Capítulo Um

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Era mais um nascer do sol como todos os outros. Ou não. Osamu iria ter seu primeiro dia na escola nova em alguns poucos minutos, onde só conhecia Atsushi e Akutagawa. Dazai havia sido expulso da escola antiga. O motivo? O adolescente havia explanado o fato de o diretor usar peruca e não fazia as atividades há mais de dois meses.

O de cabelos castanhos vestia uma blusa de botão branca, gravata e calça social preta e um sobretudo da mesma cor. Descia as escadas indo em direção à porta com pressa.

Osamu foi praticamente correndo para a escola por estar atrasado, mas, felizmente, conseguiu chegar segundos antes do sinal tocar. Correu para a sala de aula assim que ouviu o barulho, onde apresentou-se brevemente para o resto da turma e viu-se à frente de um professor meio de mau-humor.

─ Bom, Dazai, é ótimo que tenha chegado nessa escola exatamente no dia em que iríamos fazer o mapeamento das salas e juntar os alunos em duplas. ─ Falava o homem enquanto andava de um lado para o outro com passos lentos. ─ Como você é novo por aqui, acredito que não tenha muitos amigos, então vai ser bom para você.

As duplas foram formadas em meio de reclamações e muito barulho. Mas havia um pequeno problema: o jovem aparentemente ficara sem dupla.

─ Ah, não se preocupe, sua dupla deve chegar atrasada. Sente-se ali por enquanto. ─ O professor dirigiu-se a Dazai enquanto apontava para um assento vazio.

O moreno obedeceu. Não demorou muito para que caísse no sono ali, mesmo sendo um local extremamente desconfortável. Mas não durou muito tempo. Logo uma voz nada amigável fez com que ele acordasse em meio de xingamentos e reclamações.

─ Ei, cara! Acorda aí porra! O velhote mandou a gente fazer o trabalho que ele passou e você aí dormindo nessa merda de mesa. Já aviso que eu é que não vou perder ponto por causa de um imbecil como você. Se você não abrir esse olho agora, eu vou enfiar uma tesoura nele.

Dazai abriu os olhos lentamente em meio de reclamações. Em sua frente, havia um garoto tão belo quanto um deus grego; cabelos ruivos que pareciam ser tão macios quanto seda, sardas nas quais tornavam seu tosto ainda mais bonito e olhos azuis, que eram como um daqueles oceanos descritos nos mais belos poemas. Essa visão fez com que Osamu achasse qua ainda estava sonhando, até sentir um soco no topo de sua cabeça que o fez ver que era uma pessoa real.

─ Vamos começar logo, caso contrário teremos de acabar em casa, o que seria uma merda.

─ Que jeito mais rude de acordar uma Branca de Neve. ─ O moreno retrucou enquanto esfregava o local onde havia sido socado. ─ Dazai.

─ Hm?

─ O meu nome é Dazai.

─ Ninguém liga, vamos logo comecar essa merda porque só faltam meia hora pra essa aula acabar, caso não tenha notado.

─ Não vai nem dizer seu nome? ─ O moreno fez uma cara de tédio enquanto apoiava a bochecha sobre uma das mãos.

─ Isso nem importa, não pense que seremos amigos. E vê se não enche mais meu saco na aula.

"Ele tá aí querendo se fazer de difícil, mas eu vou provar que nada é impossível pra esse gostosão aqui. Ele vai sim tornar-se meu amigo, ele vai ver. O tampinha falou pra não encher o saco na aula, mas não foi dito nada sobre depois dela." Pensava o mais alto enquanto esboçava um sorriso ladino.

Horas e horas cansativas se passavam, quando um sinal que servia como aviso que as aulas acabaram tocou.

Chuuya levantou-se de sua carteira para ir embora, mas sentiu uma mão magra segurar seu pulso.

─ Você ainda não me disse o seu nome.

─ Eu não deixei claro que eu não quero ser seu amigo? ─ Falou enquanto puxava o pulso com força e andava para fora da sala de aula.

─ Ei, espera! ─ Dazai falou, sendo ignorado. ─ Ah é? Então eu vou encher o seu saco até você falar a porra do seu nome.

Obviamente, o mais baixo queria evitar aquilo acontecer. Simplesmente falaria seu nome e o outro o deixaria em paz, certo?

─ Chuuya. Meu nome é Chuuya.

─ Finalmente, anão revoltado. Ei, tá afim de fazer alguma coisa essa tarde? Tô no tédio, sabe? E meu amigo vai estar estudando com o namoradinho dele.

─ Me deixa em paz logo, viado.

─ Ah, Chibi, por que você tem que ser tãaao chato? ─ O moreno retrucou fazendo uma cara de coitado.

Antes que Chuuya pudesse fazer algo, uma garota dos cabelos rosa chegou agarrando seu braço.

─ Oi, Chuchu! ─ Disse enquanto beijava a bochecha do garoto. ─ Sentiu minha falta pela manhã?

─ Ah não. ─ Resmungou baixinho enquanto tentava tirar a garota de seu braço esquerdo.

─ Quem é esse aí? ─ A menina falou enquanto apontava para Dazai.

─ Um amigo.

─ Oi, amigo dele. ─ Referiu-se a Dazai forçando um sorriso.

─ Oi.

─ Chuchu, ─ A garota voltou a falar com Nakahara. ─ Lembra que você prometeu me ajudar a estudar? Vamos de uma vez, vai ficar tarde.

Chuuya faria de tudo pra não ficar com aquela menina, ele a achava insuportável, não sabia como ela era tão popular naquela escola.

─ Desculpe-me, Yuan. Hoje não vai dar, combinei com o Dazai de nos divertirmos essa tarde.

Osamu ficou confuso, mas também não negou nada, afinal, era aquilo que ele queria. Sentiu Chuuya apoiar a mão em seu ombro como um sinal para irem andando. Ambos foram, deixando a garota parada no mesmo local, indignada.

Quando estavam bem longe de Yuan, finalmente trocaram alguma palavra. O maior foi o primeiro a falar.

─ O que foi isso, hein?

─ Não enche, porra. Eu só disse isso porque aquela garota chega a ser mais insuportável que você. Mas, pelo visto, agora eu me fodi. Vou ter que passar o resto do meu dia com você do meu lado.

─ Eu vou infernizar sua vida. ─ Osamu cantarolou em meio de risadas, mas parou quando sentiu um chute na sua bunda.

─ Cala a boca um pouquinho.

Dazai iria reclamar, mas achou melhor fingir que não foi agredido do que levar um chute em um lugar pior.

─ Ei, quer jogar lá em casa?

─ E eu lá tenho outra opção?

─ Vamos andando então, formiga arrogante. Ah, e toma cuidado pra não se perder no caminho, você é tão pequeno que eu precisaria de um óculos com uma lente de trezentos graus só pra te enxergar no meio dessa rua movimentada.

─ Você me chamou de que? Agora você se fodeu, Dazai de merda! ─ Chuuya gritou enquanto corria atrás de Dazai, que se encontrava rindo do colega.

Chegando na casa do moreno, Osamu se jogou no sofá e chamou Nakahara para o seu lado. Passaram a tarde inteira jogando, até que o ruivo, cansado de perder, se descontrolou e quase quebrou o videogame. Dazai teve de intervir para que nada de ruim acontecesse.

─ Ei cara, tá na minha hora.

─ Vou até sua casa com você. É bom que eu aprendo o caminho para ir encher o seu saco às vezes.

─ Vai sonhando.

Mesmo com Nakahara o proibindo de segui-lo, Osamu insistiu tanto que foi junto. No caminho, o dos olhos castanhos tinha uns assuntos meio estranhos ao olhar do outro; falava sobre os tantos métodos de suicídio que existiam, os que ele achava ótimos e os que achava patéticos. Mesmo assim, Chuuya não quis nem perguntar nada, sabia que o garoto viria com respostas "estranhas" que preferia não ouvir.

Continua.

i finally got a boyfriend and he's the bomb! - soukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora