Namorados?

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Eu nunca poderia imaginar que minha história de amor começaria em uma terça-feira durante o sinal de aviso da segunda aula do dia. Ainda sonolento, eu estava um pouco confuso, não conseguia decifrar se o que eu via era real.

Sim Jaeyun estava vindo em minha direção, chamando meu nome enquanto desviava dos alunos no corredor durante a troca de aula.

— Yang Jungwon! — ele chamou mais uma vez, levando ao ar um papel de cor mais escura, diferente do branco comum, quase da cor dos papéis que...

Entrei em desespero no momento em que me dei conta do que se tratava. Por mais que eu tenha tentado me convencer que aquilo não era real, eu sabia que era. Eu não poderia negar a realidade, mas poderia fugir dela.

Corri para sala da próxima matéria, indo em direção contrária do encontro, o despistando durante todas as oportunidades que tive, porém não pude mais evitá-lo em uma das aulas que tínhamos em comum, então decidi não entrar na classe.

Eu podia ter escapado de um conflito, no entanto, não consegui evitar outro, um pior ainda, do qual eu nem tive a chance de tentar fugir. Sem nem mesmo ter a oportunidade de reagir, fui puxado pelo pulso e arrastado até um dos lugares mais vazios do colégio naquele horário ou em qualquer outro: a piscina.

Aquele era um internato com excelentes atletas e a natação era um dos esportes que eles mais investiam. Os atletas eram como deuses naquele lugar por ganharem diversos campeonatos, Park Sunghoon fazia parte dessa elite. Não era surpresa ele ser um dos nomes das cartas.

— Que merda é essa? — Sunghoon questionou em voz baixa, mesmo depois de checar que estávamos sozinhos.

— Desculpa...

— Por que escreveu isso? — ele estava zangado, bravo de verdade. — Quem mais leu? Quem mais sabe?

— Não sei!

Eu realmente não sabia, não poderia saber por quem as cartas passaram até que chegassem aos seus destinatários.

— Como não? — Sunghoon indagou, inconformado.

— Não era para você e nem ninguém ler...

— Então por que foi entregue para mim?

Eu estava assustado, com medo e envergonhado. A única coisa que eu conseguia associar naquele momento era a certeza de que havia sido um erro mostrar aquelas malditas cartas para Sunoo.

Sunghoon nem sequer me deixou falar, mas não era como se eu tivesse em mente o que dizer.

— Você tem noção das coisas que você escreveu aqui? Tem noção de que estou arruinado se alguém ler isso? — ele amassou a carta com apenas uma de suas mãos, cerrando seu punho como se quisesse fazer o papel sumir de vez. — Foi seu jeito de tentar chamar minha atenção? Achou que mudaria algo dessa forma? Você precisa de muito mais que isso para fazer com que eu queira estar com você.

Aquilo me machucou de verdade, no entanto, ainda não pôde me preparar para o que veio a seguir:

— Isso é até fofo, mas não é o suficiente. Você acha que eu arriscaria tudo para estar ao lado de alguém como você?

Nunca antes Park Sunghoon havia sido tão cruel assim, pelo contrário, ele sempre foi simpático e amigável. Era claro que as coisas eram diferentes quando tinha gente por perto, porém até quando fingia não me conhecer, Sunghoon nunca sequer levantou a voz para mim.

Sempre tentei entender o fato de que ele não gostava de ser visto comigo pelos corredores para que seus amigos não soubessem ou desconfiassem de todas as vezes que ficamos sozinhos e ele gostou disso. Ser um segredo para Park Sunghoon nunca foi um problema para mim, mesmo que isso magoasse, eu podia aceitar, porque isso significa que podíamos ser algo.

To All The Boys I've Loved Before - JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora