Nem sempre a força vem da bondade...
❄︎
Ficamos um tempo em silêncio, estava processando tudo que Thalya tinha acabado de falar, o William já tinha me contando terem pessoas que tinha passado mesmas coisas como nós. Acho que não acreditei até escutar a história de Thalya, depois que ela terminou Ofélia avisou que teria que fazer alguma e saiu, mas voltaria logo. Enquanto isso, eu estava ajudando Thalya a separar as partes das ervas medicinais que ia moer e o que iam ficar de reserva.
- Eu sempre quis uma companheira de quarto que tivesse minha idade. - ela interrompe o silêncio que havia estabelecido.- Mas em troca recebi os gêmeos.- ela dá risada.- Você parece ter a minha idade, quantos anos tem? - Thalya me perguntou curiosa.
- Eu tenho 12 anos. - Thalya solta um sorrisinho.- Nossa! Que nova.- franzi a testa - Quantos anos você tem?- ela não parece ser tão mais velha que eu, será que eu me enganei?
-Eu tenho 13 anos.- fala com orgulho. Reviro os olhos -Nossa! Que velha!- digo com sarcasmo. Ela da risada e eu acompanho. Thalya me passava uma sensação boa, sinto que vamos ser ótimas amigas. Se existe pessoa como ela no acampamento, talvez esse lugar não seja tão ruim.
- Posso saber o motivo da risada?- Ofélia chega. Ao ver a gente sorrindo, fez com que ela sentisse aliviada.
- Estávamos conversando sobre como a Agnes é nova.- a herbalista chega mais perto. - ela tem doze aninhos.- diz debochado da minha idade. Ofélia olha para sua assistente confusa.- Thalya, você tem 13 anos, só é um ano mais velha do que ela.- Thalya entrega a cesta com as ervas medicinais que iriam ficar de reserva para Ofélia. - Mas eu continuo sendo a mais velha, imagina cuidar de 3 crianças, oh céus!- faz drama. Dei uma leve cotovelada nela quando ela me chamou de criança, Thalya passa a mão onde foi impacto reclamando, porém dá risada. Ofélia balançou a cabeça sem acreditar no que sua ajudante estava falando, portanto, logo em seguida ri descontraída.
Começamos a limpar e guardar as ferramentas que utilizamos.- Olha só o que temos aqui! O que devo a honra de sua presença, já que não vem aqui? - Ofélia fala com a pessoa que estava atrás de mim, ela tinha um sorriso irônico, a pessoa soltou um sorriso abafado.
- Vim aqui só conferir as coisas.- Eu conhecia muito bem essa voz.
- Você? Um dos homens mais ocupado do acampamento veio conferir as plantas? Não sei se plantas é bem o seu forte, William. - O caçador revirou os olhos diante da provocação da herbalista.
- Não vim aqui para conferir suas plantas, vim ver ela. - ponta para mim com a cabeça. Ele estava do mesmo jeito que o vi da última vez, porém seu manto tinha pele de animal em cima do ombro. Ele caminha até minha direção e se ajoelha de frente para mim, apoiando seu antebraço na sua perna que estava elevada.
- Fiquei surpreso em saber que você estava aqui, mas feliz que você está tentando se ajustar. Notei que está com roupas mais quentes também.- Eu usava um vestido simples de manga comprida feito de lã, da cor vermelha, um manto cinza que chegava até o começo da minha coxa, tinha trocado minhas sandálias por botas. Eu coloquei as novas roupas antes de encontrarmos a Ofélia. Eles me deram uma quantidade de roupas para cada estação.
Encarei seus olhos verdes. Não tinha percebido na primeira vez que eu o vi, era tão verde como uma floresta no verão. Ele esperava alguma reação minha para saber como eu estava.
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The Red Snow
WerewolfEssa história é narrada por Agnes, uma garota que vivia em uma aldeia chamada Luvritis. Uma aldeia pacífica e escondida do Reino Solis, longe de pessoas que podem fazer mal, longe de pessoas com maus olhares, mas mesmo sendo escondida não poderia es...