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Desde o momento em que tudo ficou preto, os gritos de Sooyoung e Jinsol somente foram interrompidos quando seus corpos atingiram em cheio o chão.

Soltaram resmungos doloridos seguidos de alguns xingamentos por causa da aterrissagem desajeitada naquele chão duro. As duas então abriram os olhos, quase ao mesmo tempo, se deparando com o ambiente ainda um pouco escuro. Espera... quando foi que o dia virou noite?

Tentando ignorar a estranha mudança, Sooyoung foi a primeira a erguer o corpo com os cotovelos, agora se sentando no chão... macio?

Desde quando o deserto era... felpudo?

Sooyoung pensou em fazer seu questionamento em voz alta, mas quase revirou os olhos em seguida, pronta para reclamar do quanto Jinsol era dramática em soltar os resmungos tão manhosos e chorosos.

Mas foi então que Sooyoung arregalou os olhos, enfim se dando conta da situação que a pouco enfrentaram.

Foi ao se recordar claramente do momento em que o bandido ergueu a pistola na direção das duas e também do som dos disparos que se seguiram que Sooyoung se virou bruscamente e se arrastou pelos joelhos até o corpo da amiga, que ainda continuava estirado ao chão. Os olhos arregalados passaram a encarar de forma assustada o corpo da melhor amiga enquanto rapidamente a tomava em seus braços.

— JINSOL, VOCÊ TÁ BEM? — Sooyoung chacoalhou o corpo da mais nova, dando leves tapas em sua face com uma das mãos. — Garota, cê nem morreu ainda! ME RESPONDE LOGO!! — gritou, impaciente com a demora da menor.

— EU NÃO SEI!! — Jinsol respondeu do mesmo jeito desesperado, dando um tapinha na mão da mais alta antes que ela a acertasse outra vez. — M-Mas acho que eu vou m-morrer... — choramingou ao encarar os olhos da mais velha. — E AGORA?

Jinsol continuou nos braços da melhor amiga, enquanto Sooyoung permaneceu ajoelhada, dando todo o suporte necessário para a garota ferida.

Só que... as vozes das duas não eram as únicas a ecoar pelo cômodo quase totalmente escuro.

— O que... — A terceira voz que se fez presente no cômodo foi a de Jiwoo, que fez uma breve pausa para mudar a expressão assustada com a gritaria alheia para agora ter o cenho franzido em confusão ao ver as duas mulheres em prantos. — O que deu nelas dessa vez?

E Jiwoo não era a única a encarar a dupla no tapete felpudo com o cenho franzido, pois Jungeun estava igual, talvez tão confusa quanto a menor. A única coisa que as diferenciava levemente era que a mais alta ainda estava ofegante e com os olhos um pouco arregalados por culpa do susto que a pouco levou. Mas muito diferente de Sooyoung e Jinsol, as duas estavam sentadas no sofá, antes dividindo um cobertor que foi parar no chão junto com outro que estava com as mais velhas.

Agora, além de estarem sem o cobertor, elas tinham partes do corpo coberto com algumas pipocas mal estouradas que acabaram saltando dos potes que ambas seguravam. O olhar incrédulo das duas eram voltados para o drama das mais velhas, ainda jogadas no chão da sala de estar e gritando uma com a outra sem nenhum motivo aparente.

— A JINSOL LEVOU UM TIRO!! — Quem respondeu foi Sooyoung, ainda em completo desespero, nem mesmo percebendo que Jiwoo perguntou aquilo para Jungeun.

Quando escutou a resposta da esposa, Jiwoo passou a palma da mão pelo rosto, soltando um longo suspiro ao compreender o que as levara àquela situação peculiar.

Jungeun, mesmo também compreendendo parte da situação das mais velhas, não segurou por muito tempo a curiosidade.

— A Jinsol levou um... tiro? — questionou Jungeun, ao mesmo tempo que ajudava Jiwoo na nova tarefa de arrumar a bagunça de pipocas espalhadas em cima delas.

Pᴇʀᴅɪᴅᴀs ɴᴏ Fᴀʀᴏᴇsᴛᴇ | LᴏᴏɴᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora