Capítulo 2 - A luta

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Xie Lian era curioso.

Ficou um dia conjecturando sobre o que seria esse protocolo de cinco passos e, ao final do seguinte, tentou contato com Ling Wen para que ela dissesse o que era.

- Pei Ming te disse que faria o protocolo contigo? Uhm... Interessante... Bem... Boa sorte, Sua Alteza.

- Er... Por que boa sorte?

- Porque toda vez que alertei de perigos você foi mesmo assim. Chegou a se relacionar com o Rei Fantasma. Então agora só te desejo sorte. - E sumiu da Matriz de Comunicação.

Aquilo só atiçou a curiosidade de nosso Gege. Nesses dois dias ele sentia saudade de Hua Cheng, uma dor difícil, mas era consolado com a ideia de um protocolo surpresa que iria alegrar seus dias.

Então novamente alguém bateu à porta e ali estava a visita mais inusitada: Pei Ming! E, atrás dele, duas espadas.

- Fang Xin está contigo!

- Oh, sim. Depois da batalha final, nós a encontramos e a colocamos no Arsenal da Capital Celestial. Sua Alteza está melhor? Comeu todo o prato de pão? - Xie Lian não quis dizer, mas no próprio dia terminou toda a panela de comida de tanta fome que tinha. Apenas acenou positivamente com a cabeça. - Hoje vamos resgatar algo que você goste muito de fazer. Como eu sei que é um deus marcial e te vi lutando, provavelmente irá ser algo com sua espada.

- Com certeza, eu amo lutar! Mas... Não está tendo guerra. Com quem vou lutar?

- Podemos lutar juntos!

Uma gargalhada espontânea saiu da boca de Xie Lian, mas logo tentou se controlar. Não sabia se ria ou se chorava.

- General, obrigada pela disponibilidade. Mas... Eu acabei de liberar meus grilhões amaldiçoados. Estou mais forte do que nunca, acabei de vencer Jun Wu. Não acho que seria uma batalha justa.

- Mas é exatamente por isso que quero lutar contigo. Quer ver como venceu Jun Wu.

Por um lado, Xie Lian saberia que poderia o matar, mas por outro, não queria o fazer, pois estava curioso com o protocolo. Então o desafio era: lutar contra Pei Ming de modo que ele não morresse ou ficasse de coma.

- Topo. Pode ser que o General aprenda alguma coisa também.

Os dois deuses foram para a área externa, no monte TaiCang onde Xie Lian já treinou por muitos anos. Aquele lugar era uma terra especial, cheia de energia espiritual e muito potente para a luta.

Ao sacarem suas espadas, nosso Gege já percebeu que a luta demoraria pouco e assim o fez. Sem antes Pei Ming conseguir entender o que aconteceu, seu corpo foi jogado longe contra uma árvore e parte de sua armadura tinha sido rachada.

- O que foi isso?

- Simples, general. Foi sua forma de segurar a espada. Deve ser algum hábito do teu povo, mas vocês põem muita pressão no pulso de vocês e, por isso, na hora de atacar ficam mais devagar. A gente só precisa tensionar o pulso quando for se defender. No ataque é bom que suas mãos e braços estejam leves para serem mais rápidos.

Aquela explicação fez com que realmente Pei Ming percebesse o movimento que ele fazia para segurar a espada. Sem dúvida, era muito detalhe técnico. Ao se levantar tentou fazer exatamente como Xie Lian indicou, mesmo assim, nosso Gege fez um segundo golpe rápido.

- Dessa vez eu fiz o que Sua Alteza disse. Por que fui golpeado?

- Porque não é só a forma de segurar a espada. São os pés que precisam ficar um pouco fora da terra, o corpo que estava muito curvado e até a armadura do seu povo, que cria um peso, atrapalha na luta. E, claro, uma técnica não se aprende fazendo uma vez. Nem Lang Qianqiu sabia de fato segurar a espada direito. Eu tentei ensinar, mas precisaria de muitos anos ainda de aperfeiçoamento.

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