III

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Who gon' pray for me?

Take my pain for me?

Save my soul for me?

'Cause I'm alone, you see.

Aquilo só poderia ser algum tipo de brincadeira de extremo mau gosto. Primeiro havia sido tratado com máximo desdém, sendo sentenciado a enforcamento em uma praça pública, e agora, horas antes de morrer, tinham a falsa decência de enviar uma cesta cheia de comidas e uma princesa com um maldito sorriso bonito, que por um breve segundo o fez esquecer o buraco em que havia sido enfiado. Qual o sentido de tudo aquilo? Que desgraça de lugar era aquele? A raiva tomou conta do seu ser, e quando deu por si estava de pé, encurralando Bryanna na porta velha de madeira, um braço de cada lado da cabeça da garota. Ele pode senti-la prender a respiração e cerrar os punhos ao lado do corpo, mas se surpreendeu quando seus olhares se cruzaram e percebeu que toda sua delicadeza havia sido substituída por uma frieza sem igual, que reverberou quando a princesa lhe perguntou mais uma vez, dessa vez com a voz firme como o barulho de um trovão:

- Quem é você, prisioneiro? 

- Eu já disse mil vezes quem eu sou, e isso não me adiantou de nada. Por que isso te interessa? – Ele disse se afastando da porta, passando as mãos pelos cabelos e puxando-os, como se arrancar todos os fios de uma só vez fosse o ajudar de alguma forma a sair daquela situação.

- Porque eu vim oferecer liberdade, mas talvez isso não seja o que realmente deseja, não é? – À medida que Tom se afastava, Bryanna foi retornando a uma posição mais relaxada, mas ainda assim furiosa o suficiente para continuar seu discurso – Eu vi o que estava nos seus pés, e sei que diz ter vindo de um reino muito distante... Estava quase acreditando que de fato não era daqui, mas acho que me enganei profundamente. Então vou lhe perguntar uma última vez, quem é você, prisioneiro? 

Enquanto Bryanna falava, Tom a observava pela primeira vez. Ela estava irritada, seu rosto antes calmo e confiável agora estava indiferente, e ele se questionou de quem deveria sentir mais medo, dos soldados ou daquela menina a sua frente. Menina ou mulher? Tom não sabia dizer. Antes de ferrar ainda mais as coisas com seu temperamento explosivo, ele diria que Bryanna era uma linda menina, com seu sorriso que chegava aos olhos e com seu jeito meigo de falar, a imagem mais pura de confiança. Agora, com uma postura impecável, o semblante impassível, e o tom de voz seco, Bryanna parecia uma mulher que havia sido treinada para a guerra... Menina ou mulher era nela em que Tom deveria confia. 

- Você vai me ouvir? Mas ouvir de verdade, sem escutar meias palavras e já me chamar de louco ou mentiroso? – Tom olhou profundamente nos olhos de Bryanna, e permitiu que seu desespero transparecesse em sua voz, que era apenas um sussurro dentro daquela cela escura e suja – Você vai me ajudar?

- Vou. Eu vim aqui para te ajudar – Bryanna suavizou a voz, e sem nem mesmo perceber deu um passo à frente, em direção ao seu prisioneiro

- Meu nome é Thomas Stanley Holland, mas todos me chamam de Tom Holland. Sou ator, e nasci no Reino Unido, mas fico mais em Nova York do que em outro qualquer lugar do mundo – As palavras saiam todas de uma vez, e Bryanna precisou fazer um esforço para acompanhar sua linha de raciocínio - Eu estava indo para a premier do meu novo filme do Homem Aranha em Londres, e de repente eu me vi aqui, no meio do campo e com muita dor de cabeça – Tom repetiu mais uma vez aquele breve resumo de quem ele era e de onde tinha vindo.

- Reino Unido? Não há nenhum Reino Unido próximo das terras de meu pai – Com o rosto franzido, Bryanna começou a andar de um lado para o outro, mentalmente contado os reinos que iam além dos domínios de Langford. – Nova York é um povoado próximo do seu lugar de nascimento?

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⏰ Última atualização: Sep 26, 2022 ⏰

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Unforgettable - By Ramana HeringerOnde histórias criam vida. Descubra agora