Capítulo X

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(Música: Poison & Wine, The civil wars.)


Antes que eu conseguisse juntar os pensamentos, ele me puxou e ergueu-se em seguida, dando a volta na rede com rapidez, passando pelo quarto e indo de novo para a sala. Ele não me soltava e eu me vi sendo levada de um lado para o outro como se fosse um objeto. Não tive tempo de abrir a boca para dizer nada porque ele encontrou o iPhone, pegou-o e discou rapidamente.

- Steve? Precisamos marcar um encontro. Com todos. Sim, todos. - Ele ouviu e balançou a cabeça negativamente. - Não sei como, mas você vai precisar avisá-lo. Todos precisam estar aqui amanhã à noite. Às 9 horas da noite. - Mais uma vez ele parou de falar e depois continuou, estava com muita raiva. - Steve, eu tenho motivos sérios para querer essa reunião amanhã e não outro dia. Não vou falar por telefone, mas é sério. Por favor, apenas faça isso. Obrigado. Depois você vai entender tudo.

E desligou, jogando o aparelho de qualquer jeito em cima da mesa.

- Thomas, o que foi isso? Por que você está marcando essa reunião? É por causa da rosa?

Ainda segurando a minha mão, ele se sentou no sofá, colocando-me em seu colo.

- A rosa azul, Beatriz, tem um forte significado no meu mundo. Agora não posso explicar, tenho outras coisas para resolver, mas amanhã à noite quero que você esteja aqui, tudo bem? Quero que conheça todos os meus irmãos, vou fazer as apresentações formais. E vou falar com Steve e Claudia sobre o recado de Tarmon, sobre abrirmos a passagem. Mas...

- Mas? - repeti, muito preocupada com as palavras dele e seu tom de voz.

- Mas vou encontrar um meio de impedir que ele a chame de novo enquanto dorme. Por isso, vá para casa, meu amor. Vá para casa e me telefone para qualquer coisa. Preciso de concentração, depois talvez tenha que sair. Eu vou resolver tudo isso, não se preocupe.

- É impossível eu não me preocupar! - exclamei, indignada. - Não sei onde você vai estar e...

- Beatriz - ele me interrompeu -, nunca se esqueça: eu sou um santk. Pelo menos, ainda sou. Sei como me defender.

Não pude deixar de notar certa arrogância em seu tom de voz e por isso não me contive. Ele se achava imbatível, mas eu não sabia até que ponto poderia vir a correr perigo sem me dizer nada. E também estava me excluindo, como se eu fosse somente uma pessoa frágil, quase que subordinada a ele. Decidi, portanto, que eu precisava tentar quebrar um pouco daquele queixo erguido em excesso.

- Ótimo. E me deixe mesmo de fora, ó poderoso santk... - eu disse, subitamente inspirada, erguendo os braços para a frente e abaixando a cabeça em sua direção, como já tinha visto em muitos filmes. Thomas não se conteve e começou a gargalhar abertamente. - Porque, ó poderoso santk, amanhã eu vou almoçar com seus pais, a convite da sua mãe, ó poderoso... Estou autorizada a comparecer?

Thomas parou de rir e ergueu meu queixo, acabando com a minha breve representação.

- Mais uma novidade, Beatriz? O que mais vou saber ainda hoje, hein?

Ele não parecia tão bravo como imaginei que ficaria.

- Catherine me ligou hoje cedo, quer almoçar comigo. Ela e seu pai, ao que parece.

Ele avaliou o que aquele encontro representava e por fim deu seu veredicto.

- Tudo bem, meu amor. O que são Catherine e Armando almoçando com você perto de Tarmon lhe presenteando com rosas azuis? Na verdade, por incrível que pareça, acho bom que você vá almoçar com eles. Apenas não beba álcool, para não sentir sono antes de eu conseguir protegê-la desses sonhos indesejáveis...

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⏰ Última atualização: Jun 22, 2020 ⏰

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