesse segura na crença de que ele a achava pouco atraente, ela teria se sentido nervosa por enfrentá-lo novamente. Ela poderia lidar com sua própria paixão inapropriada e inoportuna, mas se ele estivesse falando sério em suas provocações, ela teria ido embora ontem à noite.

Quando o sol estava mais alto, e Hermione adivinhou que era por volta das oito horas, ela saiu da cama e foi pegar as roupas de sua bolsa. A única cômoda do quarto permanecia vazia. Ela agiu da mesma forma que na Toca, mantendo todas as suas posses em um lugar fácil de pegar. Era um hábito do qual ela não podia se permitir se desfazer da guerra. Se ela precisasse sair daqui, ou de qualquer lugar, a qualquer momento, não podia perder tempo recolhendo seus pertences.

Ela puxou um par de jeans e uma camiseta branca – ambos recentemente lavados e passados, perfumados com notas de frutas cítricas e grama – e olhou ao redor da sala, sentindo instantaneamente seu otimismo para o dia começar a diminuir. O quarto era sombrio, não havia como contornar isso. Cinza e sem graça, tão sem vida quanto a mansão estava quando ela e seus amigos foram arrastados contra sua vontade apenas alguns meses antes. Ela estremeceu, desejando não pensar nisso enquanto procurava em sua bolsa por seu sutiã branco.

O quarto de hóspedes era um contraste gritante com a biblioteca de Draco, uma sala estranhamente iluminada. Ela ainda não sabia se ele sempre teve sua biblioteca como um refúgio aconchegante e calmo do resto da casa, ou se ele havia reformado nas poucas semanas que se seguiram à guerra. Se ela fosse apostar nisso, ela adivinharia o último. Ela não podia imaginar Lucius Malfoy dando seu selo de aprovação, nem podia imaginar um Draco mais jovem querendo se desviar da liderança de seu pai.

No banheiro, depois de escovar os dentes e vestir-se para o dia, ela olhou pelas janelas voltadas para o oeste atrás da banheira e fixou os olhos em seu lugar favorito. Os canteiros de flores silvestres pareciam tão convidativos à luz da manhã, tanto que ela se viu fora horas mais cedo do que normalmente faria.

O ar estava frio e a grama ainda estava úmida, e parecia revigorante. A tempestade do dia anterior, milagrosamente, não deixou marcas no jardim, as flores fortes e desabrochando com as abelhas já reunidas. Tão colorido e brilhante, cheio de vida, que Hermione não resistiu em cortar vários caules para levar com ela; centáureas, margaridas, rosas vermelhas incrivelmente vibrantes, para citar algumas. Ela só pegou um pouco, e apenas dos trechos que as abelhas e borboletas ainda não tinham chegado.