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Minha mãos estava suando, passava ela várias vezes no tecido da calça e nada dela parar de suar, Miguel se encontrava ao meu lado olhando pra um ponto específico enquanto sua perna mexia sem parar, ele parecia mais nervoso que eu, eu realmente espero que isso seja passageiro.

— senhorita Cooper. — olho pra mulher em minha frente. — o doutor Fuller está a sua espera na sala dele. — ela diz olhando o bloco que havia em sua mão.

Assinto com a cabeça e olho pra Miguel que já me encarava, levanto da cadeira e espero Miguel levantar também, eu não podia entrar sozinha naquela sala, depois de segundos no mesmo lugar, Miguel levanta e põe as mãos no bolso e fica atrás de mim, sigo até a porta da sala do Fuller e bato na porta umas três vezes escutando um "entra". Abro a porta e vejo um homem um pouco alto com barba, com seu jaleco branco consigo ver seu nome escrito no bolso da mesma, sento na cadeira que havia em frente sua mesa e Miguel fica parado ao meu lado.

— é bom ver vocês de novo. — Fuller diz com um pequeno sorriso nos lábios.

— digo o mesmo Fuller. — Miguel diz retribuindo o sorriso.

— então, o que aconteceu pra vocês estarem aqui?. — Fuller pergunta e eu continuo em silêncio. Miguel suspira passando a mão na nunca, acho que ele fazia isso sempre que está sem jeito ou nervoso.

— hum.., Ayla não está lembrando de nada que aconteceu durante esses anos todos. — ele diz rápido e consigo ver Fuller me encarar com o cenho franzido.

— posso fazer algumas perguntas a vocês?, principalmente pra você, Ayla. — ele diz se sentando em sua cadeira e colocando um pequeno caderno e o colocando sobre a mesa junto com uma caneta.

Miguel assente e senta ao meu lado e encosta no couro da cadeira.

— qual é a última coisa que você lembra?. — ele pergunta olhando diretamente pra mim.

— bom.., era meu aniversário e eu tinha acabado de chegar em casa, havia pegado rubi, que era minha gatinha e fui dormir, no outro dia que era pra ser igual aos outros, foi totalmente diferente, eu acordei em uma casa estranha, com o meu crush famoso na cozinha me chamando de amor. — falo tudo e ele anota cada palavra no caderno, olho pra Miguel que mantinha a cabeça reta olhando pra Fuller.

— esse caso é bem raro de acontecer, eu só peguei um único caso dessa. — ele diz intercalando o olhar entre mim e Miguel. — você deve ter passado algum estresse ou nervosismo antes disso, o estresse e o nervosismo causa altos riscos da pessoa perde a memória de um curto prezo ou esquecer de boa parte da vida. — ele diz e eu presto atenção em cada palavra.

— então ela pode ter perdido a memória da vida dela quase toda por causa de algum nervosismo que ela passou no dia anterior?. — Miguel pergunta e o Fuller assente. — merda.. — ele fala baixo a última parte mas eu consigo ouvir.

— Ayla pode ter chance de recuperar a memória. — ele diz e agradeço mentalmente. — mas o quanto tempo vai levar não sabemos. — ele diz entrelaçando os dedos uns no outro.

— quanto tempo isso pode levar mais ou menos?. — Miguel pergunta e consigo ver o nervosismo em sua voz.

— bom.., isso depende dela, pode levar dias, semanas, meses ou até mesmo.. — ele da uma pausa. — anos. — ele diz e Miguel engole seco.

— mas ela tem grandes chances de recuperar a memória, né?. — Miguel pergunta novamente e peço aos céus pra Fuller dizer que sim.

— não posso dizer o certo. — ele diz e eu suspiro. — mas recomendo vocês sentarem e conversarem pouco a pouco sobre o que aconteceu durante esses anos. Fazer as coisas que vocês faziam antes nos mesmos lugares pode ajudar ela a ter lembranças.

(...)

— você vai conseguir recuperar a memória, Ayla. — Fuller fala pra mim antes da gente sair da sua sala, sorrio pra ele antes de sair andando junto com Miguel até o carro.

Ele não falou nada durante o caminho todo, o que me assusta, eu preciso saber o que ele pensa sobre isso, preciso saber o que aconteceu, preciso de respostas!.

Saímos do carro e ele andou rapidamente até o cantinho que ele diz que era nosso, não fui atrás dele agora, ele precisa pensar sobre tudo isso. Subo até o quarto e vou direto até o closet, precisava de um banho, precisava relaxar. Entro na banheira que tinha água quente e permito fechar os olhos, sentindo meus músculos do corpo relaxarem.

" — você sabe que uma hora ou outra você irá casar comigo, né?. — uma voz masculina invade o pequeno borrão que havia em meu sonho.

— eu sei que vou casar com você, bobinho. — no meio do borrão a voz doce surge. A voz era familiar, parecia um pouco com a minha.

— vamos ter vários gatinhos, e duas cópias sua. — o garoto fala e a menina rir.

— por que minha?. — ela pergunta. — eu adoraria ter um menininho com seus olhos.

— eu sei que adoraria, mas você é tão perfeitinha, imagina duas cópias suas correndo pela casa. — ele diz.

— está muito cedo pra imaginar isso.

— eu te amo.

— eu também te amo meu mexicano falsificado."

Meu corpo desliza pra dentro da água e eu levanto rápido puxando o ar que tinha perdido. Mas que porra foi isso?. Saio da banheira e me enrolo na toalha, me olho no espelho e tenho leves flash do sonho novamente, balanço a cabeça em tentativa de esquecer isso e vou até o quarto vestindo a roupa.

Desço pro andar de baixo e vou até a cozinha pra preparar alguma coisa pra comer, agradeço aos céus por não esquecer de saber cozinhar, descido fazer macarrão ao molho branco, pego os ingredientes e coloco tudo em cima do balcão, ponho a água pra ferver enquanto ralo o queijo.

Seco a mão depois de escorrer o macarrão, já estava com preguiça de fazer o resto. Preparo o molho e misturo no macarrão, não estava com paciência pra fazer nada perfeitinho. Descido chamar Miguel então vou até a sala onde eu vi ele entrando pela última vez. Entrando no quarto consigo ver ele encolhido no grande sofá agarrado na película que ele disse que era meu, me aproximo e consigo escutar ele fungar, ele estava chorando?. Sento só seu lado e ele sente minha presença, enquanto levanta e seca as lágrimas.

— precisa de alguma coisa?, Lembrou de algo?. — ele pergunta com esperanças e eu nego.

—  por que tá chorando, Miguel?. — pergunto e ele seca novamente o rosto.

— eu não estou chorando. — ele fala virando o rosto pro outro lado.

— tá sim, pode fala pra mim, afinal, eu sou sua namorada. — falo com um nó na garganta e ele me olha sem o brilho que ele acostumava ter nos olhos.

— foi tudo culpa minha.. — ele diz e eu fico confusa.

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Cap não revisado.
Votem por favor.
Um dia sai um pov do Miguel.

 ᴅᴇ ʀᴇᴘᴇɴᴛᴇ ᴇᴍ ᴍɪɴʜᴀ ᴠɪᴅᴀ ᴅᴏs sᴏɴʜᴏs | Miguel Cazarez Mora Onde histórias criam vida. Descubra agora