1º CAPITULO

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Alemanha, Extremo Norte de Hannover

21 de Julho, 1914, Quarta-Feira


Aos 17 anos, S/n vive numa cela subterrânea, cela com somente um pano no chão para servir de cama sobre a terra firme e úmida daquele lugar, a parte da frente da cela é uma parede de barras de ferro, com uma portinha, geralmente usada para passar comida (mesmo que quase nenhuma) e para S/n sair para trabalhar e voltar.

Desde os 15 anos, S/n trabalha na mina daquele subterrâneo, junto de outras pessoas que são forçadas a trabalhar para não serem mortas violentamente. Tudo que conseguem de valor é entregue ao Tirano que faz do lugar seu modo de lucrar. Ele tem servos que cuidam do serviço sujo para ele (apesar de são serem muitos, é um serviço que não necessita de tanto esforço).

O dia já está no fim, e S/n volta a sua cela para descansar, mas para variar, nesse dia é jogada uma pessoa dentro da cela dela. Logo após a pessoa ser arremessada no chão a porta da cela é fechada e a pessoa se levanta com dificuldade, e se encosta na parede da cela. A pessoa toma fôlego e fala:

  ??? -Oi, eu sou o Steve. - Se apresentou, seguido de uma pergunta - Está a quanto tempo aqui?

  S/n -...

  Steve -Ta, não fala então.

  S/n -Vai fazer três anos.

  Steve -Que merda. É tão difícil assim sair daqui?

  S/n -Se pra mim fosse fácil eu não estaria aqui.

  Steve -Que puta mal educada, vá se fuder, sua cretina, só fiz uma pergunta.

  S/n -Pergunta idiota.

  Steve -Então eu te mostro que não é tão difícil sair daqui.

Steve encostado fica em silencio pelo resto da noite, assim como S/n, e dormem naquele ambiente desagradável.

Pela manhã, algumas velas e lampiões são acesos para iluminar o local, possibilitando enxergar um pouco, o que antes era escuridão total. Então da para S/n perceber como Steve é: um homem de altura media, com a pele clara, cabelos loiros e os braços definidos, que ficam a mostra pelas roupas usadas por ele.

Já acordados, vêem um homem chegando para abrir a porta, é um servo do Tirano, ele tem em uma das mãos uma caixa.

  Servo -SEUS CRETINOS, COMAM E VÃO TRABALHAR

O servo abre a porta e derrama um pouco de uma espécie de ração no chão, aparentemente, é uma massa de peixes e alguns legumes. Deixa a porta aberta e sai andando. Steve olha com nojo e se aproxima para tentar comer, S/n faz o mesmo, mas com uma postura de costume em relação ao modo como é servido o alimentos.

S/n e Steve se levantam após comer e vão em direção a mina, que na entrada tem um servo, que cuida do movimento da mina. Em meio a tantas outras pessoas, os dois companheiros de cela pegam as suas devidas picaretas e pás, também levam um bornal, e vão entrando em um túnel, escavado pelos vários escravos. Os túneis contém vigas de madeira que possibilitam eles de não caírem nas cabeças dos escravos, vigas essas feitas pelos próprios escravos.

  Steve -Ei, como que funciona isso aqui?

  S/n -Se achar um minério, joga no bornal, uma hora um servo vem recolher eles, e se não tiver nenhum você vai ser feito de exemplo.

  Steve -Duvido aqueles imbecis tentarem fazer alguma coisa comigo, se eles vierem eu dou uma picaretada na cabeça deles e então vão ver.

  S/n -Ah claro que sim.

Os dois trabalham por um bom tempo antes de chegar o servo pra recolher os minérios. Quando chega:

  Servo -Eai mulher, passa logo pra cá o que você achou. - Fala com S/n

O servo pega o bornal e joga as pedrinhas dentro de uma mochila de carga

  Servo -Ótimo, gracinha. - Fala com um sorriso escroto no rosto -E agora você paspalho.

  Steve -Não deu tempo de encontrar nada, volta mais tarde.

O servo pega uma arma nas costas e fala com Steve novamente:

  Servo -Ahh, se não deu tempo, talvez seja porque lhe falta motivos para se esforçar mais.

  Steve -Ou talvez porque você esteja com muita pressa.

Steve se abaixa para pegar a picareta, e quando está levantando, olha com um olhar de fúria para o servo, enquanto diz:

  Steve -Agora, você...

O servo acerta uma coronhada de cima para baixo na nuca de Steve, que volta ao chão, e dessa vez caído, logo, Steve recebe chutes no seu estomago e pisões nas costelas, sem nenhum tempo para se levantar ou revidar, somente para tentar se proteger. Depois de um tempo o Servo cospe em Steve e sai andando.

  Servo -Espero que tenha entendido como funciona.

Quando o Servo some de vista S/n vai até Steve e o ajuda a levantar.

  S/n -E a picareta, por que não usou?

  Steve -Relaxa, *TOSSIDAS* minha barriga e minhas costelas machucaram o pé daquele desgraçado.

  S/n -Se continuar machucando ele desse jeito, só vai sobrar pó dos seus ossos - Diz S/n limpando os cabelos de Steve - Por que não tenta trabalhar direito?

  Steve -Eu estava tentando, porra, pode deixar que eu consigo.

Então os dois continuam trabalhando pelo resto do dia sem mais nenhum problema, e finalmente chega a hora de descansar. Pelo fim da tarde, todos são ordenados a ir para suas celas, o que cumprem sem hesitar.

  Steve -Ahh finalmente posso tirar isso.

S/n olha para Steve, e o vê tirando sua regata. Logo S/n fica inquieta com aquela situação e diz se virando para a parede:

  S/n -Mas que... Pra quê isso?

  Steve -Que foi, nunca viu o corpo de um homem? - Pergunta Steve afrouxando a calça - Mas de todo jeito, eu só quero colocar pra fora, olha aqui...

S/n se vira devagar e vai olhando pra direção das mãos de Steve, que vai tirando algo com um grande volume da calça...

CONTINUA...

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