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Eu queria escrever um clichê, então escrevi um...

Adolescência.
Para alguns, a melhor fase da vida. A época em que poderiam cometer as maiores besteiras e ainda passarem despercebidos pela sociedade, com a desculpa de serem apenas “crianças”. O momento em que deveriam fazer amizades no colégio que continuariam pelo resto da vida adulta, irem em festas aos fins de semana, experimentarem coisas novas e seus primeiros amores.
Para Huang Zitao, era exatamente isso que sua adolescência deveria ser quando tinha onze anos, porém, aos dezoito, o ômega finalmente entendia que a vida poderia ser bem diferente do que via em filmes clichês americanos.
Ele nunca havia cometido nenhuma besteira que pudesse o colocar em problemas, em partes pois não queria desapontar seus pais e em outras, porque ele não teria coragem para fazer nada que pudesse o tirar de sua bolha social. Também não tinha muitos amigos. Claro que havia Baekhyun, seu amado vizinho que o acompanhava desde o jardim de infância, e também a bibliotecária gentil que o cumprimentava com um enorme sorriso sempre que entrava na biblioteca da escola a fim de outro livro de romance, mas no geral, Zitao passava bem longe do que era considerado popular. Tão pouco frequentava festas aos fins de semana e a respeito de sua vida amorosa, bom, tudo se resumia aos filmes e fanfics que lia de vez em quando.
É claro que ele já teve suas pequenas paixões, a maioria sem nenhum resultado significante. Aos doze anos, teve um pequeno relacionamento com um dos betas de sua sala na escola — o qual, por mais que se envergonhasse, nem mesmo lembrava o nome —, é claro que não chegava nem perto de ser um namoro de verdade, eles apenas seguravam as mãos um do outro e sentavam juntos no almoço. Em seguida, aos quatorze, teve Jongin, que não poderia nem ser considerado um relacionamento já que trocaram apenas duas frases um com o outro, mas Zitao poderia considerá-lo seu “crush”. E para finalizar, aos dezoito, Zitao praticamente babava por Oh Sehun.
O alfa era vice-capitão do time de basquete do colégio. Não era surpreendente que sua popularidade fosse bem maior que a do ômega. Sehun fazia todos os ômegas e betas suspirarem por onde passava, além de ter uma fama de ser bem educado e alguns diziam até ser um grande conquistador. Haviam boatos de que o alfa já havia ficado com muitas pessoas do colégio, embora Zitao gostasse de acreditar que eram apenas as más-línguas.
De qualquer forma, Sehun era bem diferente do ômega, que não tinha basicamente nenhuma experiência de verdade com alfas, além daquelas em sua imaginação. Por esse motivo, Zitao sabia que não tinha uma chance real e se contentava em apenas admirá-lo pelos corredores do colégio, como fazia naquele exato momento antes que Baekhyun sentasse em sua frente e atrapalhasse sua visão do rostinho perfeito do alfa.
— Eu e você vamos em uma festa amanhã à noite.
— Uhum… — Tao murmurou sem realmente prestar atenção, brincando com seu lanche em sua frente completamente distraído pelos pensamentos envolvendo o jogador, até que as palavras do amigo fizessem sentido em sua cabeça. — Espera, o quê?
— Kris vai dar uma festa na casa dele em comemoração ao jogo que eles ganharam, já que os pais dele não estarão em casa. — explicou, roubando uma batatinha do amigo. — Ele disse que todos estão convidados, então nós dois vamos!
Zitao arqueou a sobrancelha pela menção do nome de Kris, ou Wu Yifan, como era seu nome verdadeiro. O alfa lúpus já tinha completado vinte anos, mas havia repetido a segunda série pela quantidade de faltas, ele era considerado um dos mais populares e fazia parte do grupinho de jogadores de basquete, ocupando a posição de capitão do time. Também tinha uma reputação bem ruim ao seu redor, pois além do status de lúpus, sua feição séria e máscula botava medo na maioria dos alunos, o que sempre o colocava na posição de valentão, embora Zitao jamais tivesse visto ele realmente fazer algo para ameaçar alguém.
— Baek, você enlouqueceu?! — repousou as mãos sobre a mesa, olhando incrédulo para o Byun. — Seria um desastre, não dá certo! Eu e festas somos tipo água e óleo: não nos misturamos.
— Nem adianta fugir, já conversei com a sua mãe e ela deixou! — deu de ombros. — Se não estiver pronto quando eu passar na sua casa amanhã, eu te arrasto até a festa e você vai aparecer de pijama e pantufas na frente do colégio inteiro, e isso inclui o Sehun!
Tao corou.
— Fala baixo! Ele pode te ouvir. — brigou, fazendo um pequeno bico quando Baekhyun mostrou língua em um gesto infantil. — Eu vou, mas saiba que eu não vou ficar por mais que uma hora!
Baek sorriu maléfico.
— É só isso que eu preciso.

Ensina-me [wyf+hzt]Onde histórias criam vida. Descubra agora