Criminal

¥ Verdades ¥

Jungkook

A vida é muito imprevisível mesmo. Nunca fui de me entregar pra ninguém totalmente, todas as garotas que fiquei sempre foram só mais uma na lista, usava elas como troféu para os meus amigos, usava até enjoar e depois partia pra próxima. Sem apego emocional. Totalmente o contrário de meus pais. Das poucas lembranças que eu tenho deles juntos, lembro de meu pai sempre atencioso com a minha mãe, eu simplesmente adorava ver e ouvir eles conversando, eles entravam no mundinho deles e parece que o resto do mundo parava para ouvir eles. Minha mãe fazia questão de tirar os sapatos dele quando ele chegava cansado do trabalho. Eram nas pequenas coisas que ficava nítido o quanto eles se respeitavam e se amavam. Eu sempre fiz questão de ser o contrário, não pra ferir aquelas meninas mas cada vez que eu sentia uma pontinha de sentimento de amor por alguma delas, eu me lembrava imediatamente do meus pais, e essa lembrança me dói. Sinto minha garganta trancar ao pensar que nunca mais vou poder ver o amor deles de perto.
Eu me apaixonei. Melissa é o ser mais puro e iluminado que eu conheço. O jeito que o semblante dela muda apenas por encontrar comigo nos corredores da escola, deixa meu coração quentinho... Eu falando "coração quentinho" quem diria. Ela me escuta, me acolhe, me acalma. Momentos antes do hora que sei que vou encontrar ela, sinto a respiração ficar acelerada. Um tipo de ansiedade toma conta de mim, mas no momento em que meus olhos encontram os dela, tudo vira uma calmaria. E sim eu digo com toda a certeza: Eu a amo.

Melissa.

Jungkook em pouco tempo se tornou meu tudo. Meu guia, minha fortaleza, minha serotonina. O jeito dele todo bravo e marrento na escola, não condiz nada com o menino que vai na minha casa de vez em quando. Eu simplesmente adoro quando ele está prestando atenção em algo e ele arregala aqueles olhinhos curiosos. Quando ele fica imediatamente feliz comendo algo e faz um careta pra dizer que a comida está boa. O jeito que ele dança, o sorriso safado que ele sustenta quando "a temperatura sobe".
É por ele que meu coração dispara, é por ele que suspiro, é por ele que sorrio do nada. Meu coração é inteiramente dele.

Estamos eu ele na mecânica dele, estou acabando de fazer um sanduíche pra nós. Antes de virmos pra cá, eu fiz questão de ir no mercado para comprar pão e algumas coisas pra rechear o sanduíche. Estou finalizando o suco e sinto ele atrás de mim.

- Humm, estou curioso pra comer esse sanduba, a cara está muito boa.

- A cara só não, o sabor também. - Digo me garantindo.
Ele segura na minha cintura e me da um beijo no rosto antes de pegar um dos sanduíches. Ele senta na poltrona com o copo de suco em uma mão e o sanduíche em outra, ele larga o copo no chão entre suas e da a primeira mordida.

- Hummm isso tá muito bom! - Diz franzindo a testa. - O que você colocou a mais aqui?

- Patê de atum.

- Uau. Tá muito bom.

Depois de apreciar suas caras comendo, eu começo a comer o meu também. E realmente está muito bom. Acho que foi porque eu coloquei muito carinho.

Depois que comermos, eu vou até ele e me sento no colo dele. Eu levo a mão em sua nuca, fazendo carinho ali. Vejo ele ficando com os olhos pequenos e falando mais baixo, denunciando seu sono.

- Ta com sono baby? - Pergunto quebrando levemente meu pescoço pro lado.

- Um pouco. Acho que vou dormir um pouco e você vai comigo.

- O quê? São 3 da tarde! Que mané dormir. Algum cliente pode chegar.

- Estamos no final do mês, ninguém tem dinheiro. O movimento baixa e o dia tá bem sonolento hoje. Vamos tirar um cochilo de 30 min. Só isso.

- JK...

- Confia em mim princesa. Vamos aproveitar que meu tio não está.

Ele me afasta de seu colo e vai em direção a porta e puxa a grade pra baixo, fazendo um forte barulho quando se choca no chão.