Capítulo 1 (parte 2)

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– Tem alguém aqui? – escuto a voz de um homem, nunca escutei a voz dessa pessoa.

– Aqui! - começo a bater na porta de novo. Escuto seus passos se aproximando.

– Senhora, você está... – ele se interrompe.

– Você achou a minha mãe? Ela está bem? – ele não me responde.

Escutei seus passos mais perto da porta, começou checar a mesma, percebeu estar fechada.
– Por favor, saia de perto da porta, vou ter que quebrar a porta. – Faço o que ele pediu, vou para um canto do quarto.

– Pronto! – falo alto para que ele me escute do outro lado da porta.

Assim que o aviso, um pouco depois a porta estava no chão. Um homem loiro surge pela passagem onde ficava a porta. Ele usava um manto verde, por baixo usava um colete preto de couro e uma camiseta simples branca por baixo do colete. Ele veste seu arco para ficar com as duas mãos livres, então se aproxima de mim.

– Você está bem? Se machucou? – Faço que não com a cabeça.

– Onde está minha mãe? – ele me olha como se tivesse escolhendo palavras certas para dizer.

– Morava só você e sua mãe nessa casa? – concordo com a cabeça.

– Você deve amar sua mãe demais, não é?

– Claro que eu a amo, ela é minha mãe e é a única pessoa que eu tenho. Por isso preciso ver ela. – tento ir em direção da porta, mas o homem me impede, ele coloca suas mãos em meus ombros.

Em suas mãos ele usava luvas de couro preto igual a seu colete. Ele se agachou ficando da minha altura, ele me olhava com pena.

– Imagino que sua mãe te ame muito também, então imagino que ela não gostaria que você a visse no estado que está agora... Ela não desejaria isso para você... – ele desvia o olhar por alguns segundos.

– Se ela está ferida? Eu aguento, ela parecia estar com problemas. Eu só quero ficar com ela, por favor. – suplico. Ele aperta os lábios como se a próxima coisa que dirá fosse algo difícil.

– Como se chama? – pergunta.

– Agnes, senhor.

– Agnes, meu nome é William, sou um caçador. A função de um caçador é proteger as pessoas dessas aberrações, eles são animais selvagens que vão de lugar a lugar apenas para matar pessoas... E hoje eles vieram para essa aldeia... Se um deles encontrasse alguém, essa pessoa não teria chances contra eles... – ele dá uma pausa.

– Agnes, sua mãe protegeu você, provavelmente um deles estava vindo em direção ao quarto, para que ele não encontrasse você, sua mãe...

Não... Não...

Ela se sacrificou para te proteger... – Minhas lágrimas começaram a escorrer desesperadamente.

– Não! Isso é mentira! – Tento correr de novo em direção a porta, mas ele é mais rápido e me segura.

– Me solta! Ela estava bem ali, eu escutei ela! - Comecei a me debater, mas ele é mais forte.

– Agnes! – tenta chamar minha atenção, porém não dou ouvidos e continuo me debatendo.

– Mãe! – Chamo por ela, mas não obtive nenhuma resposta.

– Ela se foi, pequena...

– Não, ela nunca me deixaria! – continuo tentando alcançar a porta. Sinto ele me abraçar, colocando sua mão em minha cabeça.

The Red SnowOnde histórias criam vida. Descubra agora