Ambos encontravam-se perdidos nos mais sublimes pensamentos. Trocavam olhares enquanto sentiam uma brisa suave que pairava no local e um silêncio agradável tomava conta do aposento.
Nakahara perguntava-se quando começou a se sentir tão confortável perto de Osamu.
─ Hoje foi legal, apesar de você ter estragado tudo no final. ─ O ruivo quebrou o silêncio com um pequeno sorriso.
Dazai sorriu genuinamente com a aprovação do menor.
─ Você tava bonito hoje.
Chuuya sentiu suas bochechas queimarem. Várias pessoas já haviam dito isso anteriormente, e era indiferente. Perguntava-se por que raios estava reagindo de maneira diferente agora.
─ Eu... sempre tô bonito. ─ Falava sem jeito enquanto procurava algum outro lugar para olhar.
Osamu riu baixinho e balançou a cabeça em concordância.
─ É, eu não posso negar isso.
Nakahara acendeu uma luz fraca, mas suficiente para conseguir ver com mais clareza os traços do outro. Agora conseguia observar a palidez espectral da pele e o brilho extraordinário que se fazia presente nos aconchegantes olhos castanhos. Os fios que pareciam macios ao seu ver, encontravam-se um pouco bagunçados e balançavam levemente. O garoto perguntava-se novamente se o amigo sempre fora tão atraente.
Ao ver que estava sendo observado por um par de olhos azuis, Dazai sorriu genuinamente.
Óh ceus, como queriam se beijar agora. Uma vontade involuntária, mas ardente.
Dazai sempre teve essa vontade, não podia negar, mas agora parecia estar intensificada e não parecia que seria rejeitado. Parecia que o ruivo queria o beijar também. Não só parecia, ele realmente queria.
─ Sabe, eu realmente quero te beijar agora. ─ Osamu finalmente proferiu.
Chuuya sorriu de lado. ─ Posso te fazer esse favor, cavala.
O menor aproximou-se, colocando ambas as mãos no pescoço do mais alto enquanto sentia o mesmo segurar sua cintura com firmeza. Num curto espaço de tempo, Chuuya pôde observar mais de perto o quão lindos eram aqueles olhos castanhos, que o encaravam cheios de desejo. Dazai, que antes trocava olhares com o parceiro, agora tinha o olhar nos lábios de linhas incomparavelmente belas, desejando beijá-los até que não consiga mais respirar.
Ambos conseguiam sentir a respiração ofegante um do outro devido a proximidade a que se encontravam. Naquele momento, só podiam ser ouvidos os batimentos cardíacos acelerados e cheios de desejo dos jovens.
O espaço entre ambos foi quebrado por Nakahara, que iniciou um beijo lento e quente. Lábios macios agora encontravam-se e faziam o tempo parar apenas para apreciar o beijo de dois jovens com hormônios à flor da pele.
O beijo ia intensificando-se conforme as mãos de Dazai exploravam as costas e cintura do ruivo e este passava os dedos através do cabelo castanho tão sedoso e suave.
O momento foi interrompido por uma silhueta feminina na porta da sacada com os braços cruzados, que fez um barulho para chamar a atenção dos jovens.
─ Olá, irmãozinho. ─ A mulher falava enquanto tinha estampado em seu rosto um sorriso claramente forçado.
Chuuya empurrou Dazai com força o mais rápido que pôde, fazendo o garoto resmungar com uma cara emburrada.
─ Porra, Kouyou! Nem pra bater na porta!
─ Chuuya, eu bati na porta e chamei pelo seu nome sete vezes.
Antes que Nakahara pudesse arranjar alguma desculpa esfarrapada, Osamu se pronunciou.
─ Pô, tia, estragou o momento. Seu irmão beija tão bem, vê se não estraga na próxima também.
Kouyou virou-se para encarar Dazai com um sorriso ameaçador e, antes que ela pudesse falar ou até mesmo fazer algo, uma outra mulher adentrou o quarto.
─ Chuuya, meu bem, vim te ver e-
Akiko parou de falar imediatamente quando observou sua namorada quase estrangulando um garoto que desconhecia enquanto Chuuya ria da situação.
─ Ei, alguém poderia me explicar o que está acontecendo?
─ Ah, explico sim, claro. ─ A ruiva falou num tom impaciente. ─ Eu bati na porta e chamei o menino sete vezes, aí, como não teve resposta, eu fiquei preocupada! Abri a porta do quarto e vejo esses dois quase se comendo. Chuuya ainda foi mal educado e esse pirralho aí falou pra eu não atrapalhar e que meu irmão beija bem!
Yosano riu baixinho enquanto balançava a cabeça em negação.
─ Querida, eles são jovens, não se aborreça com isso, sim? ─ Falou enquanto deixava um pequeno beijinho nos lábios da namorada.
─ Por hoje passa, meninos. ─ Suspirou. ─ Mas não pensem que vai ser assim sempre.
Ambos os garotos se viram aliviados, principalmente Osamu, que achava que seria estraçalhado alguns minutos antes. Agradeciam internamente por Akiko ter aparecido ali naquele momento.
─ Então, Chuu, tá de namoradinho novo? ─ A mulher de cabelo curto riu.
─ Ele e eu namorando? Credo, prefiro namorar um sapo.
Dazai mostrou a língua para o menor, fingindo estar ofendido.
─ Não parecia isso há alguns minutos atrás, senhorzinho. ─ Ozaki brincou. ─ Prazer, namoradinho do Chuu, eu sou a irmã dele, Kouyou.
─ Prazer, tia, e foi mal aí.
A ruiva assentiu e pediu-lhe educadamente para não fazer mais isso.
─ Eu sou a namorada dessa mulher linda aí, Yosano, prazer.
─ Prazer, tia.
─ Está tarde, não? ─ Kouyou sorriu de forma acolhedora. ─ Vão dormir, amanhã podemos fazer um passeio se comportarem-se.
─ Ei, não fale como se fôssemos crianças! ─ Chuuya esbravejou, mas não desobedeceu. Segurou a mão de Dazai e o levou até o quarto de hóspedes, indo deitar-se no seu em seguida.
Após se cerificarem de que os meninos estavam dormindo, o casal encontrava-se à sós no salão principal apreciando um vinho antigo.
─ Não sabia que Chuuya tinha um namoradinho. ─ Kouyou iniciou a conversa enquanto levava delicadamente a taça nos lábios rosados.
─ Nem eu, eles crescem tão rápido, não é? Me lembro de quando ele não passava de um garotinho.
A ruiva sorriu enquanto olhava para o chão.
─ Se isso trouxer felicidade para meu irmão, está mais do que ótimo. ─ Suspirou. ─ Estarei torcendo por eles.
Akiko riu baixinho, pegando sutilmente a taça que encontrava-se na mão da namorada e beijou-lhe suavemente.
─ Eu te amo, sabia?
─ Eu também te amo, querida.
A ruiva deitou a cabeça no ombro da namorada, que acariciou seus cabelos sedosos.
Conversaram um pouco enquanto tomavam mais algumas taças da bebida e não se sabe quando nem como ficaram tão sonolentas, mas adormeceram no sofá do grande aposento, deixando algumas garrafas de vinho espalhadas no chão.
Adormeceram numa atmosfera confortável para ambas, era como voltar para casa depois de um dia longo e cansativo.
Continua.
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i finally got a boyfriend and he's the bomb! - soukoku
Fiksi PenggemarDazai, um suicída de 16 anos que passa o dia inteiro no seu quarto assistindo animes e jogando videogames, é expulso de sua escola por explanar que o diretor usava peruca e também em razão de sua irresponsabilidade. Não havia escolha a não ser mudar...