eu sei costurar

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Um

-Você não perde essa mania, né? Qualquer dia vai acabar levando suspensão!

-Nada que eu não possa lidar. - pisquei um dos olhos e Ruby riu.

Olhei para minha carteira vendo o desenho que fizeram nela. É uma pena desenhada a lápis, muito realista para algo improvisado, com certeza a pessoa sabe o que faz.

-Só falta se apaixonar. - não dei bola para o tom zombeteiro de minha amiga.

-Rúbia. - levanto os olhos só para cumprimentar Macarena. -Ruby.

-Onde está sua namorada psicopata?

-Não fale assim da minha Zule. - resmunga me fazendo rir. -Ela não vem, a irmã arrumou encrenca mais cedo e ela quer apaziguar a situação com os pais.

-Já não basta uma encrenqueira? Existe outra Zahir?! - implico rindo.

-Mas a irmã dela é um amor. A turma que gosta de pegar no pé pelo fato da mãe ser a professora mais rigorosa do turno da manhã.

-Não brinca! Quem é?!

-Cora Mills!

-Caralho! A escritora?! A galera que conheço da manhã fala muito mau dela. - comento pegando um lápis. -Toda a família Zahir é psicopata?

-Eles não são psicopatas. - levanto os olhos a tempo de ver Macarena revirando-os. -A Cora é incrível, só é exigente. A irmã e a mãe é Mills, Zahir é somente a Zule e o pai.

-Tanto faz. Você é tão maluca quanto sua namoradinha.

-Isso é ego ferido? - estico a mão e ela me entrega uma borracha - elas me conhecem. -Só porquê ela não te escolheu?

-Não viaja, porra. - rio. -Sua namorada é linda e sexy, mas maluca. Não gosto das malucas.

O bom de termos tanto tempo de amizade: nada é levado a sério.

-Você é tão pavio curto quanto ela.

-Puff.. que nada!

Vou finalizando a fênix pequena que desenhava na carteira, ao lado colo duas interrogações meio que perguntando o significado da pena.

-Rúbia, você bateu na garota que estava implicando com um garoto que você nunca falou na vida!

-Isso é ser justa!

-Nah... deveria fazer umas aulas de boxe, ou qualquer merda para despejar essa raiva acumulada. - paro o desenho e umedeço os lábios, olhando-a de cima a baixo.

-Ou talvez devesse encontrar alguém. Posso te bater de algumas maneiras, mas a que estou pensando é mais gostosa...

-Idiota! - ela solto uma gargalhada jogando a borracha em mim.

-Boa tarde, turma! - finalizo a fênix e olho para o professor que acabara de entrar.

-Que o inferno comece. - minhas amigas riem, concordando.

Hoje ainda é segunda-feira!

°°

-Arrumou algum probleminha hoje, filhota?

Freio os passos e desço os poucos degraus que havia subido, encaro meu padrasto e sorrio do jeito que ele detesta.

-Nada demais. Mas o coordenador me pegou trepando com uma das professoras, mas aí paguei um boquete e tudo ok! - ergo os polegares e corro até meu quarto.

Meu Deus, é óbvio que é mentira!

Assim que abri a porta, me deparei com uma garota completamente apagada na minha cama. Ou foi muita droga ou muita bebida. De qualquer maneira, ela não pode ficar.

Amando Em Madrid Onde histórias criam vida. Descubra agora