(Reescrevendo)
Este era o primeiro dia de Samanta Lima na Universidade Federal do Sul da Bahia. Era tudo novo e diferente, ela estava aflita, ansiosa extremamente envergonhada pois o Ensino Médio não foram os melhores anos de sua vida.
Apesar de linda, de negros cabelos compridos e lisos, nunca tinha se envolvido com ninguém e era de poucos amigos.
Uma uma menina muito à frente de sua idade. Não tinha tempo nem paciência para os dramas adolescentes de seus colegas. Sempre tinha respostas para qualquer pergunta eu lhe fosse feita. Suas notas eram as melhores, sempre optava por seminário do que qualquer outro tipo de trabalho, usava óculos e era um desastre nas aulas de educação física. Ela estava sempre sozinha e era apelidada por todos os nomes terríveis que adolescentes do Ensino Médio fossem capazes de inventar.
Samanta já havia se acostumado a ser a sozinha, mas sozinha no seu ambiente, na sua zona de conforto.
Era uma mudança completa de vida. Sempre estudou em escola particular, e agora estava numa instituição pública. Do Ensino Médio para o Superior. Agora morava sozinha e em outra cidade.
O primeiro dia era apenas de palestras no pátio, apresentando os professores, reitoria, metodologia de ensino, essas coisas. Tinha muita gente ali, e ela odiava multidões.
Pensarem tudo isso fez com que sua ansiedade disparasse como nunca. Ela estava tentando, até onde podia, controlar sua respiração. Não podia passar mal ali, não no primeiro dia, não no meio de todo mundo. Pensar nessas coisas fez tudo piorar.
De repente, alguém segurou sua mão com força, entrelaçando os dedos. Samanta quase gritou, pelo susto.
- Não se preocupe. – Ele sussurrou no ouvido dela. – Não precisa ter medo de mim. Eu sei o que é uma crise de ansiedade e reconheço de longe. Só estou aqui para te ajudar.
Se aquilo era para ajudar, com certeza teve efeito rebote. Samanta não tinha ideia de como se fazia para respirar, estava completamente sufocada. Sua boca estava tão seca que parecia que seus lábios rachariam, provavelmente por uma queda de glicose. Dava pra ver seus batimentos enlouquecidos em cada aorta de seu corpo. Seu braço esquerdo doía e formigava, e seu coração parecia ser o dobro do tamanho de sua caixa torácica.
💭 "Inferno! Mais uma crise que parece infarto. Agora só falt..."
Por muito pouco Samanta não se estabanou no chão. Ela desmaiou e só não caiu porque o cara misterioso a segurou. Ele a pagou no colo e foi para longe da multidão. Um funcionário ofereceu ajuda, então ele pediu que abrisse uma sala e ligasse o ar condicionado.
♤
Já na sala e de porta fechada para o frescor do ar não escapar, o rapaz estava sentado no chão, com a cabeça de Samanta em seu colo, emolhava o rosto dela aos pouquinhos, tentando fazer com que ela despertar-se. Quando acordou, Samanta levantou num sobressalto percebendo que não estava mais no auditório, mas numa sala fechada com um estranho.
- Quem... quem é você?! – Ela perguntou, mal conseguindo respirar.
- Mantenha a calma, ok? – Sua voz era tranquila e aveludada, o que quase (eu disse, quase) a acalmou. – Meu nome é Felipe. Felipe Neto. E não, não é o nome do meu avô. – Ela quase riu. – Pega aqui, bebe essa água.
- Por qual razão... uma pessoa tira outra... apagada... de onde está, e leva pra uma sala fechada?
- Eu chamo de decência humana básica. Você precisava de ajuda e eu te ajudei. De nada.
- Isso não... explica... – ela mal podia falar por se sentir sufocada – a porta fechada.
Felipe apontou para o ar condicionado. Ele se aproximou dela, a agarrou pela cintura, e quando Samanta ia começar a se debater para se livrar das mãos dele, ele a suspendeu e pôs ela sentada na mesa do professor.
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Canção Da Meia Noite ( Felipe Neto )
RomanceSamanta Lima era uma menina de classe média alta, que havia acabado de ingressar para a Universidade Federal do Sul da Bahia. Lá ela reencontra seu melhor amigo de infância, Bruno Correia, através dele conhece Felipe Neto e Viviane Marchetti. Sam...