Scary Love - Rinney.

Capítulo 18

"Por que você não está dormindo? Está tarde." A voz de Finney saiu baixa.

Já se passava da meia noite e Gwen estava parada na porta do quarto de Finney. Ela tinha um semblante diferente no rosto, um que Finney não conseguia decifrar. Seus olhos estavam perdidos em confusão e ela mexia em suas mãos ansiosamente.

"Não consigo dormir."

"Você teve algum sonho?" Finney perguntou com certa hesitação.

"Sim."

"Quer dormir aqui?"

Gwen assentiu e Finney rapidamente abriu espaço em sua cama, indicando que ela se deitasse ali.

Depois que Gwen fechou a porta atrás de si e se acomodou na cama de Finney, um silêncio se fez presente no quarto. Não era um silêncio confortável ou aquele onde você ficava em silêncio com alguém e sabia que não precisava falar nada. Era um silêncio diferente, como se Gwen tivesse a necessidade de falar, mas não conseguisse. Então Finney resolveu tomar a iniciativa.

"Você quer me contar sobre o seu sonho?"

"Eu acho que não..." Gwen respirou fundo "É só que... fazia muito tempo que eu não tinha nenhum sonho. Eu me sinto estranha."

Finney assentiu silenciosamente.

"Espero que isso não signifique algo ruim."

Finney tentou confortar a sua irmã. Mas ele mesmo tinha um péssimo pressentimento.

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O dia estava frio, o que se era considerado estranho quando se era verão. O vento era implacável no ombro de Robin.

Ele segurava um sorvete que estava quase no fim em sua mão direita, e tinha sacolas de compras em sua mão esquerda. Essa manhã sua mãe tinha mencionado uma lista de coisas que tinha acabado em casa e que precisava que Robin fosse ao mercado comprar. Geralmente era sua mãe que iria ao mercado, mas ela provavelmente se atrasaria para o trabalho. Então a tarefa cairia sobre ele hoje. Robin realmente não se importava, ele gostava de ir ao mercado.

Robin atravessou a calçada e virou na rua de sua casa. O vento gelado fez com que Robin se arrepiasse. Talvez tomar sorvete tinha sido uma idéia ruim. Ele também não estava preparado para o clima, visto que usava uma camisa sem manga.

Robin praticamente correu para dentro de casa. Colocou todas as sacolas na mesa e lavou suas mãos sujas do sorvete.

"Comprou tudo?"

A mãe de Robin perguntou, abrindo as sacolas, espalhando as poucas compras pela mesa e as guardando apressadamente nos armários.

"Sim."

Desde que sua mãe havia descoberto que Robin gostava de garotos, as coisas em casa tinham ficado estranhas. Robin não sabia definir bem, mas ele sabia que algo tinha mudado. Ele resolveu considerar que essa era a maneira da sua mãe de se acostumar com a idéia, e que ela só precisava de tempo. Mas ainda sim, era estranho.

"Eu preciso ir pro trabalho. Até mais tarde."

Ela colocou gentilmente as suas mãos sobre o ombro de Robin antes de pegar a sua bolsa e sair.

Robin observou pela janela sua mãe entrar no carro e desaparecer entre as ruas. Ele se sentia um idiota. Ele odiava como as coisas tinham ficado com a sua mãe.

Enquanto Robin ainda olhava pela janela, perdido em seu pensamentos, ele viu a Sra. Martins no seu jardim enquanto carregava sacolas de compras na mãos, que pareciam pesadas.