— Vossa Magestade, não temos muito tempo até os súbitos se virarem contra o reino. — Disse o padre enquanto a rainha falava com ele sobre a sua ida ao reino vizinho.
— Não tenho como desfazer o que fiz ao nosso reino, estarei esperando qualquer castigo que me seja atribuído. — Disse a rainha enquanto olhava para janela.
A rainha sabia que o que havia feito tinha consequências óbvias sobre ela, contudo ela também precisava de salvar o seu reino da fome e da falta de água que os esperavam por quase estarem em guerra com o reino vizinho.
O rei entrou no quarto onde ela estava deitada a olhar para o tecto branco, ele sentou-se ao seu lado em silêncio e acariciou a sua cara meigamente.
— Não havia outra opção.— proferiu num murmuro.
— Nós estamos perdidos. — ela disse enquanto egolia o choro.
Ela tinha razão, eles estavam perdidos. Perdidos de amor e principalmente perdidos como reis daquele reino.
Não havia nada que os pudesse salvar agora, tudo estava perdido, eles sabiam que a desgraça estava sobre eles só não sabiam o que iria acontecer ao certo, mas era assustador pensar que para fazerem o bem tiveram que fazer também o mal.
Em função de o seu povo poder ter comida e água outra parte do povo seria morta reduzindo o reino a uma misera Vila sem importância, a matança estava prestes a começar diante dos seus olhos e nada podia ser feito ou todos iriam morrer. Era uma mal menor a rainha pensava na função de se sentir melhor com a sua decisão, contudo isso não ajudava a sua consciência pesada pelas mortes que estavam prestes a acontecer.
O barulho dos cavalos a cavalgar começou a ser ouvido, e quando os dois se aproximaram da janela viram os cavaleiros do outro reino chegar. Eles traziam todo o tipo de armas possíveis e imaginárias, estavam prontos para matar. Seria um show de horrores, homens, mulheres e até possíveis crianças iriam morrer, poucos serão poupados.
— Fecha as cortinas, não quero ver o que vai acontecer. — A rainha disse com um nó na garganta.
O rei fechou a cortinas de pano e deitou-se junto da mulher, ambos ouviam os gritos de socorro e desespero dos seus súbitos enquanto eram mortos de forma fria.
Parecia nunca acabar, mesmo depois do silêncio se ter instalado a rainha continuava a ouvir o barulho desesperador das pessoas a serem mortas por sua culpa, o rei murmurava que já tinha acabado e que nada podia ser mudado apartir daquele momento.— Magestade, precisa de dizer alguma coisa aos seus súbitos. — O padre dizia aproximando-se da porta.
— Têm razão, assim o farei. Prepare os guardas para retirarem os corpos espalhados pelo reino e logo após isso prepare o povo para comparecer na ala norte. — Levantou-se e ajeitou o seu vestido de forma fria.
Demorou três dias inteiros para retirar os corpos sem vida do reino todo, enquanto o tempo passava a rainha pensava cada vez mais no que dizer ao seu povo em fúria que vaiava os reis á horas.
A rainha e o rei aproximaram-se da janela principal de mãos dadas e olharam -se antes de chegar perto dela.
— Tivemos uma vida boa ao lado um do outro.— O rei proferiu com um sorriso fraco.
— demasiado boa. — Ela disse com um sorriso e dei os últimos passos até á janela .
Assim que a sua figura apareceu perante o povo, pedras foram jogadas contra o seu corpo enquanto as palavras malvadas do povo a feriam mais que as pedras.
— Eu só fiz o necessário para que vocês pudessem sobreviver! — A rainha gritou com o corpo do rei á frente do seu para a proteger.
As coisas rapidamente tomaram proporções inesperadas e os seus guardas viraram-se contra eles, agarrando em ambos e levando-os para as masmorras.
Passaram-se dias sem ver um único raio de sol, sem sentir uma única brisa se ar fresco. Sem comida e sem água os reis estavam fracos e um tanto debilitados.
— Tu sabes que este é o nosso destino certo?— O rei disse.
— Certo, mas ainda dói perder-te. — Proferiu baixo enquanto olhava para a porta na esperança que esta abrisse.
O rei pôs a mão carinhosamente na bochecha da rainha acariciando a mesma enquanto a olhava nos olhos com um sorriso apaixonado como em tempos passados quando de conheceram em jovens .
O barulho da porta a abrir faz com que ambos olhem para a mesma e vejam os guardas que se revoltaram contra eles aparecer á sua frente. Eles agarraram o rei e a rainha brutamente e levaram -nos até ao pátio principal onde tinha um palco com duas guilhotinas e o povo em fúria a vaiar.
Tanto a rainha como o rei são postos na guilhotina enquanto suplicam por compreensão.
No meio da confusão e enquanto os guardas e o povo decidem se os matam ou não, a rainha decide ter uma última frase dita numa tentativa de salvar o seu amor.
— Fui eu quem fez o acordo, fui eu quem matou milhares! O rei não sabia de na...— Enquanto gritava a sua cabeça foi cortada.
A voz do povo ouviasse por todo o reino. Ecoava alto na cabeça do rei que acabara de ver a sua amada ser morta bem diante dos seus olhos agora sem luz.
— Deixem ele apodrecer na masmorra!— Ecoou pelo reino em diferentes vozes.
Os guardas decidiram obedecer ao povo e libertaram o rei da guilhotina levando-o á força para a masmorra onde ele ficaria pelo resto da sua vida, sozinho sem a sua amada.

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Past lives
Fantasía- Com certeza nos encontraremos na próxima vida. - Com a sua amada prestes a falecer ele disse sabendo da maldição que lhes foi dada á quase 100 anos atrás, era doloroso perder a mesma pessoa várias vezes mas o seu amor não podia ser quebrado, ain...