- Desliga esse despertador. - Felipe reclamou.
- Não é despertador. - Disse o Bruno.
- Pelo amor de Deus, quem tá te ligando de madrugada?
- Já são 10h17, Felipe. E não é pra mim. É o pai da Samanta.
- E agora? Atende ele. - Felipe disse saltando da cama.
- Claro. E vou dizer: Oi, tio Mark. É o Bruninho. Sam ta dormindo ainda, e eu sei disso porque DORMI COM ELA.
- Não, seu idiota. Diz que ta na uni e ela foi em outra sala. Sei lá, inventa uma desculpa.
Uni era a forma que eles se referiam a UFSB.
- Oi, Tio Mark. É o Bruninho aqui.
- Bruninho! Quanto tempo! Eu fiquei muito feliz em saber que vocês se reencontraram, e que minha filha tem alguém por perto pra cuidar dela. Você era o maior defensor da Samanta, né.
- Ainda sou, Tio Mark.
- É bom saber. E onde está a Samanta?
- Na secretária. Foi entregar o restante dos documentos, eu vim pro laboratório do outro lado do campus com a bolsa dela, pra ela não vir com peso depois.
- O mesmo garoto atencioso de sempre. Preciso que você a procure e peça para ela ir pra casa agora. Antes de vir embora encomendei uma cozinha planejada, para fazer surpresa pra ela, e acabei esquecendo de avisar que a loja marcou de entregar hoje às onze.
- Claro, Tio Mark. Vou procurá-la agora mesmo.
Bruno desligou o telefone.
- Viu? Não é tão difícil mentir. - Felipe provocou.
- Cala a boca, Felipe.
Samanta acabou acordando com a conversa dos meninos. Felipe prontamente sentou na cama, ao seu lado.
- Ei. - Ele disse com uma voz doce, o amigo mal o reconhecia? - Tá melhor, princesa?
- Um pouco. Graças aos melhores amigos que eu tenho. - Ela respondeu.
- Hum. - Felipe respondeu com um olhar diferente e se levantou.
- Mini Sam, seu pai ligou. - Disse o Bruno. - Eu acho que conseguir disfarçar, mas precisamos ir. Vai chegar uns móveis de cozinha na sua casa, às onze.
- Bruno, pelo amor de Deus, eles não podem saber de nada.
- Tá louca, Samanta? Olha pelo que você passou. É claro que seus pais precisam saber.
- Se eles souberem aparecem aqui pra me buscar no mesmo segundo. Dei muito duro pra passar em primeiro lugar em Ciências Naturais. Eu não vou desistir antes mesmo de começar.
- Já são 10h30. Melhor nós irmos. - Felipe falou e saiu do quarto.
Bruno foi atrás do amigo. Samanta se ajeitava para sair.
- O que deu em você? Ficou indiferente do nada. - Bruno perguntou.
- Ela me chamou de amigo e não sei se é isso que quero ser. - Felipe respondeu.
- Se continuar assim, nem isso tu vai ser.
- É que eu também não sei se é isso que devo ser. Não fiquei indiferente, fiquei confuso.
- Você precisa me explicar o que está acontecendo. - Bruno não sabia se ficava irritado eu preocupado.
- E foi pra isso que te procurei ontem. - Felipe falou. - Mas perto dela não dá.
- Estou pronta. - Samanta disse, entrando na sala.
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Os três foram para a casa da Samanta, e esse foi o resultado de sua cozinha.
(Ignorem o nome Jhes. É que quando comecei a escrever, a personagem se chamava Jéssica. )
A baixo, a entrada da casa dela.
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Canção Da Meia Noite ( Felipe Neto )
RomanceSamanta Lima era uma menina de classe média alta, que havia acabado de ingressar para a Universidade Federal do Sul da Bahia. Lá ela reencontra seu melhor amigo de infância, Bruno Correia, através dele conhece Felipe Neto e Viviane Marchetti. Sam...