ㅡ ela gosta de mim!

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13 de abril, 2021

𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 Lima

Eu prometi a mim mesma que não viria, mas aqui estou eu, esperando do lado de fora da casa das Florence's. Foi por pura pressão que parei aqui, Amelie e Helena não paravam de mandar mensagens, e a platinada estava animada demais, dizendo como seria incrível estar com as duas melhores amigas dela, então acabei não resistindo.

Eu nunca estive em uma festa do pijama antes, minha mãe nunca me permitiu estar fora de casa depois da escola. Então tudo é muito novo para mim, tia Bea teve que me ajudar com o que levar, além do pijama eu não fazia ideia do que levar. Além de dizer os tópicos mais usados pelas meninas: meninos. Mas acho que nesse ponto, ela estava enganada.

Assim que Amelie abriu a porta, fui recebida por um abraço caloroso da maior. Ela tinha um sorriso enorme no rosto, sua animação era tanta que me girou no ar. Eu estava sem jeito, não faz muito tempo que descobri que gosto dela, então não sabia como agir. Eu me sinto estranha, mas não de um jeito ruim.

— Por um momento achei que não vinha— ela me soltou, analisando meu rosto— Que bom que veio.

— Eu realmente não ia vir…— murmurei, notando a mulher atrás de Amelie— Boa noite tia Angelina, como a senhorita está?

ㅡ Bárbara, querida!ㅡ ela se aproximou, me abraçando ㅡ Estou bem, e você? 

ㅡ Pare de roubar minhas visitas, ela veio para me verㅡ a platinada fez uma careta para a mãe, que a imitou.

— Estou bem sim, tia— sorri.

Angelina sorriu para mim, saindo de perto em seguida. Por alguns segundos, ficamos em silêncio, sem saber o que fazer. Mas logo a maior pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Foi repentino, eu pude sentir um choque percorrendo da minha mão até meu coração, que acelerou em resposta.

ㅡ Vamos subir, a Helena vai demorar um poucoㅡ ela sorriu, sem jeito e me puxou até seu quarto.

Ele estava diferente, tinha um “forte” feito com lençóis e almofadas, sua cama não estava lá e sim três colchões que juntos estavam formando um só e tinha várias luzes espalhadas pelo quarto todo, mas não eram fortes e sim aquelas luzinhas fracas de natal. 

O quarto estava completamente diferente da última vez que o vi. A cama já não estava mais lá, no lugar havia um colchão enorme— o colchão estava dentro de um “forte” de lençóis, como se fosse uma cabana—, suficiente para três ou mais pessoas se deitarem. O quarto estava cheio de luzes brancas fracas, e na televisão estava tocando algumas músicas que eu não conhecia, mas que estava gostando.

ㅡ Dei uma mudada para hoje, espero que eu não tenha exageradoㅡ ela me puxou para o forte, ainda com nossos dedos entrelaçados.

ㅡ Está tudo lindo, fez tudo sozinha?ㅡ negou com a cabeça, então logo pensei na sua mãeㅡ Tudo isso para uma noite do pijama?

ㅡ Não é só uma noite do pijama, é uma noite do pijama com minhas melhores amigasㅡ ela virou o rosto para mim, olhando nos meus olhosㅡ Vocês duas estão sempre do meu lado, em qualquer situação. Acho que é justo que eu recompense vocês com uma noite divertida.

Estávamos nos encarando, esperando a outra quebrar o contato visual. Ela sorriu e se aproximou ficando muito perto do meu rosto, e por um momento achei que iria me beijar, mas ela se afasta quando escuta o som da campainha e sua mãe gritando “Leninha chegou.”

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