Xie Lian era curioso.
Ficou um dia conjecturando sobre o que seria esse protocolo de cinco passos e, ao final do seguinte, tentou contato com Ling Wen para que ela dissesse o que era.
- Pei Ming te disse que faria o protocolo contigo? Uhm... Interessante... Bem... Boa sorte, Sua Alteza.
- Er... Por que boa sorte?
- Porque toda vez que alertei de perigos você foi mesmo assim. Chegou a se relacionar com o Rei Fantasma. Então agora só te desejo sorte. - E sumiu da Matriz de Comunicação.
Aquilo só atiçou a curiosidade de nosso Gege. Nesses dois dias ele sentia saudade de Hua Cheng, uma dor difícil, mas era consolado com a ideia de um protocolo surpresa que iria alegrar seus dias.
Então novamente alguém bateu à porta e ali estava a visita mais inusitada: Pei Ming! E, atrás dele, duas espadas.
- Fang Xin está contigo!
- Oh, sim. Depois da batalha final, nós a encontramos e a colocamos no Arsenal da Capital Celestial. Sua Alteza está melhor? Comeu todo o prato de pão? - Xie Lian não quis dizer, mas no próprio dia terminou toda a panela de comida de tanta fome que tinha. Apenas acenou positivamente com a cabeça. - Hoje vamos resgatar algo que você goste muito de fazer. Como eu sei que é um deus marcial e te vi lutando, provavelmente irá ser algo com sua espada.
- Com certeza, eu amo lutar! Mas... Não está tendo guerra. Com quem vou lutar?
- Podemos lutar juntos!
Uma gargalhada espontânea saiu da boca de Xie Lian, mas logo tentou se controlar. Não sabia se ria ou se chorava.
- General, obrigada pela disponibilidade. Mas... Eu acabei de liberar meus grilhões amaldiçoados. Estou mais forte do que nunca, acabei de vencer Jun Wu. Não acho que seria uma batalha justa.
- Mas é exatamente por isso que quero lutar contigo. Quer ver como venceu Jun Wu.
Por um lado, Xie Lian saberia que poderia o matar, mas por outro, não queria o fazer, pois estava curioso com o protocolo. Então o desafio era: lutar contra Pei Ming de modo que ele não morresse ou ficasse de coma.
- Topo. Pode ser que o General aprenda alguma coisa também.
Os dois deuses foram para a área externa, no monte TaiCang onde Xie Lian já treinou por muitos anos. Aquele lugar era uma terra especial, cheia de energia espiritual e muito potente para a luta.
Ao sacarem suas espadas, nosso Gege já percebeu que a luta demoraria pouco e assim o fez. Sem antes Pei Ming conseguir entender o que aconteceu, seu corpo foi jogado longe contra uma árvore e parte de sua armadura tinha sido rachada.
- O que foi isso?
- Simples, general. Foi sua forma de segurar a espada. Deve ser algum hábito do teu povo, mas vocês põem muita pressão no pulso de vocês e, por isso, na hora de atacar ficam mais devagar. A gente só precisa tensionar o pulso quando for se defender. No ataque é bom que suas mãos e braços estejam leves para serem mais rápidos.
Aquela explicação fez com que realmente Pei Ming percebesse o movimento que ele fazia para segurar a espada. Sem dúvida, era muito detalhe técnico. Ao se levantar tentou fazer exatamente como Xie Lian indicou, mesmo assim, nosso Gege fez um segundo golpe rápido.
- Dessa vez eu fiz o que Sua Alteza disse. Por que fui golpeado?
- Porque não é só a forma de segurar a espada. São os pés que precisam ficar um pouco fora da terra, o corpo que estava muito curvado e até a armadura do seu povo, que cria um peso, atrapalha na luta. E, claro, uma técnica não se aprende fazendo uma vez. Nem Lang Qianqiu sabia de fato segurar a espada direito. Eu tentei ensinar, mas precisaria de muitos anos ainda de aperfeiçoamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alguém que me entenda.
FanfictionAo final da luta com Jun Wu, Hua Cheng se dissolve em centenas de borboletas, deixando Xie Lian solitário, na espera da volta do seu amado. Shi QingXuan, Mu Qing e Feng Xin tentam o consolar, mas o que eles sabem sobre uma verdadeira paixão? Talvez...