Pᴇʀᴅɪᴅᴀs ɴᴏ Fᴀʀᴏᴇsᴛᴇ | Lᴏᴏɴᴀ

II

— Okay, ignorem ela. Deve ser o calor afetando os poucos neurônios que tem. — disse Jinsol com um sorriso nervoso, deixando a mais velha emburrada com aquilo.

— Que mentira, eu ainda tenho muitos funcionando! — disse Sooyoung com as sobrancelhas franzidas em indignação.

Mas, logo ela se calou com a cotovelada que levou da amiga.

Jinsol limpou a garganta, ainda sustentando o sorriso um pouco nervoso ao encarar o casal em sua frente.

— Podem nos informar em que dia e ano estamos, por favor?

— Esperem um pouco, já volto. — disse Hyeju.

— Vem cá, amiga. — Sooyoung puxou a menor para mais perto enquanto Hyeju procurava o jornal recente com a ajuda de Chaewon. — Por acaso você está pensando na possibilidade de nós termos feito uma... viagem no tempo?!

— Ué, quem sabe. Não podemos descartar isso. — Jinsol respondeu em um sussurro, o tom de voz trêmulo mostrava o quanto estava apavorada com a possibilidade. Como fariam para voltar pra casa caso fosse isso? — Sei que é bem maluco, mas veja bem, isso poderia explicar essa nossa amnésia.

— É, pode ser. — Sooyoung fez um beicinho, pensativa. — Ainda bem que, apesar dessa amnésia, nós não nos esquecemos das nossas garotas.

— Ainda bem mesmo. Aliás, sinto que elas devem estar por aqui. Nós temos que achá-las! — Jinsol falou cheia de determinação, recebendo em resposta da mais velha um aceno com a cabeça em concordância.

— Aqui está! — disse Hyeju estendendo o jornal para as duas.

As duas agradeceram e o pegaram juntas, o olhar vasculhando cada canto da primeira página. Quando encontram o que queriam, elas arregalaram os olhos ao verem a data impressa.

Não, não, não...

— Não é possível... — disse Jinsol perplexa. — A aspirina nem foi inventada ainda. — sussurrou para a mais velha.

— COMO ASSIM ESTAMOS EM 1892? — gritou Sooyoung, mas logo ela se conteve com o tapa na nuca que levou de Jinsol. — Digo... err... olha só o preço desse chapéu... que roubo, hein! — disse sorrindo nervosa para o casal, fazendo a mais nova ao seu lado suspirar.

— Hm... então... — Hyeju limpou a garganta durante os segundos que trocou um olhar confuso com Chaewon, não sabendo ao certo o que poderia falar. — Querem mais água? Vocês estão muito pálidas!

— P-Pode ser. — disse Jinsol agarrando o copo com a mão trêmula. — Ah, merda... O que faremos agora? — sussurrou para Sooyoung quando Chaewon se virou para pegar mais um copo para Hyeju depois de colocar mais água para as duas.

— Nem ideia. — Foi a única coisa que Sooyoung respondeu entre um riso nervoso ao agarrar o copo e levá-lo até a boca.

As duas forasteiras suspiraram pesado ao ingerir todo o líquido, ainda sob o olhar confuso das outras duas.

Todavia, mais questionamentos ou planos não puderam ser ditos em voz alta por nenhuma das quatro, pois gritos e tiros no lado de fora interromperam aquele silêncio que se instalou entre elas, assustando todos ali no velho estabelecimento.

Em questão de poucos segundos os tiros e gritos cessaram e uma garota loira ofegante abriu com tudo as portas duplas, seguindo até o balcão.

— MATARAM O XERIFE!! — Ela anunciou para todos quando se sentou ao lado de Hyeju, agora pressionado com a mão esquerda o outro braço ferido.

Os olhares de todos se arregalaram com a notícia chocante da loira e ficaram assustados quando viram seu braço ensanguentado.

— Como assim mataram o xerife, Heejin? — perguntou Hyeju confusa e preocupada, se levantando para ficar ao lado da menor no caso de ela precisar de alguma ajuda.