Partida

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oi, gente! fiquei um pouco receosa de escrever esse capítulo, não sei como vocês vão recebê-lo, mas, ao pensar no melhor desenvolvimento da história, entendi que seria melhor trazer o ponto de vista do jay sobre os acontecimentos dessa parte. vocês perceberiam logo no primeiro parágrafo que a narração é do pov dele, só achei bom já situá-los. enfim, espero que gostem, tô nervousa. boa leitura!!!

Eu nunca fui de prestar muita atenção nas coisas que aconteciam ao meu redor, eu não me importava muito com quem ou o que estava ao meu lado, por isso eu não lembrava de muitas coisas ao final do dia. Raramente acontecia alguma coisa interessante no colégio, logo eu não tinha muito com o que me entreter. Pelo menos era o que eu pensava antes.

Diferente de mim, Jungwon era muito atento às coisas, acho que por se preocupar demais com a forma que ele era visto, então ele sempre parecia estudar o local e as pessoas, como se montasse o próprio dossiê. Por conta disso, ele sempre tinha muito o que me contar dos acontecimentos dos corredores.

Nós tínhamos praticamente a mesma rotina, porém Jungwon acompanhava muito mais coisa. Eu gostava quando ele passava no meu quarto para termos um tempo juntos e aproveitava para me atualizar de tudo que aconteceu e passou despercebido por mim.

Eu não me importava muito com as fofocas, eu só adorava ouvir qualquer coisa que ele tivesse a dizer. Ele era uma pessoa muito empática, então até as coisas mais hilárias, porém maldosas, ele tinha cuidado para falar, se colocando no lugar da pessoa, inclusive, me fazia prometer não contar os relatos mais embaraçosos de alguém para mais ninguém.

— Você está tão falante hoje. — não era uma reclamação, apenas um comentário.

— É porque aconteceu muitas coisas.

— Não, não é isso.

Desde que voltamos de Udo há alguns dias, ele estava diferente, parecia cada vez mais tranquilo em estar comigo. Tanto que hoje, quando o puxei para se sentar no meu colo na cama, não pareceu tão envergonhado como das últimas vezes.

Jungwon aparentava estar contente, estava enérgico e mais expressivo, usava suas mãos para enfatizar suas falas e tinha um grande sorriso no rosto, ria com facilidade. Longe de mim reclamar de tê-lo tão solto assim, eu adorei isso.

— Só estou confortável. — ele explica. — Eu fico mais comunicativo quando me sinto à vontade.

— Fico feliz em saber que te proporciono isso.

— Você acabou de reclamar que estou falando muito.

— Não foi uma reclamação. Eu gosto de te ver assim.

Para quem estudava as ocasiões, eu esperava que ele se atentasse mais a alguns detalhes, porém ele parecia funcionar de outra forma, não examinava o todo e, sim, como isso afetaria ele diretamente, o que fazia com que ele acabasse dando significado, muitas vezes, inexistente para as coisas, sendo sua maior parte negativo.

Da mesma forma que eu achava interessante esse contraste entre nós dois, eu podia me irritar algumas vezes. Acho que o que mais me incomodava era o modo com que ele podia se rebaixar tanto, eu não conseguia entender como alguém igual a ele seria incapaz de reconhecer o quão considerável deveria ser.

Sempre acreditei que todos têm o seu valor e que ele deveria ser maior para nós mesmos em primeiro lugar, assim nunca nos sentiríamos inferior a ninguém, validando a importância das nossas opiniões e atitudes.

Eu ainda me assustava em ter conhecimento de gente que cedia sua relevância ao favor de outros, ainda mais alguém como Jungwon que, para mim, tinha considerações tão importantes como de qualquer outra pessoa. Eu só queria que ele reconhecesse isso com mais frequência.

To All The Boys I've Loved Before - JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora