Ordens do Príncipe Theodore

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Eu evitei o castelo e Alberto por muitos dias, ainda que eu sentisse saudade da risada abobalhada de Teddy, ou de conversar com Mafalda, ou de apenas olhar para Alberto sob a luz do por do sol, tinha que me concentrar em buscar todos os ingredientes, eram muitos, alguns eram simples e complicados ao mesmo tempo como a primeira menarca de uma donzela

-- Claro que vai ser de donzela, se não fosse eu ficaria preocupada -- Disse a Labur

-- Elizabeth ainda está no castelo destratando todo mundo e Andrew não pode mandá-la embora porque o conselho quer convencê-lo a perdoá-la

-- Não quero saber deles, Labur, eu confio que Andrew vai resistir a pressão do conselho... Elizabeth é uma cobra, nem Harduch gosta dela... Veja, o próximo ingrediente é um pêssego branco do reino de Alcavale... Ah, esse reino é tão longe

-- Eu diria para você ajudar o pobre Theodore que nesse momento está trancado no quarto dele chorando porque Elizabeth o destratou mais vezes do que o próprio Andrew poderia impedi-la

-Aaaaaaaah!!!! -- Caros leitores dessa história, eu não pretendia narrar nada que envolvesse essa mulher, ela vai voltar, sim, ela vai voltar, mas por ora, foram essas as coisas que seguiram

Eu apareci na cozinha e perguntei a Mafalda o que estava acontecendo, ela me disse que Andrew precisava de autorização do conselho para colocar a princesa para correr, enquanto isso ela ficava atazanando Teddy e usando de todas as artimanhas e argumentos possíveis para convencer Andrew a voltar com ela e que também tinha trazido uma criada misteriosa que sumiu no primeiro dia

-- Que mulher cansativa... Eu vou ver como está o Teddy e proteger ele dela -- De repente ouvimos um agudo grito feminino e da janela a vimos despencar diretamente para dentro de uma lixeira, eu soube que não morreu e caiu onde devia

-- Essa é nova agora... Se não foi ela que se jogou -- Falou Mafalda

-- ELE UM MONSTRO! ELE É UM MONSTRO! -- A princesa começou a gritar quando saiu toda suja do lixo

-- De quem ela está falando? -- Perguntou Mafalda

-- E eu sei lá? As vezes ta inventando drama, ela adora fazer isso -- Respondi e saí correndo para encontrar Theodore no corredor, perto da janela de onde Elizabeth tinha caído, ele parecia horrorizado

-- Já sei, ela se jogou para colocar a culpa em você, não foi?

-- Não, eu mandei ela se jogar e ela obedeceu -- Ok, aquilo foi inesperado.

Peguei na mão dele e entramos em seu quarto, eu fechei e selei a porta

-- Me conta isso direito

-- Ela estava me importunando, me dizendo que eu não era bem vindo aqui e que devia ser preso por sodomia... Aí eu fiquei nervoso e mandei ela se jogar... Ela se jogou

-- Entendi, ela se jogou para colocar a culpa em você... Podia ter dito a todo mundo que você mandou ela se matar...

-- Bibi... Eu mandei e o corpo dela obedeceu antes que a cabeça... Você me entende? Ela apenas obedeceu como se... Como por magia

-- Não existe magia de convencimento, isso é um mito criado para se temer as bruxas... Ela só fez isso para culpar você... Sabia até o local em que ia cair para não se machucar -- Ele não parecia muito convencido, na verdade estava muito sério e eu diria até com uma áurea sombria -- Confia em mim... Você não é um monstro da hipnose, ela é quem é doida

-- Não foi a primeira vez que isso aconteceu

-- Isso o quê?

-- Isso... De eu mandar alguém fazer algo e a pessoa obedecer...

A Bruxa de ValênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora