27. Terror

530 61 7
                                    

Porchay não sabia dizer exatamente o quê havia acontecido naquele curto trajeto até sua casa. Só acordou, ainda meio tonto, e se viu amarrado em uma cadeira em um lugar escuro e estranho. À sua frente, um homem desconhecido olha para ele, afiando uma longa e pontiaguda faca sem pressa alguma.

 ⁃ Finalmente acordou.

 ⁃ Quem é você? O que quer de mim?

 ⁃ De você, nada, criança. Você é apenas minha moeda de troca.

 ⁃ Moeda de troca? Mas que porra tu tá falando?

 ⁃ Cuidado com as palavras, insolente!

O homem, já bem próximo ao rosto de Chay, desfere um tapa em sua face, deixando as marcas de seus dedos e um corte no lábio do mais novo.

 ⁃ Melhor ficar calado se não quiser outro.

Chay se encolheu na cadeira, um pouco amedrontado com aquele homem que parecia não ter medo de nada, o fazendo estremecer. Pensou no que havia acontecido, e sua última lembrança foi ter aceitado carona do professor Asavapatr. Depois disso, tudo ficou escuro e ele havia acordado ali. Será que o professor havia enganado ele? Mas qual motivo? Porsche não era ninguém importante nem rico ao ponto de exigirem dinheiro. 

"Será que são traficantes de escravos? Ai minha nossa! Vão me fazer ser a puta de algum velho rico e nojento. Nãooo!! Eu sou muito novo pra isso. Porraa!! Eu nem perdi a virgindade ainda! Por todos os santos, não me deixem acontecer isso."

Os pensamentos do garoto estavam a mil por hora. Ele realmente estava com medo e sua mente imaginava mil cenários diferentes. Sentiu algumas poucas lágrimas rolarem em seu rosto mas tentou se manter firme, mesmo amedrontado. Sabia que Porsche não deixaria nada de ruim acontecer com ele.

 ⁃ Aqui seu café. - Um homem adentrou ao local com algumas sacolas de comida, e Chay logo o reconheceu como sendo seu professor.

 ⁃ Senhor Asavapatr! Foi você quem fez isso.

 ⁃ Me desculpe, Porchay, não tive escolha. - O olhar do professor era de tristeza, pois apesar de tudo, ele nunca quis machucar ninguém. Mas para ele, seu marido era a pessoa mais importante do mundo, e faria de tudo para que ele não morresse, mesmo que isso significasse alguém inocente sofrer.

 ⁃ Desculpar? O que foi que eu fiz pra você? Me diga?

 ⁃ Não é nada pessoal, é só algo que precisei fazer pelo bem do meu marido.

Chay não entendia o que aquilo significava, mas percebia o olhar de angústia que Arm lhe dava. Parecia que estava sendo forçado, mas mesmo assim, Chay o estava amaldiçoando mentalmente.

 ⁃ Vou algemar suas mãos pra frente para você poder comer, ok? Por favor, não tente nada. Gun não é alguém muito paciente 

 ⁃ É…. Eu percebi. - Disse o garoto ainda sentindo a bofetada do mais velho arder em seu rosto.

Enquanto isso, na casa de Chay, Kimhan caminhava impaciente pela sala. Depois de recuperar boa parte de sua memória, ele estava mais alerta com as coisas à sua volta. Decidiu ainda não contar para Porsche e Porchay, pois assim que se lembrou de onde era, também se lembrou dos conselhos da rainha mãe sobre criaturas de outros reinos serem perigosas e traiçoeiras, mesmo duvidando que Porchay ou até mesmo Porsche fossem assim. Porém preferiu esperar mais um pouco. Mas naquele dia em questão, se sentia inquieto e agitado, principalmente porque já havia passado da hora de Chay voltar da faculdade e o menor não costumava se atrasar. Já havia passado 2 horas esperando e nada. Sentia, ou pressentia algo de ruim, mas não sabia o que era. Decidiu ligar para Porsche, já que o celular de Porschay caía direto na caixa postal.

📌Forgive me father! -  #VegasPetefic  Onde histórias criam vida. Descubra agora