05 DE NOVEMBRO, 2016
Dias atuais
Minha cabeça está girando, quando tento abrir os olhos, e sinto fisgadas dolorosas, as quais me fazem resmungar. Quando me viro na cama, sinto meus músculos doerem, e minhas costas parecem arder por alguma razão. Não sei dizer que horas são, nem se fiquei muito tempo dormindo, porque tudo parece confuso. Se eu tivesse costume de beber, diria que estou tendo uma amnésia alcoólica somada a uma ressaca infernal, mas nunca fui de fazer isso. Porém, faz sentido eu ter dormido mal: tinha acabado de receber a péssima notícia de que teria de lidar com aquela idiota durante quase um mês.
Vai ser uma das piores férias da minha vida. Ou talvez a pior.
Tentando esquecer aquela imbecil ao menos um pouco, sabendo que terei o desprazer de encontrá-la em breve na escola, faço menção de me levantar da cama, porém sou impedida por alguma coisa que me segura firmemente. Com a mente ainda confusa, cogito a possibilidade de ser Chiara, porque sei que Sammy não está aqui. Ela nunca é silenciosa entrando nos lugares. Então, consigo me soltar do braço em minha cintura, e meu coração dispara ao me dar conta de que o tamanho era bem maior que o de minha irmã mais nova.
“Oh, meu Deus! Alguém invadiu minha casa e abusou de mim durante a noite”, penso, com pavor, e dou um salto da cama, quase caindo no chão ao ter meus pés enroscados no cobertor. Meus olhos se fixam na imagem de uma pessoa adormecida sobre meu colchão, e eu recuo, implorando para que não tenha sido abusada de alguma forma. Então, a pessoa se move na cama e começa a tatear o colchão. Isso me permite ter uma visualização do que parecer ser... uma mulher?
― Mãe! Pai! Cadê vocês? Socorro!
Começo a chamar pelos meus pais, em desespero, tentando encontrar a porta para fugir, mas não consigo encontrá-la. Onde está a porta do meu quarto?
Rapidamente, começo a olhar em volta e quase sofro um ataque cardíaco, ao me dar conta de que não faço ideia de que lugar é aquele. Um medo, nunca sentido por mim, toma conta de todo o meu ser. Meu coração acelera de maneira absurda, e começo a hiperventilar.
Fui sequestrada?
Onde estou?
Quem é essa mulher?
― Amor? — então, de repente, em meio ao meu surto, ouço a voz da desconhecida.
Não sei se quero encará-la, sinto que posso matá-la caso ela se aproxime de mim. ― Por que está gritando e girando pelo quarto? Nossa, parece que um caminhão me atropelou. Estou toda dolorida da noite de ontem e com uma ressaca bizarra.
― Noite de ontem?
Pergunto-me, não sabendo dizer se falei muito alto ou apenas sussurrei. Estou confusa, com medo e irritada. Vou perder o horário da aula e não faço ideia de como me comunicar com os meus pais.
― Sim, a noite de ontem começou de uma forma, mas terminou de maneira deliciosa. Volta para a cama, ainda temos tempo para mais uma rodada. Você acabou comigo, mas eu aguento mais ― ela diz, com a voz ainda grogue de sono, e solta uma risada que parece muito safada.
Meu estômago se embrulha de nojo. Eu acabei com ela noite passada? Nem me lembro de ter aceitado vir para cá! Que droga essa mulher me deu para me trazer até aqui? Fui dopada e abusada por uma desconhecida.
Tomada pela raiva, resolvo finalmente enfrentá-la. Então, giro em meus calcanhares, prestes a confrontá-la e talvez matá-la, exigindo que me leve de volta à minha casa, onde eu poderia estar protegida e chamar a polícia. Porém, toda a minha pose se desfaz, tomada pela confusão, quando a reconheço:
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Stupid Wife - Versão Moonrar
FanfictionCopyright © 2021 by SODRÉ Todos os direitos reservados à SODRÉ || @horsinha LEMBRE-SE DE NÓS, 1ª EDIÇÃO, EDITORA EUPHORIA, 2021. Adaptação!!! Perfil da autora original: @horsinha